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Alemanha é homenageada na Feira do Livro do Cairo

(as)18 de janeiro de 2006

É a primeira vez que o evento apresenta um país convidado, numa retribuição ao convite feito ao mundo árabe pela Feira de Frankfurt em 2004. Ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, vai ao Egito.

Visitantes vêm de todos os países árabes em busca de bons preços e novidadesFoto: dpa

A presença do ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, no estande alemão no Cairo nesta quinta-feira (19/01), mostra que o convite foi levado muito a sério na Alemanha.

A impressão se confirma com a lista de organizadores (o Instituto Goethe, a Embaixada da Alemanha no Egito, a Feira do Livro de Frankfurt e a Deutsche Welle), de patrocinadores (a BMW e a operadora de telefonia celular Mobinil) e com o estande de 350 metros quadrados, quatro vezes maior que o dos anos anteriores e planejado por uma arquiteta.

Também representativa é a lista de escritores que estarão presentes: Além de Thomas Brussig, que já está escrevendo um diário sobre a cidade do Cairo a convite do Instituto Goethe, participarão da feira Christian Kracht, Julia Franck, Benjamin von Stuckrad-Barre, Selim Özdogan, Adel Karasholi. Convidado, o filósofo Jürgen Habermas, por motivo de saúde, não estará presente.

Multicultural

Thomas Brussig, que escreve um diário no site do Instituto GoetheFoto: dpa

Esses autores, a maioria jovens e, no caso de Özdogan e Karasholi, de ascendência estrangeira, deverão ajudar a cumprir a tarefa à qual o governo alemão se propõe: apresentar aos árabes uma Alemanha moderna, multicultural e receptiva a outras culturas. O slogan é "Uma língua – muitas culturas".


Para isso, eles participarão de leituras e mesas-redondas com autores árabes, numa verdadeira maratona de leituras egípcias e alemãs. Esses encontros podem resultar em debates acalorados com o público, principalmente se for abordada a maneira como a sociedade árabe é apresentada na mídia ocidental, alemã inclusive. Os árabes têm a impressão de serem sempre representados como islâmicos fundamentalistas.

Feira popular

Cairo receberá mais de 1 milhão de visitantesFoto: dpa

Diferentemente da Feira do Livro de Frankfurt, voltada ao mercado editorial mundial, a Feira do Livro do Cairo segue o modelo conhecido dos brasileiros: é dirigida ao público, como a Bienal do Livro de São Paulo ou a Feira do Livro de Porto Alegre.

Isso significa que não apenas a literatura ganha destaque. A programação paralela diversificada da feira inclui também exibições de filmes, exposições de obras de arte e apresentações de teatro de rua.

E os mais de 1 milhão de visitantes, vindos de todos os países árabes, não querem saber apenas dos lançamentos literários. Eles buscam também, e principalmente, descontos, seja nos preços de livros infantis, seja nos de novas e caprichadas edições do Alcorão.

A Feira do Livro do Cairo, na sua 38ª edição, teve início no dia 17 de janeiro e prossegue até 3 de fevereiro.

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