Alemanha afrouxa regras para Portugal e Reino Unido
6 de julho de 2021
Também serão flexibilizadas restrições de entrada para pessoas vindas de Índia, Nepal e Rússia. Os cinco países deixarão de ser classificados como áreas de variantes do coronavírus, categoria que ainda inclui o Brasil.
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O Instituto Robert Koch (RKI), a agência governamental alemã para o controle e prevenção de doenças infecciosas, informou nesta segunda-feira (05/07) que a partir de quarta-feira Portugal, Reino Unido, Rússia, Índia e Nepal terão seu status alterado de "áreas de variantes do vírus" para "áreas de alta incidência de covid-19".
Isso significa que será possível a entrada na Alemanha de todas as pessoas destes países, observando o seguinte: os completamente vacinados e os recuperados da doença não precisarão fazer quarentena; para os demais, o período de quarentena será reduzido para dez dias (para áreas de variantes são 14 dias); e com um segundo teste, o período pode ser encurtado mais ainda, para cinco dias.
A Índia havia sido classificada pela Alemanha como área de variante do vírus no final de abril. Em maio, seguiram-se Nepal e Reino Unido. Portugal e Rússia entraram para esta categoria em 29 de junho.
A chanceler federal alemã, Angela Merkel, já havia anunciado uma flexibilização das regras na semana passada, mas sem citar os países ou uma data específica. Uma semana antes, na cúpula da União Europeia em Bruxelas, ela havia pressionado em vão por regras de viagem comuns entre os países do bloco para conter a propagação da variante delta, mais contagiosa.
A variante também está difundida na Alemanha, mesmo que os números de infecções sejam significativamente menores do que em Portugal e no Reino Unido.
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Brasil continua sendo área de variante
Com a mudança na classificação dos cinco países citados, o número de áreas de risco por causa de variantes do coronavírus foi reduzido de 16 para 11. Brasil, Uruguai, África do Sul e outros países da África continuam na lista alemã. O Brasil foi incluído na categoria em 19 de janeiro, após o surgimento da variante gama (P.1).
Para esses países considerados de alto risco por causa de variantes do coronavírus, vale o seguinte: companhias aéreas, de ônibus ou trens não podem transportar para a Alemanha pessoas de países de variantes do vírus Sars-Cov-2, a não ser cidadãos alemães ou pessoas com residência na Alemanha.
Segundo a Embaixada da Alemanha no Brasil, a proibição da entrada também prevê exceções para cônjuges, companheiros (residentes na mesma casa) e filhos menores de cidadãos alemães e de pessoas que tenham residência e direito de permanência na Alemanha.
Há exceções ainda, por exemplo, para profissionais do setor do transporte de bens, da saúde e pessoas que viajam para a Alemanha por razões humanitárias e urgentes (como em caso de nascimento de um filho próprio e em caso de tratamento médico) comprovadas através de visto ou declaração consular.
Essas pessoas precisam cumprir quarentena de 14 dias ao chegarem à Alemanha, mesmo que tenham tomado as duas doses da vacina ou tenham se recuperado da doença.
rw/lf (AFP, DPA)
As variantes do novo coronavírus
Para evitar a estigmatização e a discriminação dos países onde as variantes do Sars-Cov-2 foram detectadas pela primeira vez, a OMS padronizou seus nomes conforme letras do alfabeto grego.
Foto: Sascha Steinach/ZB/picture alliance
Várias denominações para uma cepa
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que as novas variantes do coronavírus passam a ser chamadas por letras do alfabeto grego e não devem mais ser identificadas pelo local onde foram detectadas pela primeira vez. Cientistas criticavam ainda que estavam sendo usados vários nomes para a cepa descoberta na África do Sul, como B.1.351, 501Y.V2 e 20H/501Y.V2.
Foto: Christian Ohde/CHROMORANGE/picture alliance
Nomes científicos continuam válidos
A OMS pediu que os países e a imprensa passem a adotar a nova nomenclatura das variantes e evitem associar novas cepas aos locais de origem. A organização acrescentou, porém, que as novas denominações não substituem os nomes científicos, que devem continuar sendo usados em trabalhos acadêmicos.
