Alemanha cada vez mais perto de ampliar o lockdown
3 de janeiro de 2021
A poucos dias do fim previsto para as restrições, governadores concordam em estender as medidas, mas não há consenso sobre duração do prolongamento. Estados mais afetados pela covid-19 querem ao menos mais três semanas.
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A poucos dias da reunião entre os governadores dos 16 estados alemães e a chanceler federal Angela Merkel para discutir o quadro da covid-19 no país, cresce o apoio à ampliação da medidas para conter o coronavírus para além do dia 10 de janeiro, data prevista para o relaxamento do lockdown.
As restrições mais rígidas impostas no dia 13 de dezembro não surtiram o efeito desejado. No último mês do ano, a Alemanha teve o maior número de mortes desde o início da pandemia e chegou a registrar recordes de mais de mil óbitos por dia, além de um forte aumento no número de infecções. A situação levou várias lideranças políticas a pedir a ampliação das medidas de contenção.
"O lockdown deve ser estendido até o final de janeiro", afirmou neste domingo (03/01) o governador da Baviera, Markus Söder, ao jornal Bild am Sonntag. "O relaxamento prematuro nos faria voltar atrás mais uma vez."
Segundo o jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, os governadores concordaram com a extensão do lockdown durante uma videoconferência realizada neste sábado, mas não chegaram a um acordo sobre até quando as medidas devem permanecer.
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Lockdown até o final do mês "inevitável"
Os estados mais atingidos pelo coronavírus – entre eles Saxônia, Turíngia, Baden-Württemberg e Baviera – defendem uma extensão até 31 de janeiro, de acordo com o jornal.
O governador da Baixa Saxônia, Stephan Weil, afirmou ao jornal Welt am Sonntag que, com a situação atual da doença, nada justificaria uma remoção das medidas. No caso da Saxônia, o governador, Michael Kretschmer, afirmou que a ampliação ao menos até o final do mês é "inevitável".
Ele alertou contra uma falsa sensação de segurança e afirmou que a experiência de países vizinhos demonstra que um relaxamento prematuro seria seguido de um disparo nas infecções.
O governador da Turíngia, Bodo Ramelow, também disse que não imagina medidas como o retorno às aulas presenciais antes do final de janeiro. Ele inclusive acha que as restrições devem ser reforçadas, após um fluxo de turistas durante o fim de semana para destinos de esportes de inverno no estado.
Ramelow sugeriu que os cidadãos sejam proibidos de viajar a distâncias maiores do que 15 quilômetros de suas residências. O objetivo seria garantir o funcionamento do sistema de saúde, que enfrenta sobrecargas em várias partes do país.
Por outro lado, os governadores de Bremen, Hamburgo e Hessen defendem que as medidas devem ser aliviadas mais cedo.
Reabertura das escolas no centro do debate
A reabertura das escolas e jardins de infância se tornou um dos pontos mais debatidos entre as lideranças políticas do país. Novos estudos afirmam que o coronavírus se espalha de modo mais intenso nas escolas do que se imaginava inicialmente.
Este deverá ser um dos pontos debatidos na reunião dos governadores com a chanceler federal e seu gabinete na terça-feira.
O lockdown em vigor na Alemanha estabelece o fechamento do comércio não essencial, salões de beleza, centros de cultura e casas noturnas, além de restrições aos encontros privados e reuniões de família, mesmo durante a época de Natal e Ano Novo.
Neste domingo, a Alemanha registrou 10.312 novos caso de covid-19, além de 312 mortes, de acordo com o Instituto Robert Koch, a agência governamental de controle e prevenção de doenças. A taxa de incidência de 7 dias é de 139,6 por 100 mil habitantes, bem acima do índice de 50 que o governo estabeleceu para remover as restrições.
RC/afp/dpa/rtr
Celebridades e políticos que testaram positivo para covid-19
Várias estrelas de cinema contraíram o coronavírus. A doença varreu a elite política global e afetou também os melhores atletas.
Foto: Joshua Roberts/Reuters
Emmanuel Macron
O presidente da França foi diagnosticado com o coronavírus dias depois de uma cúpula dos líderes da União Europeia, o que levou várias autoridades do bloco a adotarem o isolamento. Nos dias que antecederam o resultado, ele se reuniu também com lideranças políticas da França e membros de seu gabinete. Seus assessores disseram que ele mantém estilo de vida saudável e se exercita regularmente.
Foto: Lewis Joly/AP Photo/picture alliance
Donald Trump
Após menosprezar a doença durante meses, o presidente dos Estados Unidos confirmou que ele e a primeira-dama, Melania Trump, estavam infectados com o coronavírus em plena reta final de sua campanha à reeleição. Trump raramente aparecia em público usando máscaras de proteção e ignorou em diversas ocasiões os alertas das autoridades de saúde.
Foto: picture-alliance/CNP/A. Drago
Andrzej Duda
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, testou positivo para o coronavírus, anunciou um porta-voz no dia 24 de outubro. Dias antes, ele esteve em um fórum de investimento na Estônia, onde se encontrou com o presidente búlgaro, Rumen Radev, que entrou em isolamento profilático depois de ter contato com alguém infectado em seu país de origem. No entanto, não foi confirmado como Duda se contaminou.
Foto: Photoshot/picture-alliance
Andrea Bocelli
O tenor italiano Andrea Bocelli testou positivo para o novo coronavírus em março. Ele relatou que teve apenas febre leve, e no mês seguinte, já fez uma apresentação na Catedral de Milão, vazia devido às regras de restrição.
