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Alemães pessimistas sobre estabilidade no Haiti

10 de janeiro de 2006

A possibilidade de um novo governo conseguir estabilizar o Haiti é vista com pessimismo por especialistas alemães. O professor Ulrich Fleischmann, do Instituto Latino-Americano da Universidade Livre de Berlim, vê na própria política do país um elemento de desestabilização. "Por ser a única entidade a empregar um grande número de pessoas, o Estado sempre foi visto como um objeto a ser saqueado". Segundo ele, basta um novo grupo chegar ao poder para que todos os cargos sejam renovados.

Fleischmann também considera um erro impedir o retorno ao Haiti do ex-presidente Jean Bertrand Aristide, eleito em meados da década de 90 com mais de 70% dos votos. O ex-presidente ainda possui muitos adeptos no país. "Como excluir uma parte tão grande da população do processo eleitoral?", pergunta Fleischmann.

Também dois dos mais conhecidos representantes do partido de Aristide estão impedidos de participar das futuras eleições. O pastor Gérard Jean-Juste está preso desde julho, acusado de participação na morte de um jornalista. O ex-primeiro-ministro Yves Neptune também está detido, acusado de ser o mandante de um massacre. "As acusações são falsas", afirma Gerard Ducos, especialista em Haiti do Escritório da Anistia Internacional em Londres. Segundo ele, os dois estão presos por razões políticas.

Bert Hoffmann, do Instituto de Estudos Ibero-Americanos de Hamburgo, vê na maneira de agir do governo interino possíveis prejuízos para o futuro. "Para que o próximo governo tenha legitimidade, é necessário que toda a sociedade participe do processo eleitoral", afirmou Hoffmann. "Enquanto alguns setores se sentirem excluídos, há o perigo de que persigam seus objetivos com o uso da violência."

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