Alemanha destina 180 milhões de euros contra analfabetismo
28 de novembro de 2016
Iniciativa será implementada em conjunto entre estados e governo federal pelos próximos dez anos. País tem 7,5 milhões de analfabetos funcionais, e mais de 300 mil alemães não sabem sequer escrever o próprio nome.
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O governo alemão anunciou nesta segunda-feira (28/11) que investirá 180 milhões de euros em projetos contra o analfabetismo. Estima-se que cerca de 7,5 milhões de adultos sejam analfabetos funcionais, número que equivale a quase 10% da população total do país.
A iniciativa será implementada em conjunto entre estados e governo federal, pelos próximos dez anos. O dinheiro será usado para aperfeiçoar programas já existentes e também criar novos cursos e projetos de aprendizagem.
De acordo com uma pesquisa da Universidade de Hamburgo, a maioria destes 7,5 milhões de adultos, com idades que variam entre 18 e 64 anos, são considerados analfabetos funcionais, ou seja, têm dificuldade de entender frases maiores e textos. Para eles, por exemplo, preencher um formulário é tarefa árdua.
Ainda segundo o levantamento, entre os 7,5 milhões de analfabetos, 2,3 milhões conseguem identificar apenas algumas palavras e frases curtas. Mais de 300 mil alemães não sabem sequer escrever o próprio nome. Como é difícil estabelecer números exatos para mensurar este tipo de dado com precisão, especialistas estimam que essas taxas possam ser ainda mais elevadas.
Para a ministra da Educação da Alemanha, Johanna Wanka (CDU), esta será a "década da alfabetização" no país. De acordo com Claudia Bodega, presidente da Conferência dos Secretários Estaduais da Educação (KMK), órgão que coordena o ensino escolar na Alemanha, os projetos de alfabetização de adultos também serão abertos a refugiados. "Há refugiados e outros imigrantes sem qualquer escolaridade", diz.
Ler e escrever ainda são privilégios em muitos países. De acordo com a Unesco, há cerca de 781 milhões de analfabetos em todo o mundo. Entre eles, quase dois terços são mulheres. Do total, 557 milhões de analfabetos estão concentrados em apenas dez países. A Índia reúne o maior grupo: 287 milhões ou 37% do total de analfabetos do mundo.
NT/dpa
Os dez principais dialetos alemães
Faça uma viagem linguística pela Alemanha e fique conhecendo as principais variantes regionais do idioma alemão.
Bávaro
A chave para começar a desvendar o dialeto bávaro é saber que o temperamento calmo destes alemães do sul também implica uma certa preguiça na fala. O bávaro adora abreviar palavrinhas breves e insignificantes num único fôlego. Por exemplo, em vez de dizer "Was möchten Sie denn?" (O que o senhor quer afinal?), ele diz simplesmente "Was mächdans?"
Foto: Peter Kneffel/dpa/picture alliance
Baixo-alemão
Alemão do norte (Norddeutsch) e baixo-alemão (Plattdeutsch) são designações bastante genéricas para os dialetos falados em diversas regiões do norte da Alemanha. No litoral do Báltico e no interior, o dialeto provavelmente é mais falado que nas cidades.
Foto: picture-alliance/dpa/C. Rehder
Saxônio
O saxônio é um dialeto com alto grau de rejeição entre os alemães. Muitos saxônios até se envergonham dele, apesar de já ter sido o alemão padrão. Lutero traduziu a Bíblia para o saxônio, e não para o alemão.
Foto: Andreas Vitting/imageBROKER/picture alliance
Suábio
O suábio tem fama de pão-duro. Dizem que economiza até nas palavras, pois é monossilábico e gosta de falar tudo no diminutivo. O dialeto falado em partes de Baden-Württemberg e da Baviera é usado por grande parte da população, em todas as suas variantes regionais.
Foto: Karl Allgäuer/Zoonar/picture alliance
Coloniano
O dialeto de Colônia não é só uma variante linguística, mas também um modo de vida. Apesar de ser quase tão difícil como uma língua estrangeira, muita gente tem interesse em aprender a tranquila cantilena dos renanos.
Foto: picture-alliance/dpa/O. Berg
Dialeto de Hessen
Não existe um dialeto único em Hessen, mas sim diversas variantes dialetais semelhantes. O original é falado até hoje na Hungria, para onde muitos alemães de Hessen emigraram por causa da pobreza há 300 anos. As gerações mais antigas conservaram certas variantes dialetais, como o Odenwälderisch ou o Stiftsfulderisch. Isso também se aplica, em parte, aos alemães emigrados para a Rússia.
Foto: picture-alliance/dpa/F. Rumpenhorst
Alemânico
De Karlsruhe até a Suíça, na Floresta Negra, na Alsácia, além de partes de Liechtenstein, Áustria e Itália: regiões compartilham o mesmo dialeto, mas isso não quer dizer que todos necessariamente se entendam. Diante da ameaça de extinção dos dialetos, há comunidades que se empenham em cultivá-los na escola.
Foto: Hans-Jörg Haas
Alsaciano
Lutas entre França e Alemanha deixaram marcas profundas. Após a Segunda Guerra Mundial, muitas famílias que moravam na fronteira se recusaram a transmitir aos filhos um idioma com sonoridade tão alemã. Durante muito tempo, o Estado francês tratou as regiões do país com certa reserva, temendo o separatismo. O idioma alsaciano sofreu especialmente com isso.
Foto: Volker Witting/DW
Hamburguês
A língua original de Hamburgo não é o alemão clássico, mas sim o chamado Plattdeutsch (baixo-alemão). Na época da liga hanseática, os dialetos de Hamburgo e Lübeck eram a língua franca do norte da Europa, entendida da Inglaterra à Rússia. Até a Idade Moderna, o Plattdeutsch era a língua oficial de Hamburgo, falada em inúmeras variantes dialetais.
Foto: picture alliance/Sven Simon/M. Ossowski
Berlinense
Além de sua predileção por neologismos, o dialeto berlinense não faz muita questão de declinações e outras regras gramaticais. A base do dialeto berlinense é uma mistura do "märkisches Platt" (o baixo-alemão falado em Brandemburgo) com o alemão padrão e o saxônio. Outros ingredientes vêm do iídiche, do holandês e do eslavo.