Sondagem mostra que 50% dos eleitores votariam no ex-presidente do Parlamento Europeu se eleições a chanceler federal alemão fossem diretas. Populistas de direita perdem força.
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Martin Schulz, candidato do Partido Social-Democrata (SPD) a chanceler federal da Alemanha, seria eleito pelos alemães caso as eleições ao cargo fossem diretas, segundo revelou uma pesquisa de opinião encomendada pela emissora estatal alemã ARD e divulgada nesta quinta-feira (02/02).
De acordo com a sondagem, 50% dos eleitores votariam em Schulz, enquanto 34% escolheriam a atual chanceler federal, Angela Merkel, candidata à reeleição pela União Democrata Cristã (CDU).
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O apoio a Schulz cresceu nove pontos percentuais em comparação com os resultados de janeiro, antes de sua candidatura ser oficializada pelo SPD – o que ocorreu no domingo passado. O número de pessoas que votariam em Merkel, por sua vez, caiu sete pontos percentuais no mesmo período.
Embora os eleitores alemães não elejam diretamente seu chanceler federal, os resultados da pesquisa refletem amplos ganhos políticos para o SPD desde o anúncio de Schulz como candidato.
Segundo a sondagem, o partido tem 28% do apoio dos eleitores, o melhor resultado desde o final de 2013. O número representa um crescimento de oito pontos percentuais em relação a janeiro.
A CDU de Merkel, no entanto, se mantém como a legenda mais forte da Alemanha, liderando com 34% do apoio dos eleitores – três pontos percentuais a menos em comparação com o mês passado.
Ainda segundo a pesquisa, a legenda populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) teria 12% dos votos, o que representa uma queda de três pontos percentuais desde janeiro, enquanto A Esquerda e o Partido Verde obteriam 8%, ambos com queda de um ponto. O apoio ao Partido Liberal Democrático (FDP), por sua vez, cresceu um ponto em comparação com janeiro, chegando a 6%.
A pesquisa, que consultou 1.506 eleitores alemães entre esta segunda e quarta-feira, acontece oito meses antes das próximas eleições gerais da Alemanha, marcadas para 24 de setembro.
Schulz, ex-presidente do Parlamento Europeu, foi oficializado candidato a chanceler federal no domingo passado. A decisão foi tomada por unanimidade, seis dias após Sigmar Gabriel, líder do SPD e vice-chanceler da grande coalizão de governo alemão, anunciar que não seria mais candidato.
EK/dpa/efe/rtr/ots
Todos os chefes de governo da Alemanha
Da eleição para o primeiro chanceler federal da Alemanha, em 1949, até hoje, a Alemanha testemunhou mudanças históricas. Relembre algumas delas e os nove chefes de governo da história do país.
Foto: Britta Pedersen/AFP
Olaf Scholz (desde 2021)
Assumiu como chanceler federal em dezembro de 2021, comandando uma coalizão de seu Partido Social-Democrata (SPD) com o Partido Verde e o Partido Liberal Democrático (FDP). Antes, foi vice-chanceler de Angela Merkel e ministro das Finanças.
Foto: Britta Pedersen/AFP
Angela Merkel (2005-2021)
A democrata-cristã doutora em Física foi a primeira mulher a chefiar um governo na Alemanha, em 2005. Foi reeleita em 2009, 2013 e 2017. Após 16 anos no poder, ela decidiu se aposentar.
Foto: dapd
Gerhard Schröder (1998 - 2005)
O social-democrata governou em coalizão com o Partido Verde. Por negar o apoio à guerra no Iraque, causou uma crise nas relações com os EUA. Com o tempo, a coalizão perdeu apoio principalmente por causa do fraco desempenho da economia alemã e por críticas ao programa de reformas Agenda 2010. O governo Schröder terminou com a perda da moção de confiança no Parlamento.
Foto: picture-alliance/dpa
Helmut Kohl (1982 - 1998)
Em outubro de 1982, Helmut Kohl assumia como chanceler federal alemão, cargo que ocuparia por 16 anos. Foi o chefe de governo alemão que por mais tempo ficou no cargo.
Foto: picture-alliance/dpa
Helmut Schmidt (1974 - 1982)
O governo de Helmut Schmidt foi marcado pelo terrorismo da Fração do Exército Vermelho (RAF).
Foto: picture-alliance/dpa
Willy Brandt (1969 - 1974)
Willy Brandt foi o primeiro chanceler federal social-democrata da Alemanha. Renunciou ao cargo em 1974, em consequência de um caso de espionagem.
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Kurt Georg Kiesinger (1966 - 1969)
Foi eleito por uma grande coalizão de partidos e assumiu o problema da crise econômica.
Foto: AP
Ludwig Erhard (1963 - 1966)
O segundo chanceler federal alemão teve apenas três anos de mandato. Ele renunciou devido ao rompimento da coalizão de governo. Mesmo assim, o democrata-cristão participou de forma ativa da reforma monetária alemã do pós-guerra.
Foto: AP
Konrad Adenauer (1949 - 1963)
A eleição do democrata-cristão Konrad Adenauer para primeiro chefe de governo da República Federal da Alemanha, em 15 de setembro de 1949, marcou o início de um longo processo de reestruturação política no país. Reeleito em 1953, 1957 e 1961, ele renunciou ao cargo aos 87 anos de idade, em 1963.