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Série de lesionados e time indefinido preocupam Löw

Philip Verminnen2 de junho de 2014

Técnico Joachim Löw tem em suas mãos uma das melhores gerações da história recente do futebol alemão. Mas lesões, jogadores inexperientes e falta de atacantes dificultam montagem da equipe que tentará o tetracampeonato.

Foto: Markus Gilliar/DFB/dpa

Para Löw, Brasil é a última chance

02:17

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O futebol alemão vive grande momento. Nas duas últimas temporadas, viu seus times fazerem grandes campanhas na Liga dos Campeões – em 2013 disputando a final. E o técnico da seleção, Joachim Löw, tem nas mãos a que, para muitos, é a melhor geração de jogadores em décadas. Porém, a Alemanha chega ao Mundial no Brasil cercada por um certo ar de desconfiança: só 6% dos torcedores, segundo pesquisa, acreditam no título.

Obviamente não nas palavras de Löw: "Estou 100% confiante com a escolha de todos os atletas. Temos uma boa mistura entre jogadores jovens e jogadores com uma vasta experiência em torneios de grande porte. Com este elenco viajamos confiantes para o Brasil, onde grandes metas nos aguardam."

Löw está à frente da seleção alemã desde 2006. No Mundial daquele ano, em casa, foi assistente do então técnico Jürgen Klinsmann. São, portanto, oito anos – e três grandes torneios – dirigindo provavelmente a melhor geração de jogadores alemães desde os tempos dourados do fim da década de 80 e início de 90 sem conseguir conquistar um título sequer.

Não são poucos os especialistas que acreditam que, apesar de o contrato de Löw ter sido prolongado até 2016, o treinador deixe o comando da seleção – com ou sem título – após a Copa. E a missão para Löw é mais complicada do que nos três torneios anteriores.

Na Eurocopa de 2008, ele foi vice-campeão com um time jovem, mas que tinha ainda alguns remanescentes do Mundial de 2006 e ainda viviam aquela magia que impulsionou o futebol alemão depois daquela Copa. Na época, a Alemanha dava os primeiros sinais do "futebol total" de toques rápidos e envolventes que maravilharam o mundo na Copa de 2010. Na África do Sul, a atual geração estava em seu auge, mas sucumbiu perante a Espanha.

Miroslav Klose solitário. O jogador é o único atacante e o mais velho entre os convocados. Será que ele aguenta fisicamente os jogos no Nordeste?Foto: DW/J. Weber

Agora, além do desafio de enfrentar no Brasil um clima totalmente diferente, Löw se encontra em um dilema: os remanescentes das Copas passadas, como Klose, Schweinsteiger, Lahm, Podolski e Özil, não apresentam mais a mesma constância física e não conseguem manter aquela intensidade exigida pela proposta de jogo alemã. E as novas caras da seleção, como Julian Draxler, Mats Hummels, Mario Götze e Marco Reus, sem dúvida são grandes talentos, carecem de experiência.

Se a defesa, em comparação com as campanhas anteriores, chega enfraquecida e com a indefinição de qual jogador joga em qual posição: Lahm é lateral ou volante? Boateng lateral ou zagueiro? Hummels ou Boateng de titular? Erik Durm aguenta a pressão de defender contra Cristiano Ronaldo, Neymar e Robben? O meio-campo tem uma gama de atletas se recuperando de lesões ou não rendendo o esperado, e o ataque é o setor que se tornou a maior preocupação para Löw.

Indefinição no ataque

Com apenas o veterano Miroslav Klose como atacante de ofício entre os convocados, Löw não possui opções em caso de nova contusão do jogador. Mesmo assim, ele optou por não levar outro atacante, como Mario Gómez. As opções são arrumar a equipe taticamente para jogar com um centroavante enfiado na área – no caso Klose – ou armar o time, desde já, com o chamado "falso nove", como foi no empate em 2 a 2 com Camarões no último domingo (02/06).

Löw sabe desses detalhes, ele também sabe que o que foi apresentado contra Camarões não é suficiente para conquistar o tão sonhado tetracampeonato mundial. "Cometemos muitos, muitos erros. O passe não estava funcionando. Deu para perceber que faltou uma leveza no jogo e Özil também não esteve em um de seus melhores dias", disse Löw após o amistoso.

