Segundo previsão do Ministério das Finanças, cofres públicos receberão no ano que vem 5,2 bilhões de euros a menos que o previsto anteriormente. Crise de refugiados e escândalo da Volkswagen dificultam estimativas.
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Os cofres públicos alemães devem contar com menos dinheiro que o esperado no ano que vem. De acordo com previsão divulgada pelo Ministério das Finanças da Alemanha nesta quinta-feira (05/11), a arrecadação de 2016 deve ficar 5,2 bilhões de euros abaixo da última estimativa, de maio deste ano.
A baixa arrecadação do ano que vem se deverá sobretudo a cortes de impostos e benefícios para as famílias, mas também a benefícios fiscais para empresas, segundo o ministério. Somente para o governo federal, faltarão 4,9 bilhões de euros.
Neste ano, porém, a arrecadação deve superar em 5,2 bilhões de euros a previsão de maio. Para os anos seguintes a 2016, as estimativas também são positivas. Entre 2017 e 2018, devem ser arrecadados 4,8 bilhões de euros em impostos a mais que o previsto anteriormente, graças a uma conjuntura estável. No total a arrecadação deve aumentar entre 2015 e 2020, passando de 671,6 bilhões de euros para 795,6 bilhões de euros.
A previsão atual foi dificultada pelos efeitos da crise de refugiados, difíceis de prever, e pelo escândalo de manipulação de emissões da Volkswagen. Para completar a crise, a montadora anunciou nesta quarta-feira o recall de quase 92 mil veículos nos EUA devido a um problema no sistema de freio.
O ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, ressaltou que os números previstos já haviam sido levados em conta no orçamento do ano que vem. Apesar do impacto da crise de refugiados, o ministro afirma que as finanças estatais estão em bom estado.
LPF/dpa/afp
Dez expressões para dinheiro em alemão
"Mônei", grana, trocados, dimdim... Quantos termos para "dinheiro" você conhece em sua língua? Pois também em alemão a oferta é rica. A seguir uma seleção de gírias para o vil metal.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Dedert
Flocken
Por parcimônia, cautela ou hipocrisia, o ditado popular reza que "Über Geld spricht man nicht" – sobre dinheiro não se fala. Contudo o tabu não é para ser levado tão a sério. Os alemães têm diversas formas de contorná-lo – por exemplo inventando incontáveis gírias e eufemismos. Um delas é "Flocken" (flocos). Talvez na esperança que ele caia do céu, como neve?
Foto: Colourbox
Kohle
Um provérbio do século 18 lembra que a Alemanha é um país de clima frio e que manter a casa aquecida custa: "Der Schornstein muss rauchen" – a chaminé tem que fumegar. Muitos termos pecuniários se referem a materiais combustíveis, sendo "Kohle" (carvão) um dos usados, ao lado de "Asche" (cinzas). Durante a guerra, o carvão mineral era um bem escasso e usado como meio informal de pagamento.
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Kies
Outra gíria para dinheiro, "Kies" (cascalho), soa bem parecido com a palavra iídiche para "bolsa": "kis" – o que talvez explique a associação. Por extensão, fala-se também de "Schotter" (outro termo para cascalho), ou simplesmente de "Steine" (pedras).
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Knete
"Knete" (massa de modelar) é um termo coloquial relativamente novo, registrado no uso quotidiano na década de 1970. Especula-se que derive de "dough" (literalmente: massa de pão ou bolo), antiga gíria inglesa para numerário. Ela aparece já em 1851, numa publicação de uma fraternidade da Universidade de Yale, onde se postula que "suficiente massa" é um meio para evitar "os embaraços da sociedade".
Foto: imago/Steinach
Moos
Da mesma forma que "Ohne Knete, keine Fete" (Sem massa, nada de festa), "Ohne Moos, nix los" (Sem musgo, nada acontece)! Apesar de evocar o denso verde dessas plantas que crescem em locais sombrios e úmidos, etimologicamente "Moos" é uma corruptela de "ma'oth" – "moedas" em hebraico.
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Mäuse
É possível que em algum momento "Moos" tenha se confundido com "Maus" (camundongo), resultando, no plural, em "Mäuse". Um sinônimo de dinheiro com conotação carinhosa.
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Kröten
Por sua vez, "Kröten" (sapos) se refere a uma soma miserável, provavelmente por analogia com a pouco apreciada aparência do anfíbio. A gíria está em uso desde o século 19 e, segundo os etimólogos, nasceu de uma corruptela de "Groschen" ou "Groten", ambas denominações de moedas da Idade Média.
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Lappen
Enquanto os anglófonos falam de uma trajetória "dos trapos à riqueza", os alemães usam "Lappen" (trapos) justo como termo coloquial para o símbolo da prosperidade. Originalmente o termo se referia àquelas antigas cédulas, de tamanho avantajado, que se podia bater ostensivamente no balcão da taverna. "Lappen", aliás, também é gíria para carteira de motorista.
Foto: imago/mm images/Fickinger
Riesen
Como o nome já sugere, "Riesen" (gigantes) não é qualquer dinheiro, mas sim um milhar de qualquer moeda que seja. Assim, hoje em dia, "zehn Riesen" é imediatamente entendido como "dez mil euros". Enfim, em termos financeiros, tamanho é mesmo documento!
Foto: Reuters/L. MacGregor
Pinkepinke
"Pinke" ou, dobrado, "Pinkepinke": o que parece linguagem infantil tem uma venerável origem. Do judeo-aramaico, "pinka" era empregado pelos judeus eslavos para designar nada menos do que a "caixa onde se guarda o dinheiro pago ao estalajadeiro pelos jogadores de carta". Mas o termo sem dúvida evoca o rosado som das moedas caindo num cofrinho – no estilo de "dim-dim".