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Alemães levam vantagem em duelos contra argentinos

(gh)28 de junho de 2006

Seleção anfitriã tem saldo de duas vitórias, um empate e uma derrota em quatro confrontos com a Argentina em Mundiais.

Seleção alemã campeã de 1990, após derrotar a ArgentinaFoto: AP

As seleções da Alemanha e Argentina abrem na sexta-feira (30/06) a disputa das quartas-de-final da Copa 2006. Será o quinto confronto das duas nações na história da Copas. Os alemães entram em campo flanqueados por um saldo positivo: conseguiram duas vitórias, um empate e só perderam uma das quatro partidas anteriores.

Bem viva na memória dos alemães está a final de 1990, na Itália, que ganharam com um gol de pênalti, cobrado por Andreas Brehme. Quatro anos antes, os "hermanos", guiados pela "mão de Deus" de Maradona, tinham derrotado os germanos na final no México: 3 a 2.

Na primeira fase de Mundiais, as duas equipes se enfrentaram duas vezes: 0 a 0 em 1996 na Inglaterra, e 3 a 1 em 1958 na Suécia. As finais de 1986 e 1990 são as partidas mais lembradas, mais o confronto de 1958, quando a Argentina desafiou a campeã Alemanha.

Os argentinos eram os favoritos ao título; a equipe de Sepp Herberger só tinha mais quatro dos heróis de 1954, entre eles Fritz Walter e Helmut Rahn. Os alemães ainda estavam "dormindo" quando o jogo começou, às 19h daquele 8 de junho – aos 2 minutos, Corbotta abriu o placar para a Argentina.

Mas o gol precoce não conseguiu barrar os alemães. Com dois gols de Rahn e um de Uwe Seele, eles viraram o jogo: 3 a 1. Mas não foram só aplaudidos: a imprensa internacional criticou o estilo rústico dos 11 de Herbeger. "Não somos acostumados a um futebol tão violento", comentou o técnico argentino Guilermo Stabile.

Após o empate sem gols de 1996, em Birmingham, o ídolo argentino Alfredo di Stefano foi ainda mais direto: mandou uma mensagem telegráfica aos "hermanos", dizendo que eles haviam jogado contra "um povo embrutecido por duas guerras mundiais". No jogo marcado pela agressividade, apenas o argentino Albrecht foi expulso. A partir daí foram introduzidos os cartões amarelos e vermelhos.

O único duelo indiscutivelmente leal entre as duas equipes foi a final de 1986, na Cidade do México, uma das mais dramáticas da história das Copas. A seleção argentina e seu capitão Diego Maradona encontravam-se em seu zênite.

A Alemanha avançara aos trancos e barrancos naquele torneio. Após gols de Brown (23min) e Valdano (aos 10min do segundo tempo), a partida parecia decidida, mas o espírito de luta dos alemães ainda estava vivo. Karl-Heinz Rummenigge (aos 29min) e Rudi Völler (aos 37min) empataram na etapa final.

Daí os alemães partiram para o tudo ou nada, para evitar a prorrogação, mas o tiro saiu pela culatra. Maradona, que praticamente havia sido neutralizado por Lothar Matthäus, lançou para Burruchaga, Briegel anulou o impedimento e o goleiro Toni Schumacher não conseguiu impedir o gol.

Quatro anos depois, os 80 milhões de alemães puderam comemorar. Sete jogadores da equipe de 1986 participaram da revanche. Um pênalti convertido por Andreas Brehme, as lágrimas de Maradona e um Beckenbauer caminhando sem direção no gramado foram as imagens que marcaram a noite de 8 de julho de 1990 em Roma, no último confronto entre alemães e argentinos numa Copa.

Com duas expulsões (Monzon e Dezotti), os argentinos estabeleceram então um triste recorde de agressividade numa final de Copa do Mundo. A partida pelas quartas-de-final em Berlim, na sexta-feira, já é considerada uma espécie de final antecipada da Copa 2006. E pode ser "dura", prevê Maradona.

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