Alemanha começa a preparar centros de vacinação de covid
15 de novembro de 2020
Segundo jornal alemão, centenas de unidades serão implementadas em todo o país a partir de dezembro, para permitir um início rápido das campanhas de imunização assim que uma vacina for aprovada.
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Os estados da Alemanha começarão a estabelecer centenas de centros de vacinação em todo país a partir de dezembro, à espera da aprovação de uma vacina segura e eficaz contra a covid-19 em breve. A informação foi revelada neste domingo (15/11) pelo jornal Welt am Sonntag.
Segundo a reportagem, secretários de Saúde dos 16 estados alemães traçaram planos para a criação de um ou dois centros de imunização por distrito administrativo – totalizando centenas de unidades em todo o país – além de mobilizar equipes móveis de vacinação.
Somente em Berlim, capital da Alemanha, estão sendo planejados seis centros, afirmou o Welt. Já a primeira locação confirmada no país foi na cidade-estado de Bremen.
Grandes centros de eventos e salas de exposições, em sua maioria fechados desde o início da pandemia de coronavírus, estão sendo cotados como potenciais espaços para alguns desses locais.
As autoridades de saúde alemãs estão esperançosas de que campanhas de vacinação em massa possam ser iniciadas em breve, depois que uma vacina desenvolvida pela empresa de biotecnologia alemã Biontech e a farmacêutica americana Pfizer demonstrou mais de 90% de eficácia.
A União Europeia (UE) já firmou um acordo com as duas companhias para garantir 300 milhões de doses do imunizante ao bloco depois que ele for autorizado para uso em larga escala.
A Alemanha deverá ter acesso a 100 milhões de doses, segundo o ministro alemão da Saúde, Jens Spahn. O plano é começar a usá-las já no primeiro trimestre de 2021.
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A logística da vacinação
O governo em Berlim, contudo, foi criticado por não apresentar qualquer plano sobre como pretende lidar com a complicada tarefa de transportar tantas doses da vacina.
"As demandas dos especialistas em logística têm sido completamente negligenciadas", afirmou Wolfgang Albeck, presidente da empresa Trans-o-flex, de logística de medicamentos. Ao Welt am Sonntag, ele ainda acusou o ministro da Saúde de se esquivar do assunto.
A vacina da Pfizer e da Biontech representa um desafio particular para as cadeias logísticas, pois a vacina deve ser mantida a uma temperatura de 70 °C negativos.
Por outro lado, o Instituto Paul Ehrlich, responsável pelo lançamento de vacinas na Alemanha, considera-se preparado para a missão. Seu presidente, Klaus Cichutek, garantiu ao jornal que, "quando as doses estiverem disponíveis, elas poderão ser liberadas rapidamente".
Os principais virologistas vêm alertando para a importância de um bom planejamento sobre o programa de vacinação contra a covid-19, sugerindo que pode demorar até 2022 para que toda a população alemã seja vacinada.
A tarefa logística por trás de uma campanha de vacinação é enorme: estima-se que 15 bilhões de doses sejam necessárias para vacinar 75% da população mundial, considerando que precisam ser aplicadas duas doses por pessoa, afirmou o Welt, citando uma análise do grupo de logística Kühne + Nagel com a consultoria de gestão Accenture.
Cerca de 52% das doses teriam que ser transportadas por avião, e o restante, por via terrestre. Somente para o frete aéreo, seriam 65 mil toneladas de carga – o equivalente a cerca de 700 aviões Boeing 747 totalmente carregados.
Mais alguns meses de lockdown
A Alemanha enfrenta atualmente uma segunda onda de infecções por covid-19, somando agora um total de 790 mil casos confirmados da doença e 12.485 mortes ligadas ao vírus.
No início de novembro, o país impôs um lockdown parcial para tentar conter os contágios, a princípio de um mês de duração, mas agora autoridades sugerem que as medidas restritivas fiquem em vigor por mais alguns meses.
"Os números de infecção ainda estão muito altos. Muito mais altos do que há duas semanas… apesar de todos os esforços, uma mudança para melhor ainda não foi alcançada", alertou neste domingo o ministro alemão da Economia, Peter Altmaier, ao jornal Bild am Sonntag.
Segundo ele, há "pouca margem de manobra" para reabrir restaurantes e cinemas ao fim do mês. "Não podemos permitir um lockdown iôiô, com abertura e fechamento constante da economia", disse o ministro. "Teremos que viver com consideráveis precauções e restrições por pelo menos mais quatro ou cinco meses."
