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Alemanha aliviada com dissolução do Parlamento

(sm)22 de julho de 2005

Políticos de todos os partidos aprovam decisão do presidente de dissolver o Parlamento alemão. As reações à convocação de eleições antecipadas para 18 de setembro.

Alemanha elegerá novo Bundestag em setembroFoto: AP
Gerhard SchröderFoto: AP

Após o anúncio da dissolução do Parlamento em Berlim pelo presidente Horst Köhler, o chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, declarou considerar as eleições parlamentares de 18 de setembro uma chance para a continuidade de suas reformas. Além de qualificar a decisão de Köhler de "soberana", Schröder reiterou que vai lutar com todas as energias pelo voto de confiança do eleitorado.

O presidente do Parlamento alemão, Wolfgang Thierse (SPD), confirmou seu respeito à decisão do presidente. Ele se declarou grato "pelo fato de Köhler ter deixado bastante claro que a dissolução do Parlamento tem respaldo constitucional e não representa um truque ou um jogo absurdo do chanceler federal". Thierse apelou por uma campanha eleitoral justa e rica em argumentos.

Werner SchulzFoto: AP

Os verdes, parceiros do partido de Schröder na coalizão de governo, também consideram a decisão boa para o país. Para Reinhard Bütikofer, um dos presidentes do Partido Verde, as eleições parlamentares representam uma tomada de rumo decisiva. O parlamentar verde Werner Schulz, por sua vez, pretende entrar com um recurso contra a antecipação das eleições junto ao Tribunal Constitucional Federal. Diante das dificuldades nacionais e internacionais, ele rejeita a convocação de novas eleições no momento. Os políticos alemães consideram mínimas as chances de o Tribunal anular a dissolução do Parlamento.

A candidata da oposição democrata-cristã às eleições parlamentares, Angela Merkel (CDU), comemorou a dissolução do Parlamento como chance de um recomeço político na Alemanha. O presidente da União Social Cristã (CSU), Edmund Stoiber, também se mostrou animado com a chance de uma virada política, acrescentando que isso corresponde à vontade da maioria da população. O presidente do Partido Liberal (FDP), Guido Westerwelle, disse que a decisão de dissolver o Parlamento "põe fim ao impasse em que o país se encontra e permite à população acabar com a paralisia política gerada pela coalizão de governo social-democrata e verde".

Gregor GysiFoto: AP

O candidato socialista Gregor Gysi (PDS) considera urgente e constitucional a decisão de convocar novas eleições. Na sua opinião, qualquer outra atitude teria desencadeado uma crise estatal, "já que o governo não tem mais capacidade de ação".

O empresariado alemão considera a convocação de novas eleições uma chance de ruptura e crescimento econômico. O presidente da Confederação da Indústria Alemã (BDI), Jürgen Thumann, declarou que o mais importante seria eleger um novo governo "com coragem, força e fôlego para suprir as deficiências e explorar os fortes do país".

Para a Confederação dos Sindicatos Alemães, a opção por novas eleições "encerra uma fase de insegurança e estagnação que o país não pode mais se dar ao luxo de enfrentar". Os sindicatos apelam por uma maior determinação política em gerar empregos e promover crescimento econômico. Os representantes dos trabalhadores alertaram que todos os partidos serão avaliados pelos eleitores de acordo com o grau de justiça de suas reformas sociais.

A grande maioria da população alemã também endossa a decisão do presidente em dissolver o Parlamento. De acordo com uma enquete da emissora ARD, 78% dos alemães são favoráveis à antecipação das eleições e apenas 15% são contra. Entre os que favorecem um novo pleito em breve encontram-se adeptos de todos os partidos. Entre os eleitores democrata-cristãos, 87% consideram as eleições bem-vindas; entre os social-democratas, 75%.

O diário suíço Neue Zürcher Zeitung avaliou da seguinte forma os acontecimentos políticos na Alemanha: "Com sua decisão de antecipar as eleições, o presidente Köhler corre o risco de que esta solução seja considerada inconstitucional pela Justiça, já que a negação do voto de confiança do Parlamento a Schröder foi uma encenação artificial. Do ponto de vista meramente jurídico, este argumento dificilmente pode ser refutado. No entanto, este tipo de questão depende das realidades práticas e de experiências amadurecidas. E as duas únicas experiências com o arranjo de eleições antecipadas (em 1972, com Willy Brandt, e em 1983, com Helmut Kohl) mostram que a estabilidade política na Alemanha – ao contrário da República de Weimar, cujos fundamentos eram pouco sólidos – não vai sair enfraquecida disso, mas – muito pelo contrário – fortalecida".

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