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Alemão de 30 anos recebe "Nobel da Matemática"

1 de agosto de 2018

Em cerimônia no Rio, Peter Scholze se torna o segundo alemão a receber prêmio para matemáticos de até 40 anos. Ele é um dos pesquisadores renomados do mundo nas áreas de geometria algébrica e aritmética.

Peter Scholze
Peter Scholze é professor na Universidade de Bonn Foto: DW/H. Kaschel

O alemão Peter Scholze, de 30 anos, foi agraciado nesta quarta-feira (01/08) com a Medalha Fields, conhecida com o "Nobel da Matemática", durante a abertura do Congresso Internacional de Matemáticos, realizado neste ano no Rio de Janeiro. O especialista é um dos pesquisadores mais renomados do mundo nas áreas de geometria algébrica e aritmética.

Scholze é professor no Centro Hausdorff da Universidade de Bonn. Há anos o matemático aparecia na lista de possíveis ganhadores da Medalha Fields. "Justamente porque sempre era falado por todos foi uma grande alegria e alívio ganhar o prêmio", afirmou Scholze ao jornal alemão Die Zeit.

O matemático vê o prêmio com a conquista de uma etapa e destaca que acabou de começar a pesquisa na disciplina. Seu trabalho é tão complexo que, segundo ele mesmo afirma, seria difícil conversar com outras pessoas sobre o tema.

Segundo a Universidade de Bonn, em sua pesquisa, Scholze conseguiu ampliar o espectro de método no limite das áreas de teoria dos números e geometria por meio de "espaços perfectoides" que ele mesmo descobriu. Essas novas estruturas possibilitam interpretar todos os números de uma forma melhor do que as figuras geométricas.

Scholze reconhece a dificuldade de explicar sua área de pesquisa a leigos. Até mesmos alguns de seus colegas têm dificuldade de entender. Em uma de suas palestras metade dos ouvintes deixou a sala antes do fim. "Não sou da opinião que tudo deve ser entendido na matemática”, afirmou à DW.

O matemático, que nasceu em Dresden, cresceu em Berlim. Para cursar a universidade se mudou para Bonn, onde terminou o bacharelado em um ano e meio, e o mestrado em dois semestres. Aos 24 anos, se tornou o professor mais jovem da Alemanha. Ao longo de sua carreira recebeu vários prêmios renomados como o Leibniz, da Sociedade Alemã de Pesquisa, e o Fermat, da Universidade de Toulouse.

O professor de Bonn é o segundo alemão a receber a Medalha Fields. O primeiro foi Gerd Faltings, em 1986. Além de Scholze, o pesquisador curdo-iraquiano Caucher Birkar, o italiano Alessio Figali e o australiano Akshay Venkatesh foram agraciados com o prêmio.

A Medalha Fields, oficialmente conhecida como Medalha Internacional de Descobrimentos Proeminentes em Matemática, é entregue a cada quatro anos desde 1936 a matemáticos com menos de 40 anos. De dois a quatro especialistas são escolhidos pelo júri para receber a premiação. Além da medalha, os agraciados recebem cerca de 10 mil euros.

Medalha furtada

Um outro ganhador da Medalha Fields na edição do Rio de Janeiro teve a premiação furtada cerca de 30 minutos após recebê-la.

O curdo-iraquiano Caucher Birkar, da Universidade de Cambridge, deixou a medalha, junto com sua carteira e celular, numa pasta em cima de uma mesa do centro de convenções onde ocorre o evento. Ao perceber o furto, ele acionou a equipe de segurança, que encontrou apenas a pasta jogada com o celular, mas sem a carteira e a medalha.

O Congresso Internacional de Matemáticos, organizador do evento, lamentou o furto da pasta de Birkar e afirmou que a polícia está investigando o caso. Imagens das câmeras de segurança do local estão sendo analisadas. Segundo o G1, um suspeito já teria sido identificado.

A medalha furtada mede 6,35 centímetros de diâmetro e é feita de ouro 14 quilates.

CN/afp/dpa/dw

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