Berlim admite desconhecer número de refugiados acolhidos
12 de novembro de 2015
Governo alemão reconhece não ter registro exato de migrantes recebidos em seus centros de acolhida provisória desde início da crise migratória. Representante da oposição classifica falta de dado como "vergonhosa".
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O governo alemão admitiu não saber o número exato de refugiados acolhidos pelo país desde o início da crise migratória. As autoridades não dispõem de "um panorama geral sobre o número de requerentes de asilo em centros de acolhimento", disse Ole Schröder, Secretério de Estado Parlamentar do Ministério do Interior, segundo a edição desta quinta-feira (12/11) do jornal Süddeutsche Zeitung.
A informação foi obtida após um questionamento formal enviado pela deputada do Partido Verde Renate Künast ao Ministério do Interior. Künast afirmou ao periódico ser "vergonhoso" que o governo alemão não saiba o número atual de migrantes acolhidos nas instalações de recepção provisória de refugiados no país. "Como é possível que uma política para refugiados funcione, se não há sequer um registro estatístico que funcione", reclamou a parlamentar oposicionista.
O Ministério do Interior alemão também reconheceu não saber quantas pessoas foram distribuídas entre os municípios alemães. Künast criticou as novas medidas de restrição de asilo determinadas por Berlim e afirmou que o governo deveria se concentrar em "fazer seu trabalho de casa", ao invés de criar novas regras para restringir o direito dos imigrantes.
O ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, tem sido alvo de críticas nos últimos dias, inclusive dentro do próprio governo, devido a novas regras para requerentes de asilo, sobretudo as que afetam refugiados sírios.
Num debate parlamentar na quarta-feira, ele defendeu sua decisão de voltar a aplicar a chamada "regra de Dublin" para os requerentes de asilo sírios. "Nosso objetivo é retomar os procedimentos ordenados de entrada", afirmou De Maizière no plenário.
Segundo a decisão, os requerentes de asilo sírios podem ser devolvidos ao Estado pelo qual entraram na UE. Por causa do aumento acentuado no número de refugiados, esse procedimento foi suspenso temporariamente em agosto, em relação aos sírios, e retomado em outubro, ressaltou o ministro.
Os sociais-democratas, que integram a coalizão governamental, reagiram com surpresa, alegando que a decisão foi tomada repentinamente, sem ter recebido aprovação prévia da chancelaria federal e dos parceiros de coalizão.
MD/dpa/epd/afp
Dez regras sociais da Alemanha que todo estrangeiro deveria conhecer
Chegar na Alemanha pode ser um choque cultural para muitos estrangeiros. Conheça algumas leis e normas sociais que podem ajudar refugiados a se ajustar à nova realidade.
Foto: picture alliance
Respeite as diferenças
A sociedade alemã é construída com base no respeito e na tolerância. Os cidadãos são livres para seguir suas próprias preferências religiosas, sexuais, entre outras, desde que não violem os direitos de terceiros nesse processo. Homossexuais são respeitados, assim como pessoas de diferentes religiões – ou mesmo aquelas que não seguem religião nenhuma.
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Respeite os direitos das mulheres
Na Alemanha, mulheres têm os mesmos direitos que os homens. Muitas vezes, elas são tão bem sucedidas em suas carreiras quanto eles. Mulheres podem se vestir como quiserem – seja uma roupa reservada ou uma mais ousada. A violência contra a mulher é proibida, e a lei vale naturalmente também dentro dos casamentos.
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Não trabalhe sem permissão
Diferente de alguns países do Oriente Médio, da África, trabalhar na Alemanha sem uma permissão de trabalho é contra a lei. Se alguém for pego trabalhando nessa situação pode ser multado ou até mesmo preso. Não vale a pena arriscar.
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Pague os impostos
O sistema tributário alemão é bastante complicado. Ainda assim, não pagar impostos é ilegal. De acordo com a lei, é considerado um "roubo contra a comunidade". O pagamento de impostos é obrigatório, assim como o voto é um direito do cidadão. Estrangeiros que trabalham na Alemanha também precisam pagar impostos.
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Crianças não podem apanhar
Bater em crianças na Alemanha é uma infração penal. Em casa ou na escola, o castigo que envolve violência, seja palmada ou pressão psicológica, não é aceito como uma forma de educar os pequenos. A lei é clara: "As crianças têm o direito de uma criação livre de violências. Punição física ou psicológica e outros tratamentos degradantes são proibidos".
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...e elas têm de ir à escola
Crianças em idade escolar não podem ficar em casa – muito menos trabalhar. Ao completar seis anos, elas precisam estar registradas em uma escola e comparecer às aulas. A partir daí, são pelo menos mais dez anos de estudos. Dispensas escolares por motivos religiosos não são permitidas na Alemanha.
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Cuide do meio ambiente
Proteger o meio ambiente é importante para a maioria dos alemães. Muita verba tem sido investida na limpeza de rios e na melhoria da qualidade do ar. Reciclar também é importante. O lixo é cuidadosamente separado: papel, plástico, resíduos de comida e outros objetos não recicláveis devem ser jogados em lixeiras específicas, separadas por cores.
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Não faça barulho demais
Mesmo que você esteja em seu apartamento, curtindo a companhia de amigos que não vê há muito tempo, é de bom tom se preocupar com o barulho – evitando, assim, incomodar os vizinhos. Durante a noite, especificamente, isso pode rapidamente virar caso de polícia. Na Alemanha, é preciso manter o silêncio em casa entre as 22h e as 6h.
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O que vale é o preço da etiqueta
O ato de negociar preços mais baixos, ou pechinchar, faz parte da cultura de muitos países. Na Alemanha, porém, assim como no Brasil, o que vale é o preço determinado na etiqueta – seja em supermercados, farmácias ou na maioria das lojas. A internet, por outro lado, é um ótimo lugar para se procurar por descontos.
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Não chegue perto demais
Em muitas culturas, é comum abraçar, beijar e dar presentes às crianças da vizinhança. Mas, na Alemanha, tudo depende da permissão dos pais. Na dúvida, é melhor não se aproximar demais das crianças, mesmo que elas pareçam amigáveis com estranhos.