Alemanha derruba isolamento obrigatório para infectados
4 de abril de 2022
A partir de 1º de maio, pacientes com covid-19 na Alemanha serão apenas aconselhados a manter um isolamento voluntário por cinco dias. Nova regra, no entanto, não vale para profissionais da saúde e cuidadores.
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O ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach, anunciou nesta segunda-feira (04/04) que, a partir de 1º de maio, não será mais obrigatório isolamento para os infectados com o coronavírus*.
Em vez disso, os pacientes com covid-19 serão fortemente aconselhados a fazer um isolamento de cinco dias, assim como as pessoas que tiveram contato com eles, além de se submeterem a testes regulares.
A regra, porém, não vale para trabalhadores da área da saúde e para cuidadores, que devem continuar cumprindo isolamento de cinco dias, que poderá ser encerrado após um teste negativo.
A decisão foi tomada após reunião de Lauterbach com os secretários de saúde dos 16 estados alemães e é baseada em orientações do Ministério da Saúde e do Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental para o controle e prevenção de doenças.
Atualmente, a orientação é um isolamento de 10 dias para infectados, que pode ser encerrado ao sétimo dia, após um teste negativo. A nova regulamentação deve ser implementada pelos estados federais.
Lauterbach se mostrou cautelosamente otimista com a situação do coronavírus na Alemanha. "O ponto de virada parece ter sido alcançado", disse ele, ressaltando que o número de casos está diminuindo. No entanto, ele destacou que o país ainda está em alerta.
Fim da exigência de máscara
A partir desta semana, a maioria dos estados alemães não exigirá mais máscaras em estabelecimentos comerciais. A exigência foi oficialmente abandonada em Berlim na sexta-feira e seguida por outros estados nos dias seguintes. No entanto, alguns dos 16 estados expressaram forte oposição à medida. Hamburgo e Meclemburgo-Pomerânia Ocidental continuarão exigindo máscaras. A obrigatoriedade do uso de máscaras em estabelecimentos estava em vigor desde a primavera de 2020.
Nesta segunda-feira, os lojistas disseram que a esmagadora maioria dos clientes continuava usando máscara durante as compras.
"Existe uma maioria pouco agitada, quieta e razoável que naturalmente usará máscaras quando estiver em espaços fechados", disse Michael Genth, presidente da Associação de Negócio e Comércio de Saarbrücken. "Presumimos que os clientes agirão com responsabilidade e continuarão usando máscaras enquanto fazem compras em ambientes fechados", destacou.
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Sindicatos criticam medida
Grandes redes de supermercados alemãs, como Rewe, Lidl, Aldi e Edeka, a gigante sueca de móveis Ikea, a livraria Thalia e as lojas de roupas H&M e Primark informaram que não exigirão que os clientes usem máscaras nos estabelecimentos.
Ainda assim, alguns empregadores manifestaram preocupação com as mudanças, assim como funcionários. O sindicato Verdi, por exemplo, lamentou a decisão e salientou que a regra prejudica os trabalhadores, potencialmente expondo-os à infecção em seu local de trabalho.
As máscaras agora só serão exigidas pelo governo federal para quem viaja de avião ou em trens de longa distância. Os estados também podem exigir que os indivíduos usem máscaras em hospitais e clínicas e nos transportes públicos. Lauterbach, porém, aconselhou os cidadãos a continuar usando máscaras em ambientes internos.
O Instituto Robert Koch relatou nesta segunda-feira 41.129 novos casos de covid-19 e 23 mortes relacionadas à doença. Os números tendem a ser menores às segundas-feiras, devido à redução de testes e relatórios nos finais de semana, especialmente aos domingos.
le (dpa, KNA, ots)
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*Em 6 de abril, o ministro da Saúde da Alemanha, Karl Lauterbach, voltou atrás e anunciou que o governo abandonaria os planos de encerrar, a partir de maio, o isolamento obrigatório para infectados com covid-19.
As variantes do novo coronavírus
Para evitar a estigmatização e a discriminação dos países onde as variantes do Sars-Cov-2 foram detectadas pela primeira vez, a OMS padronizou seus nomes conforme letras do alfabeto grego.
Foto: Sascha Steinach/ZB/picture alliance
Várias denominações para uma cepa
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que as novas variantes do coronavírus passam a ser chamadas por letras do alfabeto grego e não devem mais ser identificadas pelo local onde foram detectadas pela primeira vez. Cientistas criticavam ainda que estavam sendo usados vários nomes para a cepa descoberta na África do Sul, como B.1.351, 501Y.V2 e 20H/501Y.V2.
