Ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach, disse que decisão anunciada no começo da semana de exigir apenas isolamento voluntário de infectados com covid-19 seria um erro. Nova regra passaria a valer em maio.
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O ministro da Saúde da Alemanha, Karl Lauterbach, voltou atrás nesta quarta-feira (06/04) e disse que o governo vai abandonar os planos de encerrar, a partir de maio, o isolamento obrigatório para infectados com covid-19.
Atualmente, a quarentena na Alemanha para pessoas infectadas com o coronavírus é de 10 dias, podendo ser reduzida para sete dias com um teste negativo.
Lauterbach havia anunciado no começo desta semana que, a partir de 1º de maio, a quarentena obrigatória para os infectados com covid-19 seria substituída por um isolamento voluntário de apenas cinco dias, provocando fortes críticas tanto da oposição quanto de entidades de saúde.
Lauterbach admite erro
O ministro escreveu no Twitter que abandonar o isolamento obrigatório aliviaria os departamentos públicos de saúde de um fardo, mas o sinal dado com a medida seria "errado e prejudicial".
"Eu cometi um erro aqui", escreveu no Twitter. "Corona não é um resfriado", acrescentou Lauterbach. "Portanto, o isolamento após a infecção deve continuar. Ordenado e supervisionado pelos departamentos de saúde".
No entanto, futuramente, o período de quarentena obrigatória para infectados deverá ser reduzido para cinco dias, disse Lauterbach à emissora pública de televisão alemã ZDF.
Mais tarde nesta quarta-feira, Lauterbach afirmou a repórteres, em Berlim, que voltou atrás da decisão "porque teria surgido a impressão completamente errada de que a pandemia acabou ou o vírus se tornou significativamente mais inofensivo do que se supunha no passado".
Reação de políticos
Lauterbach, epidemiologista e deputado de longa data do Partido Social Democrata (SPD, legenda de centro-esquerda do chanceler federal, Olaf Scholz) tem sido uma das vozes mais proeminentes a pedir cautela e medidas rigorosas contra o coronavírus na Alemanha.
No entanto, desde que se assumiu o cargo de ministro da Saúde em dezembro do ano passado, parece tentar equilibrar essa abordagem e os desafios políticos de um governo diversificado de coalizão de três partidos.
Friedrich Merz, líder do partido de oposição União Democrata Cristã (CDU), criticou o que chamou de estilo de governo "sem fôlego", "com decisões que não duram 48 horas".
Já Irene Mihalic, do Partido Verde, sigla que compõe a coalizão de governo, saudou a decisão de Lauterbach. "Louvável que ele tenha corrigido esse erro", disse.
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Situação da covid na Alemanha
A Alemanha vem reduzindo gradualmente as restrições para conter a pandemia de covid-19. Atualmente, na maioria dos estados, já não é obrigatório o uso de máscara em estabelecimentos comerciais – embora recomendado.
Os níveis de infecção estão caindo, mas ainda seguem altos. Nesta quarta-feira, foram contabilizados 214.985 novos casos - cerca de 20% a menos do que há uma semana.
Políticos alemães vêm discutindo a obrigatoriedade da vacinação contra o coronavírus para adultos, mas o apoio à ideia diminuiu nas últimas semanas.
A votação deve ocorrer nesta quinta-feira. Um acordo costurado entre os deputados deve aprovar pelo menos uma imunização obrigatória para pessoas com mais de 60 anos.
le (AFP, AP, Reuters, ots)
As variantes do novo coronavírus
Para evitar a estigmatização e a discriminação dos países onde as variantes do Sars-Cov-2 foram detectadas pela primeira vez, a OMS padronizou seus nomes conforme letras do alfabeto grego.
Foto: Sascha Steinach/ZB/picture alliance
Várias denominações para uma cepa
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que as novas variantes do coronavírus passam a ser chamadas por letras do alfabeto grego e não devem mais ser identificadas pelo local onde foram detectadas pela primeira vez. Cientistas criticavam ainda que estavam sendo usados vários nomes para a cepa descoberta na África do Sul, como B.1.351, 501Y.V2 e 20H/501Y.V2.