Foto: Getty Images/S.Legato
Robert Pattinson
O ator, de 34 anos, mais conhecido por estrelar como o vampiro Edward Cullen na saga cinematográfica "Twilight", testou positivo para covid-19, obrigando a produção de "The Batman" a uma pausa apenas três dias depois de ter retomado trabalhos. Pattinson, que também foi Cedric Diggory na adaptação cinematográfica de "Harry Potter e o cálice de fogo", sucede Ben Affleck como o Homem Morcego.
Foto: picture-alliance/dpa/Sputnik/E. Chesnokova
Dwayne 'The Rock' Johnson
O lutador que virou estrela de cinema se tornou uma das mais recentes celebridades a contraírem covid-19. Em um vídeo no Instagram, Johnson revelou que ele, sua esposa e duas filhas testaram positivo — acrescentando que ele teve "uma experiência difícil" com os sintomas. Ele também pediu às pessoas que parem de "politizar" a pandemia e "usem máscara".
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Shotwell
Neymar
O craque brasileiro é um dos três jogadores do PSG a contraírem o vírus, informou a agência de notícias AFP em 2 de setembro. Acredita-se que o surto no clube esteja relacionado a uma viagem de férias que o time fez à ilha espanhola de Ibiza. Posteriormente, Neymar postou uma foto no Instagram com seu filho, que também supostamente testou positivo: "Obrigado pelas mensagens. Estamos todos bem".
Foto: Getty Images/AFP/D. Ramos
Silvio Berlusconi
O ex-premiê italiano de 83 anos testou positivo para o vírus e estaria assintomático, segundo anúncio de seu médico em 2 de setembro. Dois dos filhos de Berlusconi e sua namorada de 30 anos também testaram positivo. O ex-premiê testou positivo depois de passar férias na costa da Sardenha, onde os ricos e famosos da Itália costumam desdenhar das políticas de restrição.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Vojinovic
Usain Bolt
A lenda do atletismo Usain Bolt testou positivo poucos dias depois de realizar uma festa para comemorar seu 34º aniversário no final de agosto. O detentor do recorde para os 100 e 200 metros rasos disse que entrou em quarentena, mas que não estava exibindo sintomas. Vídeos da festa de aniversário ao ar livre de Bolt mostraram convidados sem máscaras durante a celebração.
Foto: Reuters/M. Childs
Antonio Banderas
O ator espanhol teve uma surpresa indesejável em seu 60º aniversário em meados de agosto, depois de um teste positivo para o coronavírus. Banderas disse que passou seu aniversário isolado e que estava "mais cansado do que de costume", mas "esperando se recuperar o mais rápido possível".
Foto: picture-alliance/Captital Pictures
Jair Bolsonaro
O presidente brasileiro, que repetidamente minimizou a gravidade da pandemia, contraiu o vírus em julho. Ele foi criticado por ignorar as medidas de segurança recomendadas por especialistas em saúde antes e depois de seu diagnóstico, incluindo apertar as mãos e abraçar apoiadores na multidão. Sua mulher, Michelle, e os filhos Jair Renan e Flávio também testaram positivo.
Foto: picture-alliance/dpa/E. Peres
Tom Hanks
O ator Tom Hanks e sua mulher, a atriz e cantora Rita Wilson, foram algumas das primeiras celebridades a anunciar que contraíram o vírus. O casal testou positivo para a covid-19 em meados de março, quando estava na Austrália. Depois de se recuperar e retornar aos Estados Unidos, Hanks defendeu que as pessoas façam sua parte para retardar a propagação da doença.
Foto: picture-alliance/AP/Invision/J. Strauss
Sophie Gregoire Trudeau
Sophie Gregoire Trudeau, mulher do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, testou positivo para coronavírus depois de retornar do Reino Unido em meados de março. O marido dela anunciou ter se isolado na residência oficial, mesmo sem apresentar sintomas da enfermidade.
Foto: Reuters/P. Doyle
Boris Johnson
No final de março, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, contraiu o coronavírus que o levou ao hospital por vários dias. Johnson passou uma semana em um hospital em Londres e três noites na UTI, onde recebeu oxigênio e foi observado 24 horas por dia. Ele teve alta em meados de abril, e os funcionários do hospital receberam o crédito de ter salvado sua vida.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Dawson
Ambrose Dlamini
O primeiro-ministro de Essuatíni (antiga Suazilândia), Ambrose Dlamini, contraiu o coronavírus e morreu em decorrência da covid-19, em dezembro de 2020. Ele tinha 52 anos e chegou a ser internado em um hospital da África do Sul, mas não resistiu.
Foto: RODGER BOSCH/AFP
Hamilton Mourão
O vice-presidente, Hamilton Mourão, anunciou no final de dezembro de 2020 que havia testado positivo para a covid-19. Ele ficou 12 dias em isolamento no Palácio do Jaburu, em Brasília. Antes de receber o diagnóstico, o vice-presidente teve dor no corpo, dor de cabeça e febre que não passou de 38 graus. Em março de 2021, ele recebeu a primeira dose da Coronavac.
Foto: Sergio Lima/AFP
Larry King
O lendário apresentador de TV americano Larry King morreu em janeiro de 2021, em decorrência da covid-19. Ele tinha 87 anos e comandava um tradicional programa de entrevistas na CNN há mais de duas décadas.
Foto: Radovan Stoklasa/REUTERS
Alberto Fernández
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, de 62 anos, anunciou no começo de abril de 2021 que contraiu o coronavírus. Segundo a Unidade Médica Presidencial, ele não teve sintomas, graças à imunização pela vacina russa Sputnik V, recebida dois meses antes.