Alemanha aprova obrigatoriedade de vacina contra sarampo
18 de julho de 2019
Governo dá luz verde para lei que prevê multa de até 2,5 mil euros para pais que não vacinarem filhos em idade escolar contra sarampo. Obrigatoriedade se estende a adultos que trabalham em creches e escolas.
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O gabinete de governo alemão aprovou nesta quarta-feira (18/07) a obrigatoriedade da vacinação contra sarampo para crianças no país, impondo multas de até 2,5 mil euros a pais que não vacinarem seus filhos em idade escolar contra a doença.
A decisão, adotada pelo gabinete federal e que ainda precisa ser ratificada pelo Bundestag (Parlamento), deverá entrar em vigor no ano que vem e torna obrigatória também a vacinação de menores em abrigos de refugiados.
Segundo a lei, a partir de março de 2020, os pais terão que apresentar comprovante de vacinação contra o sarampo para inscrever seus filhos em creches, jardins de infância e escolas.
A obrigatoriedade da vacina também se estende a educadores infantis, funcionários de creches, professores, equipe médica e pessoal que trabalha em instalações comunitárias, como abrigos de refugiados.
Crianças e funcionários não vacinados, que já trabalhem numa creche, escola ou instalação comunitária quando a nova lei entrar em vigor, terão até 31 de julho de 2021 para apresentar comprovante de vacinação. A comprovação pode ser fornecida por meio da caderneta de vacinação ou de exames da criança ou atestado médico, comprovando que já se contraiu sarampo.
A nova lei deverá responder ao aumento vertiginoso de casos de sarampo no país. Segundo números oficiais, no ano passado foram registrados na Alemanha um total de 543 casos da doença, e neste ano já são mais de 400.
A decisão do gabinete ministerial vem num momento em que diversos grupos na Alemanha e em grande parte da Europa questionam a importância das vacinas.
A Associação de Pediatras da Alemanha (BVKJ) saudou fortemente a obrigatoriedade. A obrigatoriedade da vacinação é uma reivindicação de longa data da BVKJ. Hermann Josef Kahl, porta-voz da Associação, afirmou: "Esperamos que a nova lei leve a uma alta taxa de imunização, de ao menos 95%." Segundo o órgão, essa cifra evitaria uma epidemia de sarampo.
Para o Partido do Verde alemão, no entanto, a vacinação com o forte foco infantil não é a solução adequada. "Em adultos com mais de 30 anos, a taxa de vacinação é às vezes inferior a 50%. [O ministro da Saúde, Jens] Spahn não tem solução sobre como aumentar a cota de vacinação assustadoramente baixa em adultos de forma rápida e duradoura", reclamou a política Cordula Schulz-Asche, especializada na área da saúde.
Com a chamada Lei de Proteção contra o Sarampo" o governo tenta, paralelamente, conter ainda outras doenças. O objetivo é que, no futuro, amplie-se novamente a vacinação em série nas escolas contra difteria, tétano e coqueluche.
As empresas de seguro de saúde serão obrigadas a fechar acordos com as autoridades de saúde pública para o financiamento dessas vacinas. A vacinação em escolas deverá ser voluntária.
Dar aos bebês nomes tradicionais ou incomuns, amamentar em público, usar fraldas descartáveis ou de pano, e até mesmo vacinar ou não: conheça os temas que mais preocupam pais e mães na Alemanha.
Foto: Imago
Que nome dar?
O que é mais importante: que o filho se destaque ou seja mais um entre muitos outros de sua geração? Escolher um nome para o bebê é uma expressão da identidade dos pais, mas também pode ser um peso para a criança durante a vida inteira. Marie e Elias foram os nomes mais frequentes dados a bebês na Alemanha em 2016.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Stratenschulte
Amamentar em público
Mesmo que não funcione para todas as mães por uma série de razões, a amamentação é uma prática generalizada na Alemanha. Os alemães não têm problemas com nudez, de forma que a amamentação em público não chega a ser problema. No entanto, o país não tem uma lei que protege mães que amamentam. Donos de estabelecimentos comerciais podem proibir as mulheres de amamentarem em público em suas lojas.
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Por quanto tempo amamentar?
