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Pressão da comunidade internacional

3 de janeiro de 2008

Ministro alemão tenta convencer políticos quenianos a impedir derramamento de sangue e solucionar pacificamente o impasse em torno dos resultados das eleições eleitorais. Missão da UE exige transparência.

Manifestação reprimida pela polícia no QuêniaFoto: AP
O governo alemão se mostra cada vez mais apreensivo com os conflitos no Quênia. O ministro do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, conclamou oposição e governo quenianos à sensatez e ao fim da violência. A prioridade deveria ser impedir qualquer derramamento de sangue, alertou Steinmeier. Em um telefonema com o ministro do Exterior queniano, Raphael Tuju, Steinmeier fez um apelo, a fim de que o governo em Nairóbi contenha a violência por parte das Forças Armadas e impeça desta forma uma escalada do conflito.
Raila OdingaFoto: AP Photo
Steinmeier também conversou por telefone com o líder da oposição, Raila Odinga, derrotado nas eleições presidenciais de final de dezembro. Odinga, que acusa o presidente reeleito, Mwai Kibaki, de fraude eleitoral, assegurou a Steinmeier que tentará dissuadir seus adeptos da violência. "Transparência é o imperativo supremo" O chefe da missão européia de observação eleitoral para o Quênia, Alexander Lambsdorff, exigiu uma investigação independente do resultado das eleições. "Transparência é o imperativo supremo após todas as irregularidades que constatamos", declarou o político liberal à imprensa alemã. Os resultados da apuração de todas as varas eleitorais deveriam ser divulgados na internet e nos jornais, exige ele. Lambsdorff considera importante a pressão internacional, a fim de que o presidente Kibaki e o líder oposicionista Odinga se encontrem para buscar uma solução para o impasse. Ele ressaltou a importância estratégica do Quênia para a região, alertando que a desestabilização, ou mesmo o colapso político do país, seria uma catástrofe com sérias conseqüências. O sul-africano Desmond Tutu, prêmio Nobel da Paz, se reuniu com Odinga e pretende se encontrar com o presidente Kibaki, a fim de intermediar o conflito. O secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, também anunciou uma iniciativa nesse sentido. Reprimida passeata em Nairóbi A oposição cancelou uma grande passeata de protesto após as forças de segurança terem recorrido à violência para abafar a manifestação. O partido de Odinga fez uma apelo para que os manifestantes retornassem às suas casas. Um novo protesto nas ruas de Nairóbi foi marcado para a próxima terça-feira (08/01). A oposição esperava centenas de milhares de manifestantes para o protesto desta quinta-feira (03/01). Unidades da polícia investiram com jatos de água, gás lacrimogênio e cassetetes contra a população concentrada nas ruas da capital. Inicialmente, Odinga havia anunciado que os protestos ocorreriam apesar da proibição do governo.

Observadores confirmam que o confronto armado e a violência no Quênia são pontuais, assegurando que nenhuma guerra civil grassa no país. De acordo com organizações humanitárias, os confrontos que sucederam o pleito eleitoral de 27 de dezembro causaram 300 mortos e incitaram cerca de 100 mil pessoas à fuga. (sm)

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