Foto: Christian Ohde/CHROMORANGE/picture alliance
Nomes científicos continuam válidos
A OMS pediu que os países e a imprensa passem a adotar a nova nomenclatura das variantes e evitem associar novas cepas aos locais de origem. A organização acrescentou, porém, que as novas denominações não substituem os nomes científicos, que devem continuar sendo usados em trabalhos acadêmicos.
Foto: Reuters/D. Balibouse
Variante alfa
A variante B.1.1.7 foi detectada em setembro de 2020 no Reino Unido e se espalhou pelo mundo. Segundo um estudo publicado em março na "Nature", há evidências de que a variante alfa seja 61% mais mortal do que o vírus original. Entre homens com mais de 85 anos, o risco de morte aumenta de 17% para 25%. Para mulheres da mesma faixa etária, de 13% para 19%, nos 28 dias posteriores à infecção.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante beta
Pesquisadores identificaram a variante B.1.351 em dezembro de 2020 na África do Sul. A cepa atinge pacientes mais jovens e é associada a casos mais graves da doença. Os cientistas sequenciaram centenas de amostras de todo o país desde o início da pandemia e observaram uma mudança no panorama epidemiológico, "principalmente com pacientes mais jovens, que desenvolvem formas graves da doença".
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante gama
A variante P.1 foi detectada pela primeira vez em 10 de janeiro de 2021 pelo Japão em passageiros vindos de Manaus. Originária do Amazonas, ela se espalhou pelo Brasil e outros países vizinhos. A cepa possui 17 mutações, três das quais estão na proteína spike. São provavelmente essas últimas que fazem com que o vírus possa penetrar mais facilmente nas células para então se multiplicar.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante delta
A variante B.1.617, detectada em outubro de 2020 na Índia, causa sintomas diferentes dos provocados por outras cepas, é significativamente mais contagiosa e aparentemente aumenta o risco de hospitalização, segundo sugeriram estudos. "O vírus se adapta de forma inteligente. Muitos doentes recebem resultados negativos nos testes, mas desenvolvem sintomas graves", explicou um médico de Nova Déli.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante ômicron
A nova variante B.1.1.529, batizada de ômicron pela Organização Mundial da Saúde, foi descoberta em 11 de novembro de 2021 em Botsuana, que faz fronteira com a África do Sul, onde a cepa também foi encontrada. A ômicron contém 32 mutações na chamada proteína "spike" (S), número considerado extremamente alto. Cientistas avaliam que essa variante se dissemina mais rapidamente do que as anteriores.
Foto: Andre M. Chang/Zuma/picture alliance
A busca pela padronização
O novo padrão foi escolhido após "uma ampla consulta e revisão de muitos sistemas de nomenclatura", afirma a OMS. O processo durou meses e entre as sugestões de padronização estavam nomes de deuses gregos, de religiões, de plantas ou simplesmente VOC1, VOC2, e assim por diante.
Foto: Ohde/Bildagentur-online/picture alliance
Nomes e apelidos polêmicos
Desde o início da pandemia, os nomes utilizados para descrever o Sars-Cov-2 têm provocado polêmica. O ex-presidente americano Donald Trump costumava chamar o novo coronavírus de "vírus da China", como forma de tentar culpar o país asiático pela pandemia. O vírus foi detectado pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan.
Foto: picture-alliance/AA/A. Hosbas
Novas cepas podem ser mais perigosas
Mutações em vírus são comuns, mas a maioria delas não afeta a capacidade de transmissão ou de causar manifestações graves de doenças. No entanto, algumas mutações, como as presentes nas variantes do coronavírus originárias do Reino Unido, da África do Sul e do Brasil, podem torná-lo mais contagioso.
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Associação ao local de origem
Historicamente, vírus novos costumam ganhar nomes associados ao local de descoberta, como o ebola, que leva o nome de um rio congolês. No entanto, esse padrão pode ser impreciso, como é o caso da gripe espanhola de 1918. As origens desse vírus são desconhecidas, mas acredita-se que os primeiros casos tenham surgido no estado do Kansas, nos Estados Unidos.
Foto: picture-alliance/National Museum of Health and Medicine