Alemães querem construir maior aeroporto da América Latina
21 de abril de 2002Duas empresas alemãs, Fraport e Hochtief, querem construir e operar o maior aeroporto da América Latina, a ser construído até 2006 na Cidade do México. O custo total da obra é estimado em US$ 5 bilhões, sendo que dois terços devem ser cobertos por investimentos privados.
Segundo o jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, no momento, o interesse da Fraport e da Hochtief concentra-se na licitação do primeiro lote de obras, no valor de 2,3 bilhões. Em duas semanas, o governo do presidente Vicente Fox pretende abrir concorrência pública para o chamado "plano mestre", que prevê um esboço básico do aeroporto. A licitação da obra propriamente dita está prevista para meados de 2003, informa o jornal.
Além da Fraport, que administra o aeroporto de Frankfurt, e da Hochtief (maior construtora alemã), estariam interessadas no projeto também as operadoras dos aeroportos de Paris, Madri, Londres e Copenhague.
Ainda há divergências entre os mexicanos e alemães quanto à forma da licitação. O ministro dos Transportes do México, Pedro Cerisola, disse a seu colega alemão, Kurt Bodewig, que pretende licitar os diferentes lotes da obra separadamente. A Alemanha, no entanto, prefere um pacote único. "Já fizemos boas experiências com soluções completas", disse Bodewig.
Cooperação - O diretor presidente da Hochtief, Hans Peter Keitel, disse que segmentar o projeto seria ineficiente. A Fraport tem opinião semelhante. "Queremos participar da construção do novo aeroporto, mas teríamos dificuldades de conseguir financiamentos para licitações picotadas. Um projeto global com a cooperação de parceiros locais seria a melhor solução", disse Andrea Pal, do departamento de aquisições e participações da Fraport.
Para a Fraport, este seria o segundo engajamento na América Latina, depois da construção do aeroporto de Lima, enquanto a Hochtief marcaria sua estréia em obras do gênero no continente. O futuro aeroporto da Cidade do México terá seis pistas de pouso e decolagem, um movimento previsto de 50 milhões de passageiros por ano e deve gerar 37 mil empregos. Ele substituirá o aeroporto Benito Juárez, localizado no leste da capital mexicana, e sobrecarregado pelo movimento atual de 22 milhões de passageiros.