Em cerimônia no Rio, Peter Scholze se torna o segundo alemão a receber prêmio para matemáticos de até 40 anos. Ele é um dos pesquisadores renomados do mundo nas áreas de geometria algébrica e aritmética.
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O alemão Peter Scholze, de 30 anos, foi agraciado nesta quarta-feira (01/08) com a Medalha Fields, conhecida com o "Nobel da Matemática", durante a abertura do Congresso Internacional de Matemáticos, realizado neste ano no Rio de Janeiro. O especialista é um dos pesquisadores mais renomados do mundo nas áreas de geometria algébrica e aritmética.
Scholze é professor no Centro Hausdorff da Universidade de Bonn. Há anos o matemático aparecia na lista de possíveis ganhadores da Medalha Fields. "Justamente porque sempre era falado por todos foi uma grande alegria e alívio ganhar o prêmio", afirmou Scholze ao jornal alemão Die Zeit.
O matemático vê o prêmio com a conquista de uma etapa e destaca que acabou de começar a pesquisa na disciplina. Seu trabalho é tão complexo que, segundo ele mesmo afirma, seria difícil conversar com outras pessoas sobre o tema.
Segundo a Universidade de Bonn, em sua pesquisa, Scholze conseguiu ampliar o espectro de método no limite das áreas de teoria dos números e geometria por meio de "espaços perfectoides" que ele mesmo descobriu. Essas novas estruturas possibilitam interpretar todos os números de uma forma melhor do que as figuras geométricas.
Scholze reconhece a dificuldade de explicar sua área de pesquisa a leigos. Até mesmos alguns de seus colegas têm dificuldade de entender. Em uma de suas palestras metade dos ouvintes deixou a sala antes do fim. "Não sou da opinião que tudo deve ser entendido na matemática”, afirmou à DW.
O matemático, que nasceu em Dresden, cresceu em Berlim. Para cursar a universidade se mudou para Bonn, onde terminou o bacharelado em um ano e meio, e o mestrado em dois semestres. Aos 24 anos, se tornou o professor mais jovem da Alemanha. Ao longo de sua carreira recebeu vários prêmios renomados como o Leibniz, da Sociedade Alemã de Pesquisa, e o Fermat, da Universidade de Toulouse.
O professor de Bonn é o segundo alemão a receber a Medalha Fields. O primeiro foi Gerd Faltings, em 1986. Além de Scholze, o pesquisador curdo-iraquiano Caucher Birkar, o italiano Alessio Figali e o australiano Akshay Venkatesh foram agraciados com o prêmio.
A Medalha Fields, oficialmente conhecida como Medalha Internacional de Descobrimentos Proeminentes em Matemática, é entregue a cada quatro anos desde 1936 a matemáticos com menos de 40 anos. De dois a quatro especialistas são escolhidos pelo júri para receber a premiação. Além da medalha, os agraciados recebem cerca de 10 mil euros.
Medalha furtada
Um outro ganhador da Medalha Fields na edição do Rio de Janeiro teve a premiação furtada cerca de 30 minutos após recebê-la.
O curdo-iraquiano Caucher Birkar, da Universidade de Cambridge, deixou a medalha, junto com sua carteira e celular, numa pasta em cima de uma mesa do centro de convenções onde ocorre o evento. Ao perceber o furto, ele acionou a equipe de segurança, que encontrou apenas a pasta jogada com o celular, mas sem a carteira e a medalha.
O Congresso Internacional de Matemáticos, organizador do evento, lamentou o furto da pasta de Birkar e afirmou que a polícia está investigando o caso. Imagens das câmeras de segurança do local estão sendo analisadas. Segundo o G1, um suspeito já teria sido identificado.
A medalha furtada mede 6,35 centímetros de diâmetro e é feita de ouro 14 quilates.
Há 150 anos nascia cientista que foi pioneira na pesquisa da radioatividade. Num período em que a ciência era dominada pelos homens, ela também foi a primeira pessoa a ser laureada com dois prêmios Nobel.
Foto: imago/United Archives International
Filha de educadores
Maria Salomea Sklodowska (no meio da foto, ao lado dos irmãos mais velhos Zosia, Hela, Josef e Bronya), mais tarde conhecida como Marie Curie, nasceu em 7 de novembro de 1867 em Varsóvia, quando a Polônia ainda fazia parte do Império Russo. O pai, Vladislav, era professor de matemática e física, e a mãe, Bronislava, era diretora de um colégio interno para meninas.
Foto: imago/United Archives International
Morte da mãe
A mãe, Bronislava, estudou no mesmo colégio interno para meninas onde mais tarde foi professora e diretora. Quando ela morreu, Maria tinha 13 anos.
