Alemanha aprova vacina de Oxford para maiores de 65 anos
4 de março de 2021
Comissão altera recomendação que causou problemas de aceitação do imunizante no país. "É uma boa notícia para idosos que aguardam a vacinação", comemora ministro da Saúde.
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A Comissão Permanente de Vacinação da Alemanha (Stiko) aprovou o uso da vacina contra covid-19 desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca em parceira com a Universidade de Oxford em maiores de 65 anos, afirmou o Ministério alemão da Saúde nesta quinta-feira (04/03).
"Essa é uma boa notícia para idosos que aguardam a vacinação. Eles poderão ser vacinados mais rápido", afirmou o ministro da Saúde, Jens Spahn.
O ministro afirmou ainda que novos estudos mostram que a vacina pode ser mais eficaz se houver um intervalo maior de aplicação entre a primeira e segunda dose. Por isso, a Stiko passou a recomendar um intervalo de 12 semanas entre a aplicação das duas doses do imunizante.
O Instituto Robert Koch (RKI), a autoridade alemã para o controle e a prevenção de doenças infecciosas, afirmou que a Stiko recomendou ainda que pacientes que se recuperaram de uma infecção do coronavírus recebam apenas uma dose da vacina contra a covid-19. Essa recomendação é válida para os três imunizantes que estão disponíveis na campanha de vacinação no país.
A comissão, que é ligada ao RKI, recomendou que essa dose única da vacina seja aplicada em recuperados a partir de seis meses após eles terem recebido o diagnóstico de covid-19.
A Stiko destacou ainda que a mudança nas recomendações ocorre após uma análise detalhada de novos estudos sobre o uso amplo do imunizante da AstraZeneca na Inglaterra e Escócia, além de frisar que a análise anterior estava correta pois foi baseada em pesquisas existentes até aquele momento.
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Polêmica sobre a vacina
No final de janeiro, a comissão recomendou a vacina apenas para as pessoas com idade entre os 18 e os 64 anos, argumentando não haver dados suficientes para avaliar a eficácia do imunizante em maiores de 65 anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS), no entanto, já declarou que vacina é segura e eficaz também nessa faixa etária.
A recomendação da comissão contribuiu para a rejeição do imunizante no país. Em entrevista na sexta passada, o presidente da Stiko, Thomas Mertens, reconheceu que a decisão causou problemas de aceitação da vacina da AstraZeneca na Alemanha.
"Nós nunca criticamos a vacina, só criticamos o fato de não haver dados suficientes sobre a sua eficácia em maiores de 65 anos. A vacina é muito boa, e os novos dados nos permitem agora fazer uma avaliação melhor", ressaltou.
Depois de um início lento e de problemas na campanha de vacinação na Alemanha devido, principalmente, à escassez de imunizantes, o processo tem acelerado nos últimos dias. Alguns cidadãos, porém, ainda tem receios sobre as vacinas, sobretudo em relação à da AstraZeneca. Além desta vacina, o país tem usado em sua campanha os imunizantes da Pfizer-Biontech e da Moderna.
A Alemanha iniciou no fim de dezembro sua campanha nacional de vacinação. Até o momento, mais de 4,5 milhões dos 83 milhões de habitantes do país receberam pelo menos a primeira dose da vacina, o que equivale a 5,4% da população total. E 2,3 milhões já receberam duas doses do imunizante.
cn/lf (EPD, DPA, Reuters, AP)
Doenças prevenidas com vacinas
Vacinas protegem o corpo, criando resistência contra doenças. As vacinas são feitas com substâncias e microrganismos inativados ou atenuados que, quando introduzidos no organismo, estimulam a reação do sistema imune.
Foto: picture-alliance/imagebroker
Catapora
Também chamada de varicela, é uma doença infecciosa altamente contagiosa, causada pelo vírus Varicela-Zoster. Os principais sintomas são manchas vermelhas e bolhas no corpo, acompanhadas de muita coceira, mal-estar, dor de cabeça e febre. As bolhas costumam surgir primeiro no rosto, tronco e couro cabeludo e, depois, se espalham. Em alguns dias, elas começam a secar e cicatrizam.