Foto: Christian Ohde/CHROMORANGE/picture alliance
Nomes científicos continuam válidos
A OMS pediu que os países e a imprensa passem a adotar a nova nomenclatura das variantes e evitem associar novas cepas aos locais de origem. A organização acrescentou, porém, que as novas denominações não substituem os nomes científicos, que devem continuar sendo usados em trabalhos acadêmicos.
Foto: Reuters/D. Balibouse
Variante alfa
A variante B.1.1.7 foi detectada em setembro de 2020 no Reino Unido e se espalhou pelo mundo. Segundo um estudo publicado em março na "Nature", há evidências de que a variante alfa seja 61% mais mortal do que o vírus original. Entre homens com mais de 85 anos, o risco de morte aumenta de 17% para 25%. Para mulheres da mesma faixa etária, de 13% para 19%, nos 28 dias posteriores à infecção.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante beta
Pesquisadores identificaram a variante B.1.351 em dezembro de 2020 na África do Sul. A cepa atinge pacientes mais jovens e é associada a casos mais graves da doença. Os cientistas sequenciaram centenas de amostras de todo o país desde o início da pandemia e observaram uma mudança no panorama epidemiológico, "principalmente com pacientes mais jovens, que desenvolvem formas graves da doença".
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante gama
A variante P.1 foi detectada pela primeira vez em 10 de janeiro de 2021 pelo Japão em passageiros vindos de Manaus. Originária do Amazonas, ela se espalhou pelo Brasil e outros países vizinhos. A cepa possui 17 mutações, três das quais estão na proteína spike. São provavelmente essas últimas que fazem com que o vírus possa penetrar mais facilmente nas células para então se multiplicar.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante delta
A variante B.1.617, detectada em outubro de 2020 na Índia, causa sintomas diferentes dos provocados por outras cepas, é significativamente mais contagiosa e aparentemente aumenta o risco de hospitalização, segundo sugeriram estudos. "O vírus se adapta de forma inteligente. Muitos doentes recebem resultados negativos nos testes, mas desenvolvem sintomas graves", explicou um médico de Nova Déli.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante ômicron
A nova variante B.1.1.529, batizada de ômicron pela Organização Mundial da Saúde, foi descoberta em 11 de novembro de 2021 em Botsuana, que faz fronteira com a África do Sul, onde a cepa também foi encontrada. A ômicron contém 32 mutações na chamada proteína "spike" (S), número considerado extremamente alto. Cientistas avaliam que essa variante se dissemina mais rapidamente do que as anteriores.
Foto: Andre M. Chang/Zuma/picture alliance
A busca pela padronização
O novo padrão foi escolhido após "uma ampla consulta e revisão de muitos sistemas de nomenclatura", afirma a OMS. O processo durou meses e entre as sugestões de padronização estavam nomes de deuses gregos, de religiões, de plantas ou simplesmente VOC1, VOC2, e assim por diante.
Foto: Ohde/Bildagentur-online/picture alliance
Nomes e apelidos polêmicos
Desde o início da pandemia, os nomes utilizados para descrever o Sars-Cov-2 têm provocado polêmica. O ex-presidente americano Donald Trump costumava chamar o novo coronavírus de "vírus da China", como forma de tentar culpar o país asiático pela pandemia. O vírus foi detectado pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan.
Foto: picture-alliance/AA/A. Hosbas
Novas cepas podem ser mais perigosas
Mutações em vírus são comuns, mas a maioria delas não afeta a capacidade de transmissão ou de causar manifestações graves de doenças. No entanto, algumas mutações, como as presentes nas variantes do coronavírus originárias do Reino Unido, da África do Sul e do Brasil, podem torná-lo mais contagioso.
Foto: DesignIt/Zoonar/picture alliance
Associação ao local de origem
Historicamente, vírus novos costumam ganhar nomes associados ao local de descoberta, como o ebola, que leva o nome de um rio congolês. No entanto, esse padrão pode ser impreciso, como é o caso da gripe espanhola de 1918. As origens desse vírus são desconhecidas, mas acredita-se que os primeiros casos tenham surgido no estado do Kansas, nos Estados Unidos.
Foto: picture-alliance/National Museum of Health and Medicine