Muito carinho em seu homem de confiança. Löw montou o esquema tático em torno do nem sempre regular Mesut ÖzilFoto: Alexander Hassenstein/Bongarts/Getty Images

E é ali que mora o perigo para a Alemanha. Aparentemente Löw montou o seu sistema tático em torno de Özil. Assim como em 2002, quando a seleção dependia de Michael Ballack, a seleção alemã depende agora de lampejos de Özil. Se em 2002 as defesas de Oliver Kahn e as arrancadas de Oliver Neuville foram suficientes para chegar à final, desta vez os milagres de Neuer e o espírito de luta de Müller e Podolski podem não dar o mesmo resultado. Muito pouco para alguém que há um ano era tido como a grande favorita ao título.

Preparação insatisfatória e conturbada

A preparação para a Copa também deixou a desejar. Lesionados não puderam participar – Lahm, Neuer –, outros foram poupados – Schweinsteiger, Klose – e Lars Bender teve que ser cortado. Além disso, um acidente em um evento publicitário quase terminou em tragédia. E o resultado em campo também não animou a torcida.

Se Joachim Löw puder contar com todos os 23 jogadores em perfeitas condições físicas, a escalação provavelmente deve ser feita no esquema tático da moda: 4-2-3-1. Neuer; Lahm, Hummels, Mertesacker e Erik Durm; Khedira e Schweinsteiger; Müller, Özil e Podolski; e Klose. O centroavante vai em busca do recorde de Ronaldo e precisa balançar as redes uma vez para alcançar os 15 gols em Copas do Fenômeno.

Mas as inúmeras interrogações referente a alguns atletas tidos como titulares podem abrir uma brecha para Marco Reus, Mario Götze e Jérôme Boateng. E fato é que a Alemanha, que já teve craques como Karl-Heinz Rummenigge, Gerd Müller e Jürgen Klinsmann, vai à Copa praticamente abdicando da posição de centroavante. Há quatro anos, a aposta de Löw teria sido interessante, mas agora é não é mais uma novidade.

Para alguns essa será a última Copa do Mundo. Klose, Schweinsteiger, Mertesacker, Weidenfeller e Philipp Lahm dificilmente estarão presentes na Rússia, em 2018. O alento para a seleção alemã é que, assim como em 2002, a delegação partiu desacreditada pela opinião pública para a Copa. E na ocasião chegou à final.

A Alemanha está no Grupo G, ao lado de Portugal, Gana e Estados Unidos. A seleção de Cristiano Ronaldo é atualmente a terceira do ranking da Fifa e o adversário mais complicado. E justamente contra os portugueses, em 16 de junho, na Arena Fonte Nova, será a estreia alemã no torneio, numa partida que provavelmente definira quem fica com a primeira colocação no grupo.

Mas é importante não subestimar os outros adversários, principalmente os EUA. Treinada pelo alemão Jürgen Klinsmann, o US Team teve resultados expressivos na preparação e promete ser um adversário duro de ser batido. Depois de enfrentar Gana, em 21 de junho, em Fortaleza, a Alemanha viaja ao Recife para o confronto contra os EUA, em 26 de junho.

Com tantos lesionados, é na base do papo que Joachim Löw precisa motivar a preparar a seleção alemã para a CopaFoto: Getty Images

OS 23 convocados:

Goleiros:

Manuel Neuer (Bayern de Munique)
Roman Weidenfeller (Borussia Dortmund)
Ron-Robert Zieler (Hannover 96)

Defesa:

Jérôme Boateng (Bayern de Munique)
Philipp Lahm (Bayern de Munique)
Erik Durm (Borussia Dortmund)
Mats Hummels (Borussia Dortmund)
Matthias Ginter (Freiburg)
Benedikt Höwedes (Schalke 04)
Per Mertesacker (Arsenal – Inglaterra)
Shkodran Mustafi (Sampdoria/ITA) - convocado 07.06.2014

Meio-campo:

Christoph Kramer (Borussia Mönchengladbach)
Kevin Großkreutz (Borussia Dortmund)
Julian Draxler (Schalke 04)
Mario Götze (Bayern de Munique)
Toni Kroos (Bayern de Munique)
Thomas Müller (Bayern de Munique)
Bastian Schweinsteiger (Bayern de Munique)
Sami Khedira (Real Madrid – Espanha)
Mesut Özil (Arsenal – Inglaterra)
Lukas Podolski (Arsenal – Inglaterra)
Marco Reus (Borussia Dortmund) - cortado 07.06.2014
André Schürrle (Chelsea – Inglaterra)

Ataque:

Miroslav Klose (Lazio – Itália)

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