Alemanha desaconselha viagens "não necessárias" à China
7 de janeiro de 2023
Adotando diretriz da União Europeia, Berlim se junta a países que exigem teste negativo de covid-19 como condição de ingresso para viajantes oriundos do país asiático. Medida é reação a onda inusitada de contágios.
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O governo da Alemanha instou neste sábado (07/01) a população a evitar viagens para a China, se possível, em face à onda de contaminações por covid-19 registrada naquele país. "Desaconselhamos as viagens não necessárias para a China. A razão é o pico de infecções de covid e a sobrecarga do sistema de saúde chinês", explicou o Ministério do Exterior de Berlim em sua conta no Twitter.
A partir da 00:00 de segunda-feira, a China, com exceção de Hong Kong, passa a ser classificada como "região de variante do coronavírus", segundo o Instituto Robert Koch, de controle e prevenção de doenças.
Na quinta-feira, o Ministério da Saúde alemão já anunciara que os viajantes provenientes da China teriam de apresentar teste negativo de covid-19 para entrar no país. Outros países, preocupados com o recrudescimento de casos no território chinês, já aplicam essa medida.
As medidas atendem à "forte" recomendação da União Europeia para que seus Estados-membros exijam testagem negativa de todos recém-chegados da China. Uma onda sem precedentes de infecções pelo vírus Sars-CoV2 atravessa o país asiático, desde que as autoridades abandonaram a assim chamada "política de covid zero". Especialistas calculam em 9 mil o número diário de mortes por covid-19.
Pequim: medidas "inaceitáveis"
Diversos países europeus acataram a diretriz da UE, anunciando que exigirão testes aos oriundos da China. No caso de Portugal, desde as 00:00 deste sábado passou-se a submeter os passageiro em questão a testes aleatórios de covid-19. A partr de domingo se exigirá teste realizado até 48 horas antes do embarque.
As autoridades vão também aplicar mecanismos de monitoração de águas residuais e posterior sequenciação genômica no Aeroporto Internacional Humberto Delgado de Lisboa e nos aviões de proveniência chinesa, com vista à identificação do coronavírus.
No fim de dezembro, Pequim anunciou que em 8 de janeiro vai, pela primeira vez desde março de 2020, abrir suas fronteiras. O fato levou vários países a exigirem teste negativos de covid-19 para permitir a entrada de viajantes do país asiático em seus territórios.
França, Espanha, Japão e Estados Unidos estão entre os que já haviam decidido exigir a testagem, nos últimos dias; e Marrocos anunciou mesmo a proibição total de ingresso aos que venham da China. Pequim tachou as medidas de "inaceitáveis".
av (Lusa,DPA)
Os fatos que marcaram 2022
Ano foi marcado por acontecimentos como a guerra na Ucrânia, extremos climáticos, desdobramentos da pandemia de covid-19 e protestos de mulheres no Irã.
Foto: YASIN AKGUL/AFP/Getty Images
Uma nova guerra na Europa
A guerra de agressão russa contra a Ucrânia foi o tema dominante do ano: em 24 de fevereiro, as tropas de Vladimir Putin invadiram o país vizinho. E a Europa voltou a ter uma guerra. Segundo a ONU, até dezembro, ela custou ao menos 6.755 vidas entre a população civil ucraniana. Cerca de 8 milhões de ucranianos fugiram do país.
Foto: AFP
Vidas destruídas
Uma gestante ferida é retirada dos escombros da maternidade de Mariupol, na Ucrânia. A mulher e seu bebê morreram. O ataque russo à clínica é considerado um crime de guerra. O subúrbio de Bucha, em Kiev, também ganhou notoriedade: segundo fontes ucranianas, mais de 400 corpos foram encontrados lá depois que os russos se retiraram, quase todos civis. A Rússia nega o massacre.
Foto: Evgeniy Maloletka/AP/picture alliance
Levante contra os aiatolás
"Mulher, vida, liberdade" é o lema da luta do povo iraniano contra o regime repressivo dos mulás. Os protestos foram desencadeados pela morte de Jina Mahsa Amini, que morreu sob custódia da polícia em setembro. No funeral dela, muitas mulheres tiraram os lenços da cabeça, o que marcou o início da revolta nacional. No 40º dia após sua morte, milhares visitaram o túmulo de Amini, como se vê na foto.
Foto: UGC/AFP
Golpe contra os direitos da mulher
No final de junho, a Suprema Corte americana revogou os direitos de aborto nos Estados Unidos, tornando-o proibido em muitos estados. O resultado foram protestos maciços contra o veredicto. Na foto, mulheres com "chapéus" cor-de-rosa protestam diante da Suprema Corte. "Hoje, as mulheres têm menos direitos do que suas mães", criticou a democrata Nancy Pelosi.
Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS/AFP/Getty Images
Tapa do ano
Escândalo durante a entrega do Oscar: no palco, o ator Will Smith deu um tapa no comediante Chris Rock depois que ele fez uma piada sobre a cabeça raspada da esposa de Smith, Jada Pinkett. A atriz sofre de uma doença rara que causa queda de cabelo. Smith mais tarde se desculpou.
Foto: BRIAN SNYDER/REUTERS
Calor extremo seguido de inundações
Primeiro veio o calor, depois a água: a Índia e o Paquistão sofreram com uma onda de calor sem precedentes de quase 50 graus Celsius. Em agosto, a região foi atingida por inundações devastadoras, especialmente o Paquistão: um terço do país chegou a ficar submerso. As responsáveis são as mudanças climáticas provocadas pelo homem, que intensifica os eventos climáticos extremos.
Foto: AFP
Europa em chamas
2022 foi marcado pelas mudanças climáticas também na Europa, onde estiagens e secas persistentes causaram incêndios florestais devastadores, como no sudoeste da França. O verão na Europa foi o mais quente desde que são registrados dados meteorológicos e causou dezenas de milhares de mortes relacionadas ao calor. Grandes rios como o Reno e o Loire chegaram a secar completamente em alguns pontos.
Foto: AP Photo/picture alliance
Lutar e não resignar
Desde meados do ano, organizações de proteção do clima como "Last Generation" e "Extinction Rebellion" têm provocado manchetes com ações drásticas. Ativistas protestam derramando molho de tomate em obras de arte em museus. E bloqueiam ruas e aeroportos para paralisar as operações - como aqui no Aeroporto Schiphol, de Amsterdã, no início de novembro.
Foto: REMKO DE WAAL/ANP/AFP
O nascimento das estrelas
Ele pode ver o passado até logo após o Big Bang, 13 bilhões de anos atrás, e observar a formação de galáxias: em meados do ano, o telescópio James Webb começou a enviar imagens espetaculares como esta, de montanhas e vales repletos de estrelas, que na verdade são a borda de uma jovem região de formação de estrelas na Nebulosa Carina. A Nasa batizou a imagem "Penhascos Cósmicos".
Foto: NASA, ESA, K. Sahu (STScI)
Fim de uma era
Em 8 de setembro, a rainha Elizabeth 2ª morreu no Castelo de Balmoral, na Escócia. A monarca de 96 anos ocupou o trono britânico por sete décadas, mais tempo do que qualquer um antes dela. Ela comemorou 70 anos no trono em fevereiro de 2022. A morte foi acompanhada de mensagens de pesar e simpatia de todo o mundo - aqui, a Ópera de Sydney é iluminada com um retrato de Elizabeth 2ª.
Foto: ROBERT WALLACE/AFP/Getty Images
Aparência enganosa
O sol é refletido no estádio Lusail em Doha, enquanto pesam acusações de trabalhadores estrangeiros que perderam a vida na construção dos estádios da Copa no Catar. Nunca antes um Mundial de Futebol foi tão controverso como o deste ano no emirado: onde não há eleições livres nem mídia independente, os homossexuais são perseguidos, os direitos das mulheres são restritos.
Foto: KARIM JAAFAR/AFP/Getty Images
Agonia no Afeganistão
Desde que o Talibã tomou o poder em agosto de 2021, a situação humanitária no Afeganistão se deteriorou extremamente: mais da metade da população não consegue mais se alimentar adequadamente. Como esta mulher mendigando na neve com o filho. As mulheres e meninas sofrem particularmente: são discriminadas em todas as áreas da vida e não podem mais frequentar escolas e universidades.
Foto: ALI KHARA/REUTERS
Desinfetante contra o vírus
A covid-19 prosseguiu, embora as restrições e medidas de proteção tenham sido reduzidas em muitos países. Menos na China, onde a população continuou sofrendo sob a rigorosa estratégia de covid zero de Pequim: blocos de apartamentos foram hermeticamente fechados, e pessoas infectadas, mesmo crianças, presas em acampamentos. Após protestos maciços, o governo flexibilizou as exigências em dezembro.
Foto: Pan Yulong/dpa/XinHua/picture alliance
Somos 8 bilhões no planeta
Em meados de novembro, a humanidade ultrapassou a marca dos 8 bilhões de pessoas. A maior parte da população mundial - quase 60% - vive na Ásia. Assim como esta mulher que balança alegremente o cabelo no festival indiano de cores "Holi". O crescimento populacional está diminuindo em todo o mundo: as mulheres estão tendo menos filhos, e a expectativa de vida também caiu devido à pandemia de covid.
Foto: Amit Dave/REUTERS
Messi realiza seu sonho
A polêmica Copa do Mundo no Catar teve um desfecho que não poderia ter um roteiro mais cinematográfico. A Argentina derrotou a França nos pênaltis e conquistou o tricampeonato mundial de futebol. A estrela indiscutível da decisão foi Lionel Messia, que aos 35 anos foi também o melhor jogador da Copa e grande responsável pelo título, ao conduzir a seleção argentina até a grande final.