Alemanha abstém-se em resolução contra Israel
18 de setembro de 2003O objetivo da resolução era pressionar Israel a suspender a decisão de expulsar Arafat. Dos quinze membros do CSNU, os Estados Unidos foram o único a votar contra. A resolução teve onze votos favoráveis e três abstenções: Grã-Bretanha, Bulgária e Alemanha.
A posição americana, explicou o embaixador John Negroponte, qualificava a resolução de insuficiente, pelo fato de não condenar explicitamente os atentados de organizações terroristas como a Hamas e as brigadas Al-Aksa.
Os Estados Unidos estão convencidos de que o isolamento diplomático do presidente palestino é a melhor opção neste momento. O governo israelense considera que a oferta palestina de cessar-fogo não passa de um truque político.
A última vez que os Estados Unidos haviam utilizado o seu direito de veto no CSNU foi na dia 20 de dezembro de 2002, derrubando uma resolução que tecia críticas a Israel.
Posição alemã
– Ao justificar a abstenção, o embaixador alemão Gunter Pleuger disse que o CSNU não assumiu suas responsabilidades. Ele exortou Israel a voltar atrás na sua decisão de perseguir Arafat. O porta-voz palestino, Sajeb Erakat, foi enfático, afirmando que foi um dia negro na história das Nações Unidas.O voto de abstenção não reflete necessariamente a posição crítica da Alemanha a Israel, na questão palestina. Mas, tradicionalmente, a diplomacia alemã evita tomar posições unilaterais. E, no caso específico de Israel, a perseguição aos judeus durante o nazismo coloca a Alemanha numa situação delicada. Ainda hoje.
Foram poucas as ocasiões, em que a Alemanha votou contra Israel em resoluções da ONU. Uma delas foi em 1997, na Assembléia Geral, quando a República Federal da Alemanha condenou a política de colonização israelense na Cisjordânia e na parte oriental de Jerusalém.
Em maio de 1995, a Alemanha votou favoravelmente a uma resolução, no CSNU, que condenava as desapropriações israelenses em Jerusalém, considerado que estas violavam resoluções anteriores da ONU. Na ocasião, os Estados Unidos foram o único país a votar contra a resolução, fazendo uso do seu direito de veto.