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Alemanha autoriza envio de 56 tanques antigos à Ucrânia

1 de abril de 2022

Veículos pertenciam originalmente à Alemanha Oriental comunista. Kiev pressiona Berlim por mais equipamentos militares. Jornal afirma que governo deu luz verde para novo contrato de 300 milhões de euros em armamentos.

Foto de um PbV-501
Os PbV-501 são equipados com canhões e metralhadorasFoto: Stefan Sauer/dpa/picture alliance

O governo da Alemanha autorizou o envio à Ucrânia de 56 tanques que poderão ser utilizados no enfrentamento de militares russos que invadiram o país, em meio a seguidas críticas de autoridades ucranianas de que Berlim não estaria enviando apoio militar suficiente a Kiev.

Os veículos militares são do tipo PbV-501 e pertenciam originalmente às Forças Armadas da antiga Alemanha Oriental comunista. No final da década de 90, eles foram repassados à Suécia, que depois os vendeu para uma empresa da República Tcheca, que agora pretende vendê-los a Kiev, segundo o jornal Welt am Sonntag.

Os PbV-501 são equipados com canhões e metralhadoras e não devem ser entregues à Ucrânia imediatamente, pois necessitam de reparos e revisões que ainda levarão algumas semanas.

Qualquer país que deseja exportar veículos militares e armas produzidos na Alemanha precisa da aprovação de Berlim, segundo a lei local. O aval foi confirmado por um porta-voz do Ministério da Defesa nesta sexta-feira (01/04).

Pressão por envio de mais armas

Antes da invasão russa da Ucrânia, a Alemanha resistia a autorizar a exportação de armas letais a Kiev, sob o argumento de que era sua política de longa data não exportar esses equipamentos para áreas em conflito. A Alemanha é o quarto maior exportador de armas do mundo.

Após a invasão, Berlim mudou de postura e autorizou o fornecimento de armas pesadas ao exército ucraniano.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, seguiu pedindo a países do Ocidente, inclusive à Alemanha, que enviem mais armamentos ao seu país. E o governo ucraniano preparou uma lista de equipamentos militares que necessitava para combater a Rússia.

Na semana passada, o embaixador da Ucrânia em Berlim, Andriy Melnyk, afirmou o jornal Bild que era "muito frustrante" que o governo federal alemão não havia dado nenhuma resposta sobre essa lista.

Possível compra de 300 milhões de euros

A Alemanha optou inicialmente por fornecer à Ucrânia armamentos como mísseis terra-ar e armas antitanque que estavam nos estoques da Bundeswehr, as Forças Armadas alemãs, em vez de envolver as indústrias bélicas do país na produção e entrega de novas armas. Porém, nesta terça-feira, a ministra da defesa alemã, Christine Lambrecht, afirmou que "a situação nas nossas Forças Armadas não permite que possamos fornecer uma quantidade ilimitada".

Na quarta-feira, o jornal Die Welt publicou que a maior produtora de armas da Alemanha, a Rheinmetall, enviou ao governo alemão em 28 de fevereiro uma lista de armas no valor de 510 milhões de euros (R$ 2,6 bilhões) que poderiam ser fornecidas imediatamente à Ucrânia. A comunicação foi enviada um dia após o governo alemão decidir que permitiria a exportação de armamentos ao país.

Segundo o Die Welt, nesta semana, um mês após o envio da proposta, o governo alemão teria dado luz verde para a encomenda de 300 milhões de euros (R$ 1,5 bilhão) em armas, que incluiriam morteiros, lançadores de foguetes, coletes balísticos e capacetes. Segundo o jornal Süddeutsche Zeitung, falta o Conselho Federal de Segurança da Alemanha aprovar a compra. Ainda não está claro em nome de quem o contrato seria assinado, nem quem pagaria pelos armamentos.

Críticas do embaixador ucraniano

Na segunda-feira, a ministra alemã da Defesa disse que a Alemanha era o segundo maior fornecedor de armas para a Ucrânia, mas teve que voltar atrás. Dois dias depois, o porta-voz da pasta, David Helmbold, disse que a Alemanha seria o segundo exportador em termos de peso exportado, e não em valor. Ele também afirmou que "achava" que, sob o critério de valor, a Alemanha seria o terceiro maior exportador de armas para a Ucrânia.

O embaixador ucraniano em Berlim refutou. "Os ucranianos querem que a Alemanha esteja entre os nossos três principais fornecedores de armas, já que é o quarto maior exportador do mundo. No momento, infelizmente, está a quilômetros de distância disso", afirmou Melnyk ao Bild.

bl (ots)

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