Foto: Reuters/D. Balibouse
Variante alfa
A variante B.1.1.7 foi detectada em setembro de 2020 no Reino Unido e se espalhou pelo mundo. Segundo um estudo publicado em março na "Nature", há evidências de que a variante alfa seja 61% mais mortal do que o vírus original. Entre homens com mais de 85 anos, o risco de morte aumenta de 17% para 25%. Para mulheres da mesma faixa etária, de 13% para 19%, nos 28 dias posteriores à infecção.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante beta
Pesquisadores identificaram a variante B.1.351 em dezembro de 2020 na África do Sul. A cepa atinge pacientes mais jovens e é associada a casos mais graves da doença. Os cientistas sequenciaram centenas de amostras de todo o país desde o início da pandemia e observaram uma mudança no panorama epidemiológico, "principalmente com pacientes mais jovens, que desenvolvem formas graves da doença".
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante gama
A variante P.1 foi detectada pela primeira vez em 10 de janeiro de 2021 pelo Japão em passageiros vindos de Manaus. Originária do Amazonas, ela se espalhou pelo Brasil e outros países vizinhos. A cepa possui 17 mutações, três das quais estão na proteína spike. São provavelmente essas últimas que fazem com que o vírus possa penetrar mais facilmente nas células para então se multiplicar.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante delta
A variante B.1.617, detectada em outubro de 2020 na Índia, causa sintomas diferentes dos provocados por outras cepas, é significativamente mais contagiosa e aparentemente aumenta o risco de hospitalização, segundo sugeriram estudos. "O vírus se adapta de forma inteligente. Muitos doentes recebem resultados negativos nos testes, mas desenvolvem sintomas graves", explicou um médico de Nova Déli.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante ômicron
A nova variante B.1.1.529, batizada de ômicron pela Organização Mundial da Saúde, foi descoberta em 11 de novembro de 2021 em Botsuana, que faz fronteira com a África do Sul, onde a cepa também foi encontrada. A ômicron contém 32 mutações na chamada proteína "spike" (S), número considerado extremamente alto. Cientistas avaliam que essa variante se dissemina mais rapidamente do que as anteriores.
Foto: Andre M. Chang/Zuma/picture alliance
A busca pela padronização
O novo padrão foi escolhido após "uma ampla consulta e revisão de muitos sistemas de nomenclatura", afirma a OMS. O processo durou meses e entre as sugestões de padronização estavam nomes de deuses gregos, de religiões, de plantas ou simplesmente VOC1, VOC2, e assim por diante.
Foto: Ohde/Bildagentur-online/picture alliance
Nomes e apelidos polêmicos
Desde o início da pandemia, os nomes utilizados para descrever o Sars-Cov-2 têm provocado polêmica. O ex-presidente americano Donald Trump costumava chamar o novo coronavírus de "vírus da China", como forma de tentar culpar o país asiático pela pandemia. O vírus foi detectado pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan.
Foto: picture-alliance/AA/A. Hosbas
Novas cepas podem ser mais perigosas
Mutações em vírus são comuns, mas a maioria delas não afeta a capacidade de transmissão ou de causar manifestações graves de doenças. No entanto, algumas mutações, como as presentes nas variantes do coronavírus originárias do Reino Unido, da África do Sul e do Brasil, podem torná-lo mais contagioso.
Foto: DesignIt/Zoonar/picture alliance
Associação ao local de origem
Historicamente, vírus novos costumam ganhar nomes associados ao local de descoberta, como o ebola, que leva o nome de um rio congolês. No entanto, esse padrão pode ser impreciso, como é o caso da gripe espanhola de 1918. As origens desse vírus são desconhecidas, mas acredita-se que os primeiros casos tenham surgido no estado do Kansas, nos Estados Unidos.
Foto: picture-alliance/National Museum of Health and Medicine