Alemães precisarão de quarta dose, diz especialista
Jenipher Camino González
11 de dezembro de 2021
Presidente da Associação Alemã de Clínicos Gerais afirma que controle da pandemia de covid-19 no país exigirá uma quarta etapa de imunização no próximo ano.
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O presidente da Associação Alemã de Clínicos Gerais, Ulrich Weigeldt, disse que a Alemanha provavelmente terá que organizar uma campanha de vacinação para uma quarta dose de reforço no próximo ano, visando controlar a pandemia de coronavírus no país.
Em entrevista publicada neste sábado (11/12) pelo jornal Bild, o especialista afirmou que as doses de reforço provavelmente se farão necessárias a partir de meados de 2022.
A campanha de vacinação do país tem ganhado velocidade gradativamente desde que foi reiniciada para a administração de doses de reforço. Uma quarta onda de covid-19 aumentou maciçamente o ritmo de infecções, provocando recordes sucessivos nas estatísticas de contaminações.
O surgimento da variante ômicron, que já está presente na Alemanha, contribuiu para complicar ainda mais o quadro."Nossa expectativa é que essa mutação se torne lentamente a variante dominante no início do próximo ano", disse o presidente da Associação Alemã de Medicina Intensiva (DIVI), Gernot Marx, em entrevista ao jornal Passauer Neue Presse.
Nesta quarta-feira, a gigante farmacêutica Pfizer e sua parceira BioNTech disseram que os resultados de um estudo inicial da eficácia de sua vacina contra o ômicron mostraram que uma terceira dose do inoculante fornece proteção ampla contra a variante.
Quarta dose junto com vacina contra gripe
De acordo com dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Robert Koch (RKI), agência alemã de prevenção e controle de doenças, cerca de 1,1 milhão de alemães receberam sua terceira vacina contra covid-19 desde o meio do ano passado. Dessa forma, atualmente cerca de 20% dos adultos alemães estão totalmente vacinados com uma dose de reforço.
As autoridades de saúde pública alemãs esperam que esta campanha de reforço possa ganhar velocidade enquanto o inverno se aproxima, para que mais restrições e medidas de lockdown possam ser evitadas.
Weigeldt disse ao Bild que espera que uma terceira campanha de vacinações possa ocorrer a partir de setembro do próximo ano "já em conjunto com a vacinação contra a gripe", de forma que possa tornar a proteção contra o coronavírus uma questão médica de rotina.
As vacinas contra covid-19 aprovadas na UE
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) liberou cinco imunizantes para combater a pandemia causada pelo vírus Sars-Cov-2. Saiba de onde vêm e como funcionam.
Foto: Christof STACHE/AFP
Pfizer-Biontech (BNT162b2)
Desenvolvida pela alemã Biontech e produzida pela americana Pfizer, é uma vacina de RNA mensageiro (mRNA). Seu princípio é fazer o próprio corpo produzir a proteína do vírus. Depois que o material é injetado no corpo humano, ele instrui o organismo a produzir a proteína, incentivando a fabricação de anticorpos contra Sars-Cov-2. O produto exige a aplicação de duas doses.
Foto: Liam McBurney/REUTERS
AstraZeneca (AZD1222 ou ChAdOx1 nCoV-19)
A tecnologia usada chama-se vetor viral recombinante, que usa um adenovírus incapaz de causar doenças. No corpo humano, a vacina incentiva a produção da proteína do coronavírus, que o sistema imune reconhece como ameaça e destrói. Quando o Sars-Cov-2 infecta o organismo de verdade, o corpo reconhece e combate o vírus. São necessárias duas doses.
Foto: Marco Passaro/Independent Photo Agency Int./imago images
Moderna (mRNA-1273)
Também usa a tecnologia de RNA mensageiro, que imita a proteína spike, específica do vírus Sars-CoV-2, que ajuda na invasão das células humanas. A cópia não é nociva como o vírus, mas desencadeia uma reação das células do sistema imune. Ela também deve ser aplicada em duas doses. Como todas as vacinas contra covid-19, é aplicada em forma de injeção intramuscular.
Foto: Markus Mainka/dpa/picture-alliance
Janssen, da Johnson&Johnson (Ad26.COV2-S)
O produto da farmacêutica Janssen exige a aplicação de apenas uma dose. Sua tecnologia é baseada em vetores de um tipo de vírus que causa resfriado comum. Na vacina, parte da proteína das espículas do vírus é colocada no adenovírus (que é o transportador). No corpo vacinado, inicia-se um processo de defesa, com a produção de anticorpos contra o invasor e a criação de uma "memória" contra o vírus.
Foto: Michael Ciaglo/Getty Images
Nuvaxovid, da Novavax (NVX-CoV2373)
A quinta vacina aprovada pela União Europeia contra o coronavírus é a Nuvaxovid, fabricada pela americana Novavax. Ela é baseada em proteínas, ou seja, contém pequenas partículas proteicas do vírus Sars-CoV-2 produzidas em laboratório. Com isso, as proteínas atuam como anticorpos neutralizantes e, assim, bloqueiam o vírus causador de covid-19.