740 integrantes do grupo ambientalista Última Geração estariam sob a mira da polícia, sobretudo por danos à propriedade e coerção. Para ministra alemã do Interior, atividades são contraproducentes para a causa climática.
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O governo alemão registrou 580 delitos cometidos pelo grupo de ativismo do clima Letzte Generation (Última Geração), que tem procurado chamar a atenção para a problemática por métodos de protestos controversos – como grudar-se ao asfalto ou cimento das ruas usando cola instantânea.
"Temos que tratar a crise climática como uma crise"
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A maioria dos delitos registrados envolve coerção e danos à propriedade. Desde o começo de 2022, "740 indivíduos chamaram a atenção da polícia", afirmou a ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, na edição deste domingo (11/06) do semanário Bild am Sonntag. Ela defendeu a intervenção policial, frisando que ativistas não estão acima da lei e não podem "violar os direitos alheios".
Os membros do Letzte Generation contra-argumentam que seus próprios direitos estão sendo violados por companhias, autoridades e indivíduos que deixem de tomar as medidas necessárias para proteger o meio ambiente, aumentando assim a probabilidade de catastróficos efeitos futuros das mudanças climáticas.
Segundo Faeser, contudo, os métodos do grupo "não ajudam em absoluto na proteção climática", pelo contrário: os ativistas estariam causando "danos maciços" à própria capacidade de serem aceitos ou de conscientizar o público.
Última Geração, empresa criminosa?
Considerando-se a última geração humana antes de as mudanças climáticas atingirem o ponto sem retorno, o Letzte Generation exige que Berlim aja mais rápido e formule um plano para cumprir a meta internacional de limitar o aquecimento global a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais.
Ele tem feito manchetes, por exemplo, com bloqueios de trânsito, em que os participantes colaram as mãos nas ruas, ou ao jogar sopa e tinta em quadros famosos – embora sem causar danos diretos, por as obras de arte estarem protegidas por vidro ou plástico.
Na quinta-feira, um de seus integrantes foi multado em 400 euros (R$ 2.100) por danos à propriedade no contexto de uma manifestação no Auditorium Maximum (Audimax) da Universidade de Hamburgo. Na véspera, na ilha de Sylt, no Mar do Norte, seus manifestantes cobriram totalmente um jato particular de tinta cor-de-laranja.
Em maio, a polícia alemã realizou batidas a diversos locais relacionados ao grupo ambientalista, por suspeita de estarem ajudando a financiar uma empresa criminosa.
av (AFP,DPA)
As principais florestas do mundo precisam de proteção
Na COP26, 100 países se comprometeram a acabar com o desmatamento e revertê-lo até 2030. Quais são as ameaças às florestas mais importantes do mundo?
Foto: Zoonar/picture alliance
Floresta Amazônica
A floresta amazônica é um importante sumidouro de carbono e um dos lugares com maior biodiversidade do mundo. Mas décadas de exploração intensa e criação de gado dizimaram cerca de 2 milhões de quilômetros quadrados, e menos da metade do que restou está sob proteção. Um estudo recente mostrou que algumas partes da Amazônia agora emitem mais dióxido de carbono do que absorvem.
Foto: Florence Goisnard/AFP/Getty Images
Taiga
Esta floresta subártica nórdica, composta principalmente de coníferas, se estende pela Escandinávia e por grandes partes da Rússia. A conservação da taiga varia de país para país. Na Sibéria Oriental, por exemplo, a rígida proteção da era soviética deixou a paisagem praticamente intacta, mas a crise econômica que se seguiu na Rússia gerou níveis cada vez mais destrutivos de extração madeireira.
Foto: Sergi Reboredo/picture alliance
Floresta Boreal do Canadá
As taigas subárticas da América do Norte são conhecidas como florestas boreais e se estendem do Alasca ao Quebec, cobrindo um terço do Canadá. Cerca de 94% das florestas boreais do Canadá estão em terras públicas controladas pelo governo, mas apenas 8% são protegidas. O país, um dos principais exportadores mundiais de produtos de papel, derruba delas cerca de 4 mil km2 por ano.
Foto: Jon Reaves/robertharding/picture alliance
Floresta Tropical da Bacia do Congo
O Rio Congo nutre uma das florestas tropicais mais antigas e densas do mundo, abrigando alguns dos animais mais icônicos da África, entre os quais gorilas, elefantes e chimpanzés. Mas a região também é rica em petróleo, ouro, diamantes e outros minerais valiosos. A mineração e a caça impulsionaram seu rápido desmatamento. Se não houver mudanças, a mata desaparecerá totalmente até 2100.
Foto: Rebecca Blackwell/AP Photo/picture alliance
Florestas Tropicais de Bornéu
A região ecológica de 140 milhões de anos se expande por Brunei, Indonésia e Malásia e abriga centenas de espécies ameaçadas, como o orangotango vermelho e o rinoceronte de Sumatra. Grandes áreas são degradadas pela exploração de madeira, azeite de dendê, celulose, borracha e minerais. O desmatamento proporcionou acesso a áreas remotas, impulsionando o comércio ilegal de animais selvagens.
Foto: J. Eaton/AGAMI/blickwinkel/picture alliance
Floresta de Primorie
Localizada no extremo leste da Rússia, a floresta de coníferas abriga o tigre siberiano e dezenas de outras espécies ameaçadas de extinção. Por ficar junto ao Oceano Pacífico, a floresta tem condições tropicais no verão e clima ártico no inverno. Sua localização isolada e esforços de preservação a deixaram em grande parte intacta, mas a expansão do corte comercial tornou-se uma ameaça crescente.
Foto: Zaruba Ondrej/dpa/CTK/picture alliance
Floresta temperada valdiviana
A floresta valdiviana cobre uma estreita faixa de terra de Chile e Argentina, na costa do Pacífico. Árvores perenes, de crescimento lento e longa vida, dominam partes da floresta, mas sua extração extensiva ameaça a vegetação endêmica, que está sendo substituída por pinheiros e eucaliptos de rápido crescimento, mas incapazes de sustentar a biodiversidade da região.
Foto: Kevin Schafer/NHPA/photoshot/picture alliance