Bundesbank afirma que retração econômica provocada pela crise energética gerada pela guerra na Ucrânia deve durar até 2023. Instituição alerta que taxa de inflação do país atingirá dois dígitos.
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A economia da Alemanha, a maior da Europa, caminha para uma recessão que pode durar até o próximo ano, disse o banco central do país na segunda-feira (19/09).
"Os sinais de recessão para a economia alemã estão se multiplicando, no sentido de um declínio claro, amplo e prolongado da produção econômica", afirmou o Bundesbank em seu relatório mensal, avisando que a população do país deve se preparar para uma inflação de dois dígitos nos próximos meses.
A instituição aponta como o principal motivo para isso "os desenvolvimentos desfavoráveis no mercado de gás", depois que a Rússia fechou o gasoduto Nord Stream 1 no início de setembro.
A Alemanha era altamente dependente das importações de energia russa antes da invasão da Ucrânia, com a Rússia respondendo por 55% do fornecimento de gás da Alemanha na época.
"A inflação elevada e a incerteza quanto ao fornecimento de energia e seus custos afetam não apenas a indústria, intensa consumidora de gás e eletricidade, suas exportações e investimentos, como também o consumo privado e os prestadores de serviços que dele dependem", acrescenta o texto.
Embora o racionamento possa ser evitado, segundo o Bundesbank, empresas deverão ser forçadas a reduzir ou interromper a produção. "Portanto, os economistas acreditam que a probabilidade de queda do PIB no quarto trimestre de 2022 e no primeiro trimestre de 2023 aumentou consideravelmente", frisou o Bundesbank.
Pior ainda está por vir
No último trimestre, a economia alemã conseguiu crescer 0,1%. No entanto, os economistas do Bundesbank preveem uma ligeira contração neste trimestre, com um declínio mais acentuado na produção econômica nos últimos três meses do ano e em 2023.
A previsão de recessão do Bundesbank coincide com análises recentes dos principais institutos alemães de pesquisa econômica, incluindo o Instituto de Pesquisas Econômicas (Ifo), de Munique, e o Instituto de Economia Mundial (IfW), de Kiel.
md/lf (DPA, AFP, Reuters)
Dez produtos de que, você não sabia, a Alemanha é líder em exportações
Que a Alemanha é o maior exportador do mundo em carros e máquinas, a maioria sabe. Mas também de produtos como café verde, cacau em pó, cigarros e rum?
Foto: Colourbox/Svetlana Lukienko
Chocolate
A agência de serviços financeiros Vexcash analisou os dados da exportação da Alemanha e constatou que o país é campeão em valor exportado de 50 produtos, alguns dos quais nem crescem em terras alemãs. Eles apenas são beneficiados, processados ou engarrafados no país. Isso acontece, por exemplo, com chocolate em barras ou blocos maiores de 2 kg, cujo valor exportado em 2015 foi de US$ 2 bilhões.
Foto: Colourbox/Svetlana Lukienko
Cacau em pó
A Alemanha exportou cacau em pó doce no valor de 56,7 milhões dólares em 2015. E o país nem produz cacau. Os maiores produtores estão na África. Já o maior importador de grãos de cacau é a Holanda. A Alemanha está em quarto lugar.
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Cigarros
Os maiores produtores de tabaco são China, Brasil e Índia, mas o maior exportador de cigarro é a Alemanha, seguida de Polônia e Emirados Árabes Unidos.
Foto: Irna
Rum e tafiá
O rum não é um clássico produto de exportação do Caribe? Na realidade, apenas a Jamaica e a República Dominicana estão entre as dez principais exportadoras. A Alemanha, com 165,5 milhões de dólares, lidera a lista em valor exportado, seguida pelos EUA e Espanha. Os principais exportadores de rum e tafiá para a Alemanha são Bahamas, França e Holanda (departamentos de ultramar) e Jamaica.
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Café verde
Trata-se de café verde não processado. A Alemanha é o maior entreposto de grãos verdes de café do mundo. O produto é importado por empresas que têm armazéns na região portuária de Hamburgo. De lá elas enviam para seus clientes em outros países. Há também uma forte indústria de torrefação, já que a bebida mais consumida pelos alemães é o café, à frente mesmo da cerveja, com meio litro per capita.
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Fio de cânhamo
Embora o valor de exportação de fio de cânhamo tenha sido só 597 mil dólares, a Alemanha é a primeira do ranking mundial. O material é usado principalmente nas indústrias naval, de carros e construção civil. Considerando o valor importado deste produto pelo país, ele foi bem maior: 3,1 bilhões de dólares.
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Gaitas de boca
Com 13,4 milhões de dólares em gaitas de boca exportadas em 2015, a Alemanha, da tradicional marca Hohner, se consolida neste segmento. Também em termos de quantidade exportada o país está à frente, seguido de China e Japão.
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Mecanismo de relógio
Poderia-se pensar que neste segmento os suíços estão à frente em valor exportado. Mas, devido ao grande número de empresas de tradição no setor, especialmente no leste do país, os produtos alemães têm sua qualidade reconhecida. Já em quantidade exportada, a China é a primeira do ranking, seguida de Alemanha e Coreia do Sul.
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Hóstias
Este pequeno e fino disco de pão feito com farinha e água é conhecido por quem frequenta a igreja. Mas na Alemanha ele também serve de base para alguns tipos de bolacha de Natal. Os maiores exportadores são, nesta ordem, Alemanha, Estados Unidos e França. Leia mais sobre o estudo em https://www.vexcash.com/blog/import-und-export-in-deutschland
Foto: picture alliance/Godong/P. Deliss
Chucrute e pepinos em conserva
Para fazer valer todos os clichês, a Alemanha é campeã de exportação de chucrute. A região de Spreewald, perto de Berlim, é uma tradicional produtora. Também em pepinos em conserva (tipo cornichon) a Alemanha é campeã em exportações. Mas só pelo valor exportado, pois, considerando a quantidade, a Polônia é campeã em chucrute e a Índia, em pepinos em conserva. A Alemanha é vice nas duas categorias.