1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Restituição

(sv)21 de novembro de 2006

Representantes do governo e especialistas discutem em Berlim questões relacionadas à devolução de obras de arte pertencentes a famílias e colecionadores judeus e confiscadas durante o regime nazista.

'Cena de rua berlinense', de Ernst Ludwig KirchnerFoto: AP

"A Alemanha cumpre sua obrigação moral de restituir a arte confiscada pelo regime nazista", afirmou o ministro alemão da Cultura, Bernd Neumann, após um encontro entre diretores de museus e especialistas, realizado em Berlim.

Para fazer com que essas restituições se dêem de forma "transparente, coordenada e compreensível", autoridades e especialistas defendem uma pesquisa mais detalhada sobre a proveniência de obras de arte pertencentes a acervos de museus alemães.

Objetividade

Esta pesquisa deverá ser feita através de uma estreita cooperação entre a Federação, os Estados e diversas associações no país. Entidades judaicas elogiaram a iniciativa. Neumann salientou a necessidade de que a discussão sobre a devolução de obras confiscadas se dê de forma mais "objetiva" e menos "emocional".

Klaus-Dieter Lehmann, presidente da Fundação Prussiana de Cultura, salientou a necessidade de que os pequenos museus sejam auxiliados nas pesquisas de procedência das obras pertencentes a seus acervos.

Longa lista

Casas de leilões: de olho nas obras devolvidasFoto: picture-alliance/dpa

Os museus de Berlim, diz Lehmann, já estão sendo confrontados com uma lista de pedidos de restituição. Segundo especialistas, há cerca de cem obras de arte do expressionismo alemão nos museus do país, que deveriam ser restituídas aos herdeiros de seus antigos proprietários.

O confisco de obras pelos nazistas teve início em 1933, quando coleções de arte de colecionadores judeus começaram a ser tomadas aleatoriamente. Especialistas estimam que há aproximadamente cem mil trabalhos espalhados por todo o mundo que ainda não foram entregues aos herdeiros de seus proprietários originais.

No mercado

As casas de leilões Christie's e Sotheby's, responsáveis por grande parte do comércio internacional de arte, pretendem se empenhar cada vez mais na localização de obras confiscadas pelos nazistas.

No início de novembro, causou polêmica o debate em torno da restituição de Berliner Strassenszene (Cena de rua berlinense), de Ernst Ludwig Kirchner. A obra pertenceu ao acervo do Museu Brücke, de Berlim, desde 1980, e foi restituída à herdeira do colecionador judeu Alfred Hess. Pouco depois, foi negociada no mercado e vendida por mais de 30 milhões de euros.
Pular a seção Mais sobre este assunto