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Atraindo doutorandos

16 de outubro de 2011

Doutorandos de todo o mundo têm uma alternativa atraente para realizar seus estudos no país. Menor tempo para conclusão do curso está entre as vantagens em comparação com instituições nos EUA.

Em 2010 a Alemanha recebeu 4 mil doutorandos estrangeiros
Em 2010 a Alemanha recebeu 4 mil doutorandos estrangeirosFoto: picture-alliance/dpa

O mexicano Octavio Segovia resolveu apostar num doutorado em Berlim por acreditar que na Alemanha as pessoas "costumam ser mais críticas do que em outros países". "Eu não queria simplesmente reproduzir modelos pré-existentes", conta.

Para sua tese, ele pesquisa o papel das redes transgovernamentais na luta contra o bioterrorismo. Desde o ano passado, Octavio participa do programa de doutorado da Berlin Graduate School for Transnational Studies.

Segovia não está sozinho. Nos últimos anos, as universidades da Alemanha têm recebido cada vez mais doutorandos de várias partes do mundo. Em 2010, cerca de 4 mil estudantes estrangeiros concluíram programas de doutorado no país – duas vezes mais do que o registrado dez anos antes.

Um dos motivos pelos quais a Alemanha tem se tornado tão atraente para estudantes estrangeiros é o aumento do número de instituições especializadas em pós-gradução, as graduate schools, ou Graduiertenschulen, como a que Segovia frequenta.

Tempo mais curto

O termo Graduiertenschule é novo no sistema educacional alemão. Introduzido no país nos anos 90, esse tipo de escola de ensino superior oferece estudos altamente estruturados e geralmente interdisciplinares.

Segovia: "as pessoas na Alemanha costumam ser mais críticas"Foto: Octavio Segovia

Há cerca de 700 escolas de ensino superior desse tipo na Alemanha. Geralmente os alunos frequentam as salas de aula no primeiro ano e depois partem para um projeto de pesquisa, orientados por até três professores. A maioria dessas escolas também oferece bolsas.

"A vantagem de estudar na Alemanha e não nos Estados Unidos, por exemplo, é que aqui o aluno termina mais cedo", avalia Thomas Risse, fundador da Berlin Graduate School for Transnational Studies, onde estuda Segovia.

Segundo ele, o estudante leva entre sete e nove anos para completar seus estudos numa graduate school nos EUA. "A maioria das graduate schools na Alemanha tenta fazer com que o aluno esteja pronto em três ou quatro anos", afirma.

Falta divulgação

Segovia ouviu falar por acaso sobre a escola de Berlim. Quando estudava na Ásia, um professor alemão o encorajou a se inscrever para uma vaga na instituição da capital alemã.

No México, muitos estudantes não sabem que podem fazer cursos em inglês na Alemanha, diz o doutorando. Ele conta que o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD), que promove as universidades alemãs mundo afora e tem um escritório na cidade de Segovia, nunca esteve na sua universidade.

O DAAD afirma que, no ano passado, trabalhou para aumentar a visibilidade internacional das Graduiertenschulen, divulgando dois programas de bolsas para estudantes estrangeiros.

"O DAAD gostaria de ajudar a fazer com que os doutorados na Alemanha sejam mais internacionais", afirmou Birgit Klüsener, diretora do Grupo de Internacionalização da Pesquisa do DAAD.

De acordo com Klüsener, o órgão providencia recursos para instituições de ensino na Alemanha que queiram oferecer novos programas de doutorado em áreas internacionais. Os projetos podem receber até 100 mil euros por ano. Parte dessa ajuda é usada para financiar estudantes estrangeiros, assim como também para promover os cursos entre potenciais estudantes.

O número de Escolas de Ensino Superior vem aumentando na AlemanhaFoto: picture-alliance/ZB

"Queremos dar, especialmente aos doutorandos estrangeiros, acesso a programas estruturados na Alemanha", explicou Klüsener.

Competição pelos melhores

De acordo com Risse, a Escola Superior de Estudos Transnacionais busca atrair mais alunos estrangeiros. Dos dez candidatos aprovados no ano passado, três são do exterior. O objetivo, afirma, é atrair alunos que tentariam vagas nas conceituadas universidades norte-americanas de Stanford e Berkeley ou na inglesa Oxford.

"Não achamos que a Alemanha seja uma alternativa para doutorandos norte-americanos, especialmente nas áreas de Ciências Sociais, mas eu gostaria de trazer excelentes alunos da Turquia, da Rússia, do Uzbequistão, do Quênia e do México para virem estudar aqui. Este é o nosso objetivo."

Autora: Rayna Breuer (msb)
Revisão: Alexandre Schossler

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