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Alemanha é base para ações antiterror dos EUA, afirma imprensa

15 de novembro de 2013

Jornal e emissora alemã afirmam que agências americanas executaram operações mundiais antiterrorismo a partir de bases na Alemanha e que o país europeu há muito tempo faz parte da arquitetura de segurança dos EUA.

Foto: Getty Images

Os Estados Unidos organizaram operações de sequestro e tortura a partir de suas bases na Alemanha, no âmbito da luta contra o terrorismo, segundo pesquisas conjuntas da emissora alemã NDR e do jornal Süddeutsche Zeitung (SZ). Ambos começam a divulgar nesta sexta-feira (15/11) matérias sobre o assunto.

Além disso, segundo as informações apuradas, as forças de segurança norte-americanas prenderam suspeitos em aeroportos alemães; a pedido dos EUA, agentes alemães investigaram requerentes de asilo, além de coletar informações potencialmente relevantes para a seleção de alvos em ataques com drones (veículos aéreos não tripulados); e uma base da CIA em Frankfurt seria a encarregada da construção de prisões secretas para tortura. Os órgãos de imprensa não indicaram quando todas essas ações teriam ocorrido.

Segundo o jornalista John Goetz, da emissora NDR, as reportagens se baseiam em conversas com informantes e pesquisas em bancos de dados dos EUA. "Agentes de segurança americanos aposentados são muito faladores", comentou Goetz, que, juntamente com o autor Christian Fuchs, do SZ, também lançou nesta sexta-feira, em Hamburgo, um livro sobre o tema, intitulado Geheimer Krieg (guerra secreta).

Recentemente, Goetz acompanhou o deputado verde Hans-Christian Ströbele a Moscou, para um encontro com o whistleblower Edward Snowden. Agora, o Partido Verde exige que o governo alemão tome uma posição a respeito das revelações dos dois veículos nacionais de imprensa.

John Goetz (d) e Christian Fuchs lançam livro "Guerra secreta"Foto: picture-alliance/dpa

Alemanha "parte da arquitetura de segurança dos EUA"

Segundo os repórteres, até hoje uma empresa de segurança americana – que trabalha para a Agência de Segurança Nacional (NSA) e planejou voos de sequestro para a CIA – recebe contratos milionários do governo alemão.

Mais de 200 empresas dos EUA dispõem de permissão especial de Berlim para realizar, em solo alemão, operações de segurança sensíveis para seu país. Sem citar nomes, Christoph Heinzle, da rádio NDR, acusou, ainda, conexões entre as Forças Armadas dos EUA e instituições de ensino superior na Alemanha.

A cooperação investigativa entre a NDR e o SZ já transcorre há cerca de dois anos. "Queremos divulgar as revelações numa sequência bem rápida", disse Hans Leyendecker, chefe da equipe de jornalismo investigativo do jornal. No fim de maio deste ano, a NDR e o SZ haviam noticiado que os americanos também controlariam, a partir de bases militares na Alemanha, seus atentados usando drones, cuja licitude é controversa do ponto de vista do direito internacional.

Os repórteres confirmaram que veículos não tripulados americanos foram manipulados a partir de Stuttgart e Ramstein, matando supostos terroristas e também civis na África e no Oriente Médio. "A decisão sobre quem, quando e onde é executado é tomada em Stuttgart", afirmou Goetz.

A conclusão dos autores das investigações é: há muito tempo a Alemanha já é parte integrante da arquitetura mundial de segurança dos Estados Unidos.

AV/dpa/afp/ots

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