Este é outro tema controverso. Pode-se ver até mães amamentando um filho de três anos, mas isso é exceção. Na Alemanha os casais recebem ajuda financeira se deixam de trabalhar nos primeiros 12 meses do bebê (ou até 14 meses se a licença for compartilhada entre pai e mãe), e muitas mães tentam parar de amamentar antes de voltar ao trabalho.
Foto: Colourbox/yarruta
Jardim de infânca
Antes de voltar a trabalhar, a busca por vagas em creches ou jardins de infância é outro tema estressante para os jovens pais. Enquanto muitos se preocupam em achar estabelecimentos perto de suas casas, outros dão mais atenção à linha pedagógica, por exemplo, e lutam por uma vaga nos jardins de infância Waldorf.
Foto: picture-alliance/ZB/P. Pleul
Vacinação
A vacina não é obrigatória na Alemanha, e, por isso, há pais que não imunizam os filhos. Segundo a OCDE, o índice de vacinação infantil no país é de 96%, mas outros estudos apontam uma taxa menor. Não vacinar só funciona enquanto um número suficiente de pessoas garantir a imunização da sociedade. Berlim, por exemplo, enfrentou uma epidemia de sarampo no inverno de 2014 para 2015, com 1.392 casos.
Foto: Sean Gallup/Getty Images
Deixar chorar
É um fenômeno universal: os bebês acordam várias vezes por noite, deixando os pais exaustos. Seguindo o que se conhece como método Ferber, muitos alemães deixam os bebês chorarem sozinhos na cama até dormirem. Pode ser a salvação para alguns, mas outros consideram isso tortura.
Foto: CC/Roxeteer
Teoria do apego
Quem é contra esse treinamento para o bebê dormir provavelmente defende a "attachment parenting", teoria do apego, uma filosofia criada pelo pediatra americano William Sears. Ela recomenda, por exemplo, dar segurança ao carregar o bebê e dormir com ele, aliás outro ponto controverso. Em 2014, o Ministério alemão da Família até promoveu um congresso no país sobre a teoria do apego.
Foto: imago/imagebroker
Fraldas descartáveis, de pano ou nenhuma?
As fraldas são outro tema universal. Com tantas opções descartáveis no mercado, ainda há os que preferem fraldas de pano. Isso representa mais trabalho, mas contribui para a sustentabilidade. Praticantes do método "Windelfrei" (sem fraldas) ainda são raros, mas eles automaticamente ganham o concurso de "pais mais dedicados".
Foto: picture alliance/dpa Themendienst
Cozinhar ou comprar pronto
Você identifica pais que querem dar dedicação especial ao filho pela forma como preparam a papinha do bebê. Muitos utilizam apenas ingredientes orgânicos e pratos e talheres provenientes de comércio justo. Provavelmente eles criticam os que compram papinha pronta no supermercado, mas admitem que ela é útil quando viajam.
Foto: Fotolia/victoria p
Conceitos alternativos de educação
Nos anos 1960 e 1970, os alemães refletiram muito sobre educação e criaram conceitos como educação antiautoritária, para promover a liberdade de pensamento de uma criança. A influência dessa abordagem é sentida na Alemanha até hoje. Além das várias teorias populares atuais, cada pai desenvolve um estilo próprio – e ninguém gosta de ouvir que está errado.
Foto: colourbox/S. Darsa
Televisão e eletrônicos
Existem aplicativos incríveis e programas de TV voltados para os pequenos. Muitas crianças de um ano sabem mexer melhor em smartphones do que os avós. Embora não haja consenso entre os pais alemães sobre o uso de mídia digital por crianças pequenas, a maioria prefere restringir o contato dos filhos com esses aparelhos.
Foto: picture-alliance/dpa
Consumo de açúcar
Outra maneira alemã de avaliar um "bom pai ou mãe" é o número de anos em que o filho não foi colocado em contato com doces – e isso num país onde o sorvete é um ritual quase diário para crianças mais velhas no verão. Aliás, o segundo filho geralmente é privilegiado, podendo experimentar uma série de coisas mais cedo, pois após algum tempo os pais deixam de seguir alguns de seus rígidos princípios.