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Ajuda humanitária na 1ª pessoa

Sonja Gillert (av)30 de março de 2007

Após concluir o serviço militar, um alemão de 20 anos decidiu fazer algo "com sentido". Após seis meses em Homa Bay, já reuniu 25 mil euros para construir uma sala de cirurgias no hospital local.

Paul Schützeichel e um garoto queniano

O ambiente é abafado e há um mau cheiro no ar. Paul Schützeichel está chocado, ao pisar pela primeira vez o hospital estatal de Homa Bay, Quênia, em outubro de 2006. Os pacientes ficam espremidos, geralmente a dois numa mesma cama, e o chão das enfermarias parece gritar por uma faxina. Como sempre, o hospital está lotado, e totalmente incapacitado de suprir a região, com um milhão de habitantes.

Vaga esperança

Um mês antes da visita à clínica, Schützeichel chegara à capital Nairóbi como voluntário para ajuda humanitária. Ele não trazia mais do que um endereço no bolso e a vaga esperança de que seria recebido em Homa Bay, cidade no oeste do Quênia, à beira do Lago Vitória.

Após concluir o serviço militar, em agosto de 2006, ele não queria começar imediatamente os estudos universitários, mas sim empreender algo "com sentido", durante um ano. Através de Bernhard Folz, da associação Freunde für Afrika (Amigos para a África), estabeleceu contato com o bispo Philip, que encabeça a diocese de Homa Bay, o qual se declarou imediatamente disposto a aceitar o jovem de Krefeld.

Desde o primeiro dia, não lhe faltou o que fazer. "Como também me interesso por medicina, comecei bem rápido aqui no hospital." No St. Paul's Hospital, Paul Schützeichel aprendeu a realizar testes de gravidez e de aids, assim como de malária e tifo.

Faltam 20 mil euros para a sala de operações

Porém, após presenciar as condições do hospital estatal, o voluntário alemão decidiu aprofundar seu empenho. Ele se engajou pela construção de uma sala de operações no St. Paul's Hospital, um empreendimento com custos de 45 mil euros, incluindo o instrumentário. Uma sala para os médicos, instalações sanitárias e área de esterilização também fazem parte de seus planos.

Para reunir o mais depressa possível a quantia, pediu à sua família que o ajudasse, da Alemanha, com a arrecadação. Em sua antiga escola, os alunos vendem bolos e o faturamento vai para sala de operações no Quênia. E um grupo de teatro-kabarett doou para o mesmo fim todo o faturamento líquido de um grande evento.

A operação teve sucesso: em seis meses foram arrecadados 25 mil euros. Infelizmente, isso ainda não basta. "Para a reforma, precisamos de quase 20 mil euros."

Mantendo-se realista

Enquanto o jovem de apenas 20 anos espera reunir todo o dinheiro necessário para poder iniciar a construção da sala de operações, ele ajuda a criar uma clínica onde serão realizados testes de aids e pessoas soropositivas receberão aconselhamento. Ela é financiada com verbas da Freunde für Afrika e sua construção deverá estar concluída até o final de abril.

A ONG alemã action medeor também apóia o projeto de Paul Schützeichel. Norbert Vloet, responsável pelo trabalho de formação e divulgação, declara-se impressionado pelo grau de entusiasmo de voluntários como o rapaz de Krefeld.

Porém ele alerta que é preciso manter as iniciativas particulares dentro de dimensões realistas. "No caso de Schützeichel, não vejo este perigo, pois ele está integrado num projeto que trabalha in loco", ressalva Vloet.

Engajamento continua

Enorme gratidão: um sentimento que Paul Schützeichel recebe continuadamente dos habitantes de Homa Bay. Porém não é sempre fácil viver e trabalhar lá: muitos esperam mais ajuda do que ele pode humanamente fornecer. Nas negociações, o alemão conta felizmente com o apoio de um arquiteto queniano que viveu oito anos na Alemanha.

Schützeichel permanece em Homa Bay até final de agosto de 2007. Ele já considera o que fará depois disso, pois gostaria de continuar participando de projetos no local. Bernhard Folz já lhe fez uma proposta interessante: estar presente Homa Bay a intervalos regulares, a serviço da associação Freunde für Afrika.

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