Foto: imago/United Archives International
Melhor da classe
Maria terminou o ensino médio em 1883. Aos 15 anos, foi a melhor da classe. Mas naquela época a universidade era tabu para garotas na Polônia. Como seu pai não podia financiar um curso no exterior, ela dava aulas particulares a filhos de famílias ricas e ensinava filhos de camponeses a ler e escrever. Enquanto isso, frequentavas cursos organizados clandestinamente.
Foto: picture-alliance/dpa
Estudo em Paris e descoberta da radioatividade
Em 1891, ela se mudou para Paris, para estudar Física na Sorbonne. Na época, havia 23 mulheres entre os 1.825 estudantes da universidade. Foi nesse período que começou a ser chamada de Marie. Embora tivesse dificuldades com o idioma, ela passou em todas as provas. Em 1896, ela descobriu com o colega Henri Becquerell que o sulfato de potássio e uranila provocava manchas em chapas fotográficas.
Foto: picture-alliance/dpa
Paixão pelo colega de pesquisas
Em 1894, ela conheceu Pierre Curie, que então chefiava o laboratório de pesquisas da Escola Superior de Física e Química Industrial de Paris. A paixão comum pela pesquisa os aproximou tanto que eles se casaram em 26 de julho de 1895.
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Pesquisas com substâncias radioativas
Marie continuou pesquisando a radioatividade. Entre outros, com este equipamento, o eletrômetro piezoelétrico, que pode medir a condutividade elétrica do ar contendo o elemento rádio. Em 1898, Marie e Pierre, usando um espectroscópio, conseguiram provar a existência do Polônio. O nome da substância é uma homenagem ao país natal de Marie.
Foto: imago/United Archives International
A tese de doutorado
Em 1903, Marie Curie publicou sua tese de doutorado sobre substâncias radioativas, o que causou grande alvoroço na comunidade científica. Em questão de um ano, a tese foi traduzida para cinco idiomas e publicada 17 vezes. Nesta época começam a se manifestar no casal Curie os primeiros sintomas pela forte exposição à radiação.
Foto: gemeinfrei
O Nobel de Física
Ainda em 1903, o casal Curie recebeu o Prêmio Nobel de Física, "em reconhecimento aos extraordinários serviços que desenvolveram com suas pesquisas conjuntas sobre os fenômenos da radiação descobertos pelo professor Becquerel".
Foto: gemeinfrei
Duas órfãs de pai
A primeira filha de Marie, Irene, nasceu em 1897. A segunda, Ève, nasceu em 1904. O pai, Pierre, morreu dois anos mais tarde, atropelado por uma carruagem. Por recomendação da faculdade, Marie Curie assumiu a direção do laboratório dirigido pelo marido.
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Pioneira não só na pesquisa
Marie foi a primeira mulher no mundo a receber, em 1908, uma cátedra de Física. Ela lecionou no Instituto do Rádio, fundado por ela e o marido em Paris. O instituto foi fundamental na definição de padrões internacionais de medição da radioatividade. Em homenagem ao casal, a unidade de medida chama-se curie. Em 1911, ela ganhou o Nobel de Química pela descoberta dos elementos rádio e polônio.
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Contribuição durante a 1ª Guerra
Durante a Primeira Guerra Mundial, de 1914 a 1918, Marie dedicou-se em seu instituto a pesquisas para a medicina. Ela desenvolveu, por exemplo, unidades móveis de raio X, que os paramédicos podiam usar na frente de batalha. Na foto, aparecem Marie e a filha Irene com a Força Expedicionária Americana.
Foto: imago/United Archives International
Visita aos Estados Unidos
Em 1920, ela viajou aos Estados Unidos. A imprensa da época a celebrou mais como curandeira do que como pesquisadora. Além de visitar a Casa Branca (na foto, com o então presidente Warren Harding) e fazer um programa turístico, ela fez palestras a universitários e visitou institutos de pesquisa e empresas químicas.
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Empenho pela cooperação internacional
Durante a viagem, Marie Curie recebeu nove títulos honoris causa de universidades americanas. De volta à França, ela usou a fama para apoiar a recém-formada Liga das Nações e solicitar uma maior cooperação internacional no campo da pesquisa. Entre outras coisas, ela defendia diretrizes vinculativas para publicações, a proteção de direitos autorais e bolsas de estudo.
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Filha também ganhou Nobel
Marie morreu em 4 de julho de 1934, deixando a uma das filhas a paixão pela pesquisa. Irene, a mais velha, também se tornou uma física famosa. Na foto de 1963, ela aparece ao lado do marido, Jean-Frederic Joliot-Curie. Ambos receberam o Nobel de Química de 1935 pela descoberta da radioatividade artificial.