EK/epd/ots
Doenças prevenidas com vacinas
Vacinas protegem o corpo, criando resistência contra doenças. As vacinas são feitas com substâncias e microrganismos inativados ou atenuados que, quando introduzidos no organismo, estimulam a reação do sistema imune.
Foto: picture-alliance/imagebroker
Catapora
Também chamada de varicela, é uma doença infecciosa altamente contagiosa, causada pelo vírus Varicela-Zoster. Os principais sintomas são manchas vermelhas e bolhas no corpo, acompanhadas de muita coceira, mal-estar, dor de cabeça e febre. As bolhas costumam surgir primeiro no rosto, tronco e couro cabeludo e, depois, se espalham. Em alguns dias, elas começam a secar e cicatrizam.
Foto: Dan Race/Fotolia
Sarampo
É uma doença infecciosa grave, que pode ser fatal, causada por um vírus do gênero Morbilivirus, transmitida através de secreção oral ou nasal. É tão contagiosa que uma pessoa infectada pode transmitir a doença para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes. Os principais sintomas são: manchas avermelhadas na pele, febre, tosse, mal-estar, conjuntivite, coriza, otite, pneumonia e encefalite.
Foto: picture-alliance/dpa/KEYSTONE/U. Flueeler
Hepatite B
Um dos cinco tipos de hepatite existentes no Brasil, a B é causado por um vírus. A falta de sintomas na fase inicial dificulta o diagnóstico. Muitas vezes, é detectada décadas após a infecção, por sintomas como tontura, enjoo, vômito, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados. Hepatite B não tem cura, mas o tratamento pode reduzir o risco de complicações, como cirrose e câncer hepático.
Foto: picture-alliance/dpa
Caxumba
É uma infecção viral aguda e contagiosa, que na maioria das vezes afeta as glândulas parótidas, que produzem a saliva, ou as submandibulares e sublinguais, próximas ao ouvido. É causada por um vírus e transmitida através de gotículas de saliva. O sintoma mais característico é o aumento das glândulas salivares. O agravamento da doença pode levar à surdez ou esterilidade.
Foto: Imago Images
Rubéola
É uma doença viral aguda, altamente contagiosa. A forma congênita, transmitida da mãe para o filho durante a gestação, é a mais grave porque pode provocar, por exemplo, surdez e problemas visuais no bebê. A transmissão acontece por meio de secreções expelidas ao tossir, respirar ou falar. Os principais sintomas são dor de cabeça e no corpo, ínguas, febre e manchas avermelhadas.
Foto: picture-alliance/dpa/J.P. Müller
Difteria
É uma doença transmissível causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, que atinge as amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, outras partes do corpo, como pele e mucosas. A transmissão ocorre por meio da tosse, espirro ou por lesões na pele. Entre os principais sintomas estão: membrana grossa e acinzentada cobrindo as amígdalas, gânglios inchados e dificuldade para respirar.
Foto: picture-alliance/OKAPIA KG/G. Gaugler
Tétano
Ao contrário da maioria das doenças evitadas com vacina, o tétano não é contagioso. É causado por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani, que, sob a forma de esporos, é encontrada em fezes, na terra, em plantas e em objetos e pode contaminar pessoas por meio de lesões na pele, como feridas, cortes ou mordidas de animais. Um dos sintomas é a rigidez muscular em todo o corpo.
Foto: Imago Images
Tuberculose
É uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também chamado bacilo de Koch. Afeta principalmente os pulmões, mas pode acometer outros órgãos e sistemas. Tem como principais sintomas tosse por mais de duas semanas, produção de catarro, febre, sudorese, cansaço e dor no peito. A transmissão ocorre pela respiração, por espirros e pela tosse.
Foto: picture-alliance/BSIP/NIAID
Febre Amarela
É uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores. Não há transmissão direta de pessoa para pessoa. Os principais sintomas são início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. No ciclo silvestre, os vetores são mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes e, no ciclo urbano, é o Aedes aegypti.
Foto: R. Richter
Coqueluche
É uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis. Se não for tratada, pode levar à morte de bebês menores de seis meses. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto com gotículas eliminadas por tosse, espirro ou fala. No começo, os sintomas são parecidos com os de um resfriado, mas podem evoluir para tosse severa e descontrolada, comprometendo a respiração.
Foto: Imago Images/blickwinkel/McPhoto
Poliomielite
Também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes. Nos casos graves, acontecem paralisias musculares irreversíveis. Devido à intensa vacinação, com a famosa "gotinha", no Brasil não há circulação do vírus desde 1990.