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Sarampo
É uma doença infecciosa grave, que pode ser fatal, causada por um vírus do gênero Morbilivirus, transmitida através de secreção oral ou nasal. É tão contagiosa que uma pessoa infectada pode transmitir a doença para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes. Os principais sintomas são: manchas avermelhadas na pele, febre, tosse, mal-estar, conjuntivite, coriza, otite, pneumonia e encefalite.
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Hepatite B
Um dos cinco tipos de hepatite existentes no Brasil, a B é causado por um vírus. A falta de sintomas na fase inicial dificulta o diagnóstico. Muitas vezes, é detectada décadas após a infecção, por sintomas como tontura, enjoo, vômito, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados. Hepatite B não tem cura, mas o tratamento pode reduzir o risco de complicações, como cirrose e câncer hepático.
Foto: picture-alliance/dpa
Caxumba
É uma infecção viral aguda e contagiosa, que na maioria das vezes afeta as glândulas parótidas, que produzem a saliva, ou as submandibulares e sublinguais, próximas ao ouvido. É causada por um vírus e transmitida através de gotículas de saliva. O sintoma mais característico é o aumento das glândulas salivares. O agravamento da doença pode levar à surdez ou esterilidade.
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Rubéola
É uma doença viral aguda, altamente contagiosa. A forma congênita, transmitida da mãe para o filho durante a gestação, é a mais grave porque pode provocar, por exemplo, surdez e problemas visuais no bebê. A transmissão acontece por meio de secreções expelidas ao tossir, respirar ou falar. Os principais sintomas são dor de cabeça e no corpo, ínguas, febre e manchas avermelhadas.
Foto: picture-alliance/dpa/J.P. Müller
Difteria
É uma doença transmissível causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, que atinge as amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, outras partes do corpo, como pele e mucosas. A transmissão ocorre por meio da tosse, espirro ou por lesões na pele. Entre os principais sintomas estão: membrana grossa e acinzentada cobrindo as amígdalas, gânglios inchados e dificuldade para respirar.
Foto: picture-alliance/OKAPIA KG/G. Gaugler
Tétano
Ao contrário da maioria das doenças evitadas com vacina, o tétano não é contagioso. É causado por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani, que, sob a forma de esporos, é encontrada em fezes, na terra, em plantas e em objetos e pode contaminar pessoas por meio de lesões na pele, como feridas, cortes ou mordidas de animais. Um dos sintomas é a rigidez muscular em todo o corpo.
Foto: Imago Images
Tuberculose
É uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também chamado bacilo de Koch. Afeta principalmente os pulmões, mas pode acometer outros órgãos e sistemas. Tem como principais sintomas tosse por mais de duas semanas, produção de catarro, febre, sudorese, cansaço e dor no peito. A transmissão ocorre pela respiração, por espirros e pela tosse.
Foto: picture-alliance/BSIP/NIAID
Febre Amarela
É uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores. Não há transmissão direta de pessoa para pessoa. Os principais sintomas são início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. No ciclo silvestre, os vetores são mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes e, no ciclo urbano, é o Aedes aegypti.
Foto: R. Richter
Coqueluche
É uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis. Se não for tratada, pode levar à morte de bebês menores de seis meses. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto com gotículas eliminadas por tosse, espirro ou fala. No começo, os sintomas são parecidos com os de um resfriado, mas podem evoluir para tosse severa e descontrolada, comprometendo a respiração.
Foto: Imago Images/blickwinkel/McPhoto
Poliomielite
Também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes. Nos casos graves, acontecem paralisias musculares irreversíveis. Devido à intensa vacinação, com a famosa "gotinha", no Brasil não há circulação do vírus desde 1990.