Alemanha considera Inmetro parceiro de excelência
18 de maio de 2013O processo de implantação da lei seca no Brasil marcou o início de uma parceria que se fortalece a cada ano. Em 2002, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) recorreu ao órgão similar alemão, o Instituto Federal de Pesquisa de Materiais e Ensaios (BAM, na sigla em alemão), com a intenção de calibrar bafômetros, os aparelhos usados para medir o teor de álcool no sangue dos motoristas. Em novembro do ano passado, a parceria foi renovada até 2017 e pretende dar início a novos projetos entre os dois institutos.
"O Inmetro é um parceiro do mesmo nível de excelência mundial. Para a Alemanha, o Brasil está no mesmo patamar e em alguns pontos tem desempenho superior", considera o diretor do departamento de Engenharia de Materiais do BAM, o brasileiro Pedro Dolabella Portella.
As relações de troca científica e tecnológica entre os dois países se destacaram no Ano Brasil-Alemanha de Ciência, Tecnologia e Inovação, de abril de 2010 a março de 2011. A iniciativa organizada pelos ministérios das Relações Exteriores e da Ciência e Tecnologia dos dois países celebrou o início das pesquisas em áreas estratégicas, como tecnologia industrial e eletrônica.
Portella aposta no programa de bolsas do governo federal Ciência sem Fronteiras para intensificar a parceria. Segundo ele, já há uma bolsista do programa no BAM, e outras duas a caminho. Do primeiro acordo de cooperação entre Inmetro e BAM, em 2002, a cooperação avançou para incluir a área de Biotecnologia.
Na avaliação do coordenador-geral de Articulação Internacional do Inmetro, Jorge Antônio da Paz Cruz, a parceria é fundamental para ambas as instituições. "Quando desenvolvemos pesquisas, afetamos diretamente a vida das pessoas. No caso do material de referência para etilômetro, reduzimos o número de mortes e acidentes", destaca.
Outro exemplo citado por ele é a pesquisa dos dois institutos no que se refere aos biocombustíveis: "Como forma de evitar os combustíveis fósseis à base de petróleo, a diminuição das emissões veiculares propicia melhor qualidade de vida".
Início da parceria
Portella lembra que, em 2002, o então diretor da Diretoria de Metrologia Científica e Industrial do Inmetro, João Alziro Herz da Jornada, hoje presidente do instituto, procurou a equipe do BAM em Berlim. A intenção era produzir materiais de referência para que todos os bafômetros funcionassem de forma padronizada, do Rio Grande do Sul ao Amazonas.
Pesquisadores brasileiros foram a Berlim para produzir e certificar, após vários ensaios, as primeiras amostras. Mais tarde, os pesquisadores do BAM contribuíram para a produção em massa das amostras, que precisavam ser estáveis em relação ao tempo e ao transporte, entre outras exigências. Pesquisadores do BAM foram para o Brasil e produziram as primeiras amostras.
"O BAM tem uma experiência de mais de 100 anos na área, o que colocamos à disposição do Inmetro. Em pouco tempo, o projeto foi muito bem sucedido", explica Portella.