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Alemanha condena cinco por roubo espetacular em museu

16 de maio de 2023

Caso chamou atenção no país pela audácia e rapidez dos ladrões. Grande parte das joias do século 18 levadas do Grünes Gewölbe, em Dresden, foi recuperada pelas autoridades.

Julgamento dos réus acusados do roubo no museu Grünes Gewölbe, em Dresden
Condenados fazem parte do clã teuto-árabe RemmoFoto: Matthias Rietschel/AFP/Getty Images

Um tribunal alemão condenou nesta terça-feira (16/05) cinco envolvidos no roubo do museu Grünes Gewölbe (Abóbada Verde) em Dresden, um dos mais espetaculares das últimas décadas no país. Na ocasião, foram levadas joias no valor de 113 milhões de euros (R$ 602 milhões).

Os cinco homens, que têm atualmente entre 24 e 29 anos, foram condenados a penas de prisão que variam entre quatro anos e quatro meses e seis anos e três meses. Um dos acusados, de 25 anos, foi absolvido por ter um álibi.

O tribunal de Dresden determinou que os cincos foram os responsáveis pela invasão do Grünes Gewölbe em 25 de novembro de 2019. Os acusados foram considerados culpados pelo roubo de joias que continham mais de 4.300 diamantes. Eles foram condenados ainda por incêndio intencional e criminoso agravado, lesão corporal grave, roubo com armas e danos à propriedade.

Os cinco condenados foram detidos meses depois do roubo em operações realizadas pelas autoridades alemãs em Berlim. Em janeiro, um acordo estabelecido entre a defesa, a acusação e o tribunal garantiu a devolução de grande parte das joias roubadas. Os condenados fazem parte do clã teuto-árabe Remmo, conhecido na cena do crime organizado da capital alemã.

O caso chamou atenção pela audácia e rapidez dos ladrões. Na madrugada de 25 de novembro de 2019, criminosos entraram no museu para roubar joias do século 18. 

Roubo em questão de minutos

O roubo aconteceu por volta das cinco horas da manhã. Os ladrões cortaram uma grade de metal e quebraram uma janela para entrar no antigo palácio residencial. Imagens de câmeras de segurança divulgadas pela polícia de Dresden após o roubo mostram dois suspeitos entrando na sala.

Eles então quebram uma vitrine de vidro com um machado e pegam três conjuntos de joias do século 18. Tudo durou alguns minutos.

Quando a polícia chegou ao local, minutos após o alarme ter sido acionado pelo pessoal de segurança, os ladrões haviam fugido de carro, que mais tarde foi encontrado incendiado. Antes disso, eles provavelmente atearam fogo em uma caixa de força, o que causou a queda de energia e apagou as lâmpadas da rua. 

De acordo com imagens divulgadas pelas autoridades, as peças roubadas incluíam joias como botões e abotoaduras e uma espada incrustada de diamantes, além de um conjunto de joias que pertenceram a uma rainha da Saxônia, Amalie Auguste, do século 19. Outro item roubado foi o famoso Diamante Branco de Dresden, de 49 quilates.

Imediatamente após o crime, uma equipe de 20 pessoas com o codinome "Epaulette" − em homenagem a uma ombreira ornamentada, um dos itens roubados − iniciou as investigações.

Coleção de grande prestígio

O museu Grünes Gewölbe, situado no Castelo de Dresden, abriga uma das maiores coleções de tesouros da Europa. Ele foi fundado entre 1723 e 1729 por Augusto, o Forte, para exibir publicamente sua coleção de tesouros, tornando-o um dos museus mais antigos do mundo.

Uma das atrações turísticas mais populares da cidade, o museu tem cerca de 3 mil peças em exposição. Ele foi danificado durante a Segunda Guerra Mundial e, no final do conflito, a coleção foi levada para a União Soviética, só sendo devolvida a Dresden em 1958.

O historiador de arte Ulli Seegers, ex-chefe da filial alemã do Art Loss Register, que coleta relatos mundiais sobre o desaparecimento de objetos de arte, seja por roubo ou confisco, disse à DW em uma entrevista de 2019 que os museus sempre correm o risco de perder partes sua coleção.

"É preciso pesar com muito cuidado o que é o interesse público e como podemos proteger esses tesouros de valor irrecuperável tanto quanto possível", afirmou.

Compromissos são necessários, disse, mas, em última análise, "onde quer que você deixe as pessoas entrarem e permitir que o público participe, sempre há um risco". De acordo com Seegers, a cota de esclarecimento de roubos de joias é ainda mais baixa do que a de obras de arte.

cn (AFP, Lusa, Efe, ots)

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