Homem de 60 anos que vive no leste alemão é suspeito de ter tomado imunizante contra a covid-19 dezenas de vezes com o objetivo de vender certificados para céticos da vacinação.
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Um homem de 60 anos passou a ser investigado na Alemanha após se vacinar pelo menos 87 vezes contra a covid-19. Ele é suspeito de ter tomado os imunizantes dezenas de vezes com o objetivo de vender ilegalmente certificados de vacinação.
O suspeito, cujo nome não foi divulgado em acordo com as leis de privacidade alemãs, teria frequentado durante meses centros de vacinação no estado da Saxônia, até ser flagrado pela polícia no mês passado, segundo informou neste domingo (03/04) a agência alemã de notícias DPA.
O homem da cidade de Magdeburg não foi preso, mas passou a ser alvo de uma investigação por emissão não autorizada de certificados de vacinação e falsificação de documentos. Ele foi flagrado em um centro de vacinação em Eilenburg, ao comparecer para receber a dose do imunizante pelo segundo dia consecutivo.
A polícia apreendeu vários cerificados de vacinação em branco e abriu um inquérito contra o suspeito. Não se sabe qual o impacto das 87 doses de vacina de diferentes farmacêuticas no organismo do suspeito.
Suas ações despertaram suspeita pela primeira vez em um centro de vacinação em Dresden, segundo um porta-voz da Cruz Vermelha alemã. Os outros centros de vacinação da região foram então alertados para chamarem a polícia caso ele aparecesse para receber novas doses. Segundo as informações, ele se apresentava com seu nome verdadeiro.
Antivacinas tentam driblar restrições
As datas das aplicações foram registradas e puderam ser verificadas no sistema de saúde do estado. Segundo os dados, ele teria recebido pelo menos 87 doses desde meados de 2021.
Nos últimos meses, a polícia realizou várias operações para combater a falsificação de certificados de vacinação.
Algumas pessoas que são contra a vacina e se recusam a receber as doses tentam obter certificados falsos para driblar as restrições impostas pelas autoridades ao acesso a teatros, restaurantes, piscinas públicas e também aos locais de trabalho.
rc (AP, DPA)
As vacinas contra covid-19 aprovadas na UE
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) liberou cinco imunizantes para combater a pandemia causada pelo vírus Sars-Cov-2. Saiba de onde vêm e como funcionam.
Foto: Christof STACHE/AFP
Pfizer-Biontech (BNT162b2)
Desenvolvida pela alemã Biontech e produzida pela americana Pfizer, é uma vacina de RNA mensageiro (mRNA). Seu princípio é fazer o próprio corpo produzir a proteína do vírus. Depois que o material é injetado no corpo humano, ele instrui o organismo a produzir a proteína, incentivando a fabricação de anticorpos contra Sars-Cov-2. O produto exige a aplicação de duas doses.
Foto: Liam McBurney/REUTERS
AstraZeneca (AZD1222 ou ChAdOx1 nCoV-19)
A tecnologia usada chama-se vetor viral recombinante, que usa um adenovírus incapaz de causar doenças. No corpo humano, a vacina incentiva a produção da proteína do coronavírus, que o sistema imune reconhece como ameaça e destrói. Quando o Sars-Cov-2 infecta o organismo de verdade, o corpo reconhece e combate o vírus. São necessárias duas doses.
Foto: Marco Passaro/Independent Photo Agency Int./imago images
Moderna (mRNA-1273)
Também usa a tecnologia de RNA mensageiro, que imita a proteína spike, específica do vírus Sars-CoV-2, que ajuda na invasão das células humanas. A cópia não é nociva como o vírus, mas desencadeia uma reação das células do sistema imune. Ela também deve ser aplicada em duas doses. Como todas as vacinas contra covid-19, é aplicada em forma de injeção intramuscular.
Foto: Markus Mainka/dpa/picture-alliance
Janssen, da Johnson&Johnson (Ad26.COV2-S)
O produto da farmacêutica Janssen exige a aplicação de apenas uma dose. Sua tecnologia é baseada em vetores de um tipo de vírus que causa resfriado comum. Na vacina, parte da proteína das espículas do vírus é colocada no adenovírus (que é o transportador). No corpo vacinado, inicia-se um processo de defesa, com a produção de anticorpos contra o invasor e a criação de uma "memória" contra o vírus.
Foto: Michael Ciaglo/Getty Images
Nuvaxovid, da Novavax (NVX-CoV2373)
A quinta vacina aprovada pela União Europeia contra o coronavírus é a Nuvaxovid, fabricada pela americana Novavax. Ela é baseada em proteínas, ou seja, contém pequenas partículas proteicas do vírus Sars-CoV-2 produzidas em laboratório. Com isso, as proteínas atuam como anticorpos neutralizantes e, assim, bloqueiam o vírus causador de covid-19.