Alemanha apoia adesão de Suécia e Finlândia à Otan
3 de maio de 2022
Olaf Scholz se reúne com líderes dos dois países e garante respaldo de Berlim, em meio a ameaças da Rússia.
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A Alemanha apoiará a admissão da Finlândia e da Suéciana Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), caso esses países enviem um pedido de adesão à aliança militar.
O chanceler federal alemão, Olaf Scholz, confirmou o respaldo de seu país em uma reunião nesta terça-feira (03/05) com as primeiras-ministras da Finlândia, Sanna Marin, e da Suécia, Magdalena Andersson. O encontro ocorreu paralelamente a uma reunião do gabinete do governo alemão no castelo de Meseberg, próximo a Berlim.
"Está claro que, se esses dois países decidirem que desejam se tornar parte da Otan, podem contar com nosso apoio", assegurou Scholz, acrescentando que a Alemanha apoia ambas as nações de modo geral, independentemente de sua entrada ou não na aliança.
Após a invasão russa na Ucrânia, as duas nações escandinavas passaram a considerar deixar de lado a neutralidade e ingressar na Otan, em razão de sua proximidade geográfica com a Rússia e em meio a temores de que Moscou possa promover uma expansão do conflito para outras regiões da Europa.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, garantiu a rapidez do processo de adesão desses dois países, caso eles entrem com o pedido.
A Finlândia estaria próxima de formalizar o pedido de adesão. A decisão final deve ser tomada no dia 12 de maio. Em Meseberg, Marin afirmou que as sanções à Rússia impostas pela União Europeia (UE) devem ser reforçadas. "A liderança alemã agora é mais importante do que nunca", ressaltou a premiê finlandesa.
Por sua vez, Andersson anunciou que a Suécia deve, tão logo quanto possível, aumentar seu orçamento na área da defesa para 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, conforme a meta exigida aos países-membros da Otan.
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Scholz acusa Putin de "imperialismo"
Scholz acusou Moscou de romper com o princípio fundamental de não alterar as fronteiras internacionais com o uso da força. "Ninguém, portanto, pode presumir que o presidente russo [Vladimir Putin] e seu governo não vão violar outras leis internacionais através da violência", afirmou.
O chanceler disse que que a Alemanha também deve aumentar permanentemente para 2% de seu PIB os gastos com a defesa.
"A política de Putin é imperialista. Ele olha para os vizinhos da Rússia como se fossem o seu quintal; ele quer expandir seu território e lançar mão da força para redesenhar fronteiras", afirmou, em entrevista à revista alemã Stern.
Scholz, porém, desmentiu que Putin tenha ameaçado a Alemanha com um ataque nuclear durante um telefonema entre ambos. "Isso é absurdo", afirmou.
O chanceler, entretanto, admitiu que a Rússia é, de fato, uma potência nuclear, e que as ameaças de Moscou devem ser levadas a sério. "É nosso dever impedir que essas armas sejam utilizadas", ressaltou.
rc /cn(DPA, Reuters)
Sanções do Ocidente atingem círculo íntimo de Putin
Em reação à invasão da Ucrânia, UE, EUA e outros países ocidentais impuseram sanções severas à economia russa e aos associados do presidente Vladimir Putin. Quem são os bilionários atingidos?
Foto: Christian Charisius/dpa/picture alliance
Igor Sechin
Sechin é ex-primeiro-ministro da Rússia e diretor executivo da estatal petroleira Rosneft. No documento da União Europeia relativo às sanções, ele é descrito como "um dos assessores mais próximos e amigo pessoal" de Vladimir Putin. Além disso, apoia a consolidação da anexação ilegal da Crimeia à Rússia, sobretudo com o envolvimento da Rosneft no fornecimento de combustível à península.
Foto: Alexei Nikolsky/Russian Presidential Press and Information Office/TASS/picture alliance
Alisher Usmanov
Nascido no Uzbesquistão, Usmanov é magnata de metais e telecomunicação. A UE o cita como um dos oligarcas favoritos de Putin, tendo pago milhões a um de seus principais assessores, hospedado o presidente russo em sua luxuosa residência pessoal, além de atuar em sua "linha de frente" e "resolver seus problemas de negócios". Os EUA e o Reino Unido também o acrescentaram a suas listas negras.
Foto: Alexei Nikolsky/Kremlin/Sputnik/REUTERS
Mikhail Fridman e Petr Aven
A UE descreveu Fridman (c.) como "importante financiador e facilitador do círculo íntimo de Putin". Ele e seu parceiro de longa data Aven (dir.) lucraram bilhões de dólares com petróleo, transações bancárias e comércio de varejo, segundo a agência de notícias Reuters. A UE acrescenta que Aven é um dos homens de negócios russos ricos que se reúnem regularmente com Putin no Kremlin.
Foto: Mikhail Metzel/ITAR-TASS/imago
Negando conexões com Putin e o Kremlin
Numa coletiva de imprensa após o anúncio pela UE, tanto Fridman quanto Aven (dir.) negaram ter qualquer "relação financeira ou política com o presidente ou o Kremlin" e prometeram combater as punições, supostamente sem base, "com todos os meios à disposição". Nascido no oeste da Ucrânia, Fridman é um dos poucos russos submetidos a sanções que se pronunciou publicamente contra a guerra.
Foto: Alexander Nenenov, Pool/AP/picture alliance
Boris e Igor Rotenberg
A família Rotenberg é notória por seus laços estreitos com Putin. Boris é coproprietário do SMP Bank, associado à petroleira Gazprom. Seu irmão Arkady, já sob sanções da UE e dos EUA, praticava judô com Putin desde adolescente. Igor, filho de Arkady, controla a campanha de perfuração Gazprom Bureniye. Após a invasão russa, Boris e Igor entraram para as listas britânica e americana de sancionados.
Foto: Sergey Dolzhenko/epa/dpa/picture-alliance
Gennady Timchenko
Timchenko é um importante acionista do Rossiya Bank – definido no documento da UE como o banco pessoal das autoridades russas, investindo nas emissoras de televisão que apoiam ativamente as medidas do governo russo para desestabilizar a Ucrânia. Além disso, o Rossiya teria aberto sucursais na Crimeia, apoiando sua anexação ilegal.
Foto: Sergei Karpukhin/AFP/Getty Images
Alexei Mordashov
Mordashov investiu seriamente no National Media Group, o maior holding particular de mídia da Rússia, que apoia as medidas estatais de desestabilização da Ucrânia, afirma a UE. Em comunicado, o bilionário asseverou que não tem "nada a ver com a emergência da atual tensão geopolítica" e definiu essa guerra como uma "tragédia de dois povos fraternos".
Foto: Tass Zhukov/TASS/dpa/picture-alliance
Iates confiscados
As novas sanções incluem o congelamento de bens e restrições a viagens. Desde sua imposição, diversos iates de luxo pertencentes à elite russa foram confiscados na Itália, França e Reino Unido. Entre seus proprietários estão Sechin, Usmanov e Timchenko.