Alemanha: 140 mil trens não chegaram ao destino em 2017
7 de maio de 2018
Estatal Deutsche Bahn reconhece piora em serviço. Cerca de 43 mil conexões sequer saíram da estação, e quase 97 mil viagens não completaram o trajeto.
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O serviço da companhia ferroviária estatal alemã Deutsche Bahn teve no ano passado uma sensível piora em relação ao ano anterior. Segundo números divulgados nesta segunda-feira (07/05), 140 mil trens de empresa não chegaram a seu destino. A cifra representa um aumento em mais de 20 mil casos em relação a 2016.
A informação foi fornecida pelo Ministério dos Transportes em resposta ao questionamento do deputado do Partido Verde Matthias Gastel. O governo reconheceu pela primeira vez que os trens que foram cancelados não estão incluídos nas estatísticas de pontualidade da companhia.
"A pontualidade real da Deutsche Bahn é, portanto, ainda menor", ressaltou Gastel nesta segunda-feira.
O Ministério alemão dos Transportes afirmou, baseado em estatísticas da Deutsche Bahn, que cerca de 43 mil trens sequer saíram da estação no ano passado – 0,3% de todos os trens da companhia. Quase 97 mil trens deixaram a estação de partida, mas pararam no meio do caminho, uma taxa de 0,7%.
Uma porta-voz da Deutsche Bahn afirmou que o principal motivo para os cancelamentos foram as tempestades ocorridas no outono passado e "intervenções no tráfego ferroviário realizadas por terceiros”
Os números mostram um aumento de panes significativo em relação a 2016, embora em 2015 o número de panes, de quase 170 mil, tenha sido muito maior, enquanto 2014 teve cerca de 162 mil falhas de trens.
A Deutsche Bahn enfatizou que panes e cancelamentos de trens representam uma "exceção absoluta" e que a quota de viagens completas de todos os seus 24 mil trens diários de passageiros foi em média de mais de 99%.
O deputado Matthias Gastel, que é especialista em política de transportes, afirmou que o aumento do número de trens que não chegam a seu destino é uma "nova prova da política de transporte que prioriza o automóvel” do atual governo alemão. Segundo o político ambientalista, há necessidade de um maciço investimento no setor de transporte ferroviário.
MD/afp/dpa
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ICE, o trem-bala alemão, completa 25 anos
Carro-chefe dos trens rápidos alemães circulou pela primeira vez em 29 de maio de 1991. Na viagem inaugural, cinco trens, de Bonn, Hamburgo, Mainz, Stuttgart e Munique, se encontraram na então nova estação de Kassel.
Foto: Siemens AG
Rei dos trilhos
O ICE (InterCity Express) é um trem de alta velocidade que conecta as principais cidades da Alemanha e tem algumas linhas para o exterior. Com velocidade de até 300km/h, ele é uma das formas mais rápidas de viajar na Europa.
Foto: imago/imagebroker
Nova geração
A quarta geração do ICE foi apresentada em dezembro em Berlim e deverá começar a circular em 2017, após uma fase de testes. O novo ICE 4 (à direita na foto, ao lado do ICE 3) tem 350 metros de comprimento e capacidade para 830 passageiros.
Foto: picture-alliance/dpa/B. von Jutrczenka
TEE, o antecessor
Antes do ICE, existiu o Trans Europ Express (TEE). Este tipo de trem circulou entre 1957 e 1987 entre os países da então Comunidade Econômica Europeia, mais Áustria e Suíça. Ele só tinha vagões de primeira classe. Na foto, o lendário TEE "Rheingold".
Foto: Getty Images/J.Macougall
Atração turística
Assim era o vagão com bar do trem de luxo TEE "Rheingold" na década de 1960. Ainda hoje os fãs do mundo ferroviário podem fazer passeios neste trem e reviver o passado.
Foto: Imago
Trens voadores
Nos anos 1930, para concorrer com automóveis e aviões, a companhia ferroviária Deutsche Reichsbahn apostou nos trens movidos a diesel. Tão velozes que passaram a ser chamados "trens voadores", eles encurtaram de forma significativa as viagens entre cidades. Assim surgiu uma rede de transporte rápido, que serviu de base para o atual ICE.
Foto: Imago/Arkivi
Os primórdios do trem-bala
Já em 1903, um grupo de estudos do transporte rodoviário fazia testes com trens rápidos. Uma automotriz trifásica da Siemens atingiu 210 km/h no trecho de teste em Berlim, mas a tecnologia só seria desenvolvida depois da Primeira Guerra Mundial.
Foto: Siemens AG
Concorrência internacional
O mais rápido continua sendo o francês TGV (Train à Grande Vitesse, trem de alta velocidade). Ele também circula regularmente desde 1981. Sua mais nova versão, o AGV (Automotrice à Grande Vitesse, automotriz de grande velocidade), atingiu 574 km/h em 2007. Normalmente, no entanto, eles andam no máximo 320 km/h. Trens com a base do TGV circulam na Alemanha, Bélgica, Reino Unido, Suíça e Itália.
Foto: picture-alliance/dpa/C. Sasso
Velaro, sem locomotiva
A Siemens Velaro é uma família de trens de alta velocidade sem locomotiva, mas com a potência de tração distribuída. Há motores sob cada eixo. O mais rápido de todos da série é o Harmony CRH 380A, em circulação na China. Num teste em 2010 ele atingiu 486 km/h. O trem liga Pequim e Xangai com uma velocidade operacional de 380 km/h.
Foto: imago/UPI Photo
Japão, o pioneiro
Mas foi no Japão que o trem-bala começou a circular primeiro. Quando foi inaugurado, nos Jogos Olímpicos de 1964, o antecessor do Shinkansen já andava regularmente a 210 km/h. Hoje em dia, trens da nova geração, como o da foto, têm uma velocidade operacional de 320 km/h.
Foto: Reuters/Kyodo
No futuro, a 1200 km/h
O Hyperloop é um sistema de transporte pneumático que está sendo desenvolvido na Califórnia. Os estreitos vagões do Hyperloop flutuarão sobre um colchão de ar que eles mesmos formam ao se locomoverem em alta velocidade – que pode chegar a 1.225 km/h.