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Alemanha acaba com seu maior prêmio musical

25 de abril de 2018

Indústria musical alemã decreta o fim da renomada premiação Echo, manchada após dupla de rappers ser laureada por disco com músicas com trechos antissemitas.

Os rappers Farid Bang (esq.) e Kollegah no tapete vermelho da cerimônia de premiação do Echo 2018Foto: picture-alliance/dpa/J. Kalaene

A indústria musical da Alemanha decidiu cancelar sua maior premiação, o Echo, depois que a cerimônia deste ano ficou manchada com a controversa premiação de melhor álbum de rap entregue para um disco repleto de letras polêmicas e de teor antissemita.

"A marca Echo foi tão danificada que um novo começo é necessário", disse um comunicado divulgado nesta quarta-feira (25/04) pela Associação Federal Alemã para a Indústria da Música (Bvmi, na sigla em alemão).

Os rappers Kollegah e Farid Bang ganharam o prêmio de melhor álbum de hip-hop e música urbana nacional com o álbum Jung Brutal Gutaussehend 3 (Jovem extremamente boa pinta 3, em tradução livre). O disco inclui a música 0815, na qual há o seguinte trecho: "Meus músculos são mais definidos do que os de um preso de Auschwitz". A premiação gerou indignação e protestos na Alemanha.

Desde então, a dupla de rappers se desculpou e sua gravadora doou cem mil euros para uma campanha contra o antissemitismo. No entanto, desde a polêmica premiação de 12 de abril, vários proeminentes músicos alemães, entre eles o maestro Daniel Barenboim e o influente roqueiro Marius Müller-Westernhagen, devolveram suas estatuetas em protesto. Os patrocinadores também anunciaram a retirada de seus apoios ao evento.

"Os acontecimentos que cercaram o Echo deste ano, pelos quais o conselho se desculpou, não podem ser revertidos, mas podemos garantir que tal erro não volte a ocorrer no futuro", disse o comunicado da Bvmi. A associação explicou que os trabalhos para a criação de um novo prêmio com um novo nome começam em junho.

Após a cerimônia de premiação deste ano, realizada em Berlim, em 12 de abril, o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, também criticou a premiação.

"Provocações antissemitas não merecem ganhar prêmios, elas são simplesmente desprezíveis. Que este prêmio tenha sido concedido num dia de memória do Holocausto é vergonhoso", disse, numa mensagem em seu Twitter.

O Comitê Internacional de Auschwitz descreveu a participação dos rappers na cerimônia de premiação do Echo como um "tapa na cara" dos sobreviventes do mais infame campo de concentração da era nazista.

PV/dpa/afp

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