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Alemães ocidentais empobrecem mais

Estelina Farias24 de janeiro de 2003

Quase 13 anos depois da reunificação, os alemães ocidentais estão mais pobres que os orientais. A taxa de pobreza na região que sempre foi capitalista representa o dobro da da ex-República Democrática Alemã comunista.

Alcoolismo: problema mais comum entre desempregados de mais de 50 anosFoto: BilderBox

A pobreza aumentou de 10,5% para 13% em toda a Alemanha unificada, no período de 1992 a 2000, e de forma desproporcional nas duas regiões, segundo um estudo do Instituto Alemão de Pesquisas Econômicas (DIW). Enquanto no leste a quota de pobres diminuiu de 7,4% para 7,3%, na antiga República Federal da Alemanha, ela cresceu de 11% para 14,4%, no mesmo período.

É conhecido que a pobreza é relativa na Alemanha, mas ninguém esperava que exatamente os alemães orientais, altamente beneficiados com dinheiro do contribuinte, resvalassem menos para a pobreza do que as pessoas na região mais rica do país.

Naturalmente que há explicações para isso. A começar pelo conceito de pobreza: é considerado pobre na Alemanha quem ganha por ano menos da metade da média da renda anual da sua respectiva região. E a média no leste alemão é menor que a da região ocidental. Por exemplo, em Cottbus é pobre quem dispõe de na faixa de 7500 euros por ano, enquanto em Munique esse limite é de 8 mil euros.

Seguro-desemprego e ajuda social

Há muito mais famílias no leste vivendo de dois seguros-desemprego, porque lá há mais mulheres que trabalham fora que no ocidente. O valor do seguro-desemprego é maior que o da ajuda social. Já no ocidente muitos precisam viver só da ajuda social.

Quem não dispõe de um mínimo para viver na Alemanha, tem sua sobrevivência garantida pelo Estado. Mas agora, em tempos de baixa conjuntura e alto índice de desemprego (mais de 10% da população apta para trabalhar), aumentou a grita de políticos e empresários por cortes na ajuda social, a fim de incentivar a volta ao batente de pessoas que resistem em aceitar salários baixos ou empregos que consideram abaixo da sua qualificação profissional.

Voltando às comparações feitas pelo DIW: considerando o valor da média global de renda na Alemanha, os valores das regiões ocidental e oriental se equiparam. Mas, na maioria dos casos, a quota de pobreza na população oriental é muito mais baixa do que entre a ocidental. É notável que tanto a proporção quanto a intensidade da pobreza permaneceram relativamente estáveis nos novos Estados alemães, apesar do desnível da renda no leste em relação ao ocidente.

Intensidade e causas

Os alemães orientais também permanecem menos tempo na pobreza. Apenas 2% da população regional foi atingida pela "pobreza duradoura", segundo o Instituto Alemão de Pesquisas Econômicas. No mesmo período de 1992 a 2000, cerca de 18% dos alemães orientais e 23% dos seus outrora irmãos ricos ocidentais estiveram pelo menos um ano em situação de pobreza.

A causa principal é o desemprego, que atinge atualmente mais de 4 milhões de alemães em geral. Mães solteiras, famílias com mais de dois filhos, idosos e imigrantes resvalam para pobreza com mais freqüência. O alcoollismo também é um problema, principalmente entre os homens desempregados de mais de 50 anos de idade.

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