Medidas visam frear a disseminação da covid-19. Rascunho de projeto do chanceler federal Olaf Scholz e dos 16 governadores alemães prevê limitar reuniões a 10 pessoas, mesmo imunizadas ou recuperadas.
Anúncio
A Alemanha deve introduzir novas restrições após o Natal para tentar conter a disseminação do coronavírus. A decisão deve ser aprovada em reunião do novo chanceler federal, Olaf Scholz, e os governadores dos 16 estados alemães nesta terça-feira (21/12).
De acordo com o rascunho do projeto a ser aprovado, ao qual a DW teve acesso, as novas regras devem entrar em vigor em 28 de dezembro.
O governo deve limitar as reuniões públicas, tanto em ambientes fechados quanto abertos, a um máximo de 10 pessoas, mesmo para pessoas vacinadas e recuperadas. Crianças com 14 anos ou menos estão isentas das regras.
Caso uma pessoa não vacinada participe de um encontro, as restrições se tornam mais rígidas, com membros de uma família limitados a se reunir com no máximo duas pessoas que vivam em outra casa. Clubes também devem fechar temporariamente.
Eventos com capacidade reduzida
O número de pessoas autorizadas a assistir eventos culturais e esportivos, internos e externos, será limitado a de 30% a 50% da capacidade do local. Estados com altas taxas de infecção serão obrigados a cancelar grandes eventos ou realizá-los sem espectadores.
De acordo com a minuta do projeto, empresas e organizações impactadas negativamente pelas restrições terão auxílio financeiro.
Além disso, a campanha de vacinação, seja para ainda não imunizados, seja para as doses de reforço, continuará mesmo durante os feriados de fim de ano.
Anúncio
Regra 2G permanecerá em vigor
O rascunho do documento também diz que a entrada em locais públicos, como restaurantes e cinemas, permanecerá limitada àqueles que forem vacinados ou recuperados, conhecida na Alemanha como regra "2G" (geimpf oder genesen).
O ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach, descartou neste fim de semana a ideia de um bloqueio antes do Natal. Por outro lado, alertou que o país enfrentará uma "onda massiva" devido à variante ômicron.
A Alemanha registrou nesta segunda-feira 16.086 novos casos de coronavírus e 119 mortes, de acordo com dados do Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental para o controle e prevenção de doenças.
No total, o país soma 6.809.622 infecções e 108.352 mortes desde o começo da pandemia.
No país, 69,6% da população está completamente imunizada contra a covid-19, segundo dados do site Our World in Data, da Universidade de Oxford. Boa parte da população, porém, se nega a receber o imunizante, e a taxa de vacinados está praticamente estagnada há várias semanas.
le (ots)
As variantes do novo coronavírus
Para evitar a estigmatização e a discriminação dos países onde as variantes do Sars-Cov-2 foram detectadas pela primeira vez, a OMS padronizou seus nomes conforme letras do alfabeto grego.
Foto: Sascha Steinach/ZB/picture alliance
Várias denominações para uma cepa
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que as novas variantes do coronavírus passam a ser chamadas por letras do alfabeto grego e não devem mais ser identificadas pelo local onde foram detectadas pela primeira vez. Cientistas criticavam ainda que estavam sendo usados vários nomes para a cepa descoberta na África do Sul, como B.1.351, 501Y.V2 e 20H/501Y.V2.
Foto: Christian Ohde/CHROMORANGE/picture alliance
Nomes científicos continuam válidos
A OMS pediu que os países e a imprensa passem a adotar a nova nomenclatura das variantes e evitem associar novas cepas aos locais de origem. A organização acrescentou, porém, que as novas denominações não substituem os nomes científicos, que devem continuar sendo usados em trabalhos acadêmicos.
Foto: Reuters/D. Balibouse
Variante alfa
A variante B.1.1.7 foi detectada em setembro de 2020 no Reino Unido e se espalhou pelo mundo. Segundo um estudo publicado em março na "Nature", há evidências de que a variante alfa seja 61% mais mortal do que o vírus original. Entre homens com mais de 85 anos, o risco de morte aumenta de 17% para 25%. Para mulheres da mesma faixa etária, de 13% para 19%, nos 28 dias posteriores à infecção.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante beta
Pesquisadores identificaram a variante B.1.351 em dezembro de 2020 na África do Sul. A cepa atinge pacientes mais jovens e é associada a casos mais graves da doença. Os cientistas sequenciaram centenas de amostras de todo o país desde o início da pandemia e observaram uma mudança no panorama epidemiológico, "principalmente com pacientes mais jovens, que desenvolvem formas graves da doença".
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante gama
A variante P.1 foi detectada pela primeira vez em 10 de janeiro de 2021 pelo Japão em passageiros vindos de Manaus. Originária do Amazonas, ela se espalhou pelo Brasil e outros países vizinhos. A cepa possui 17 mutações, três das quais estão na proteína spike. São provavelmente essas últimas que fazem com que o vírus possa penetrar mais facilmente nas células para então se multiplicar.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante delta
A variante B.1.617, detectada em outubro de 2020 na Índia, causa sintomas diferentes dos provocados por outras cepas, é significativamente mais contagiosa e aparentemente aumenta o risco de hospitalização, segundo sugeriram estudos. "O vírus se adapta de forma inteligente. Muitos doentes recebem resultados negativos nos testes, mas desenvolvem sintomas graves", explicou um médico de Nova Déli.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante ômicron
A nova variante B.1.1.529, batizada de ômicron pela Organização Mundial da Saúde, foi descoberta em 11 de novembro de 2021 em Botsuana, que faz fronteira com a África do Sul, onde a cepa também foi encontrada. A ômicron contém 32 mutações na chamada proteína "spike" (S), número considerado extremamente alto. Cientistas avaliam que essa variante se dissemina mais rapidamente do que as anteriores.
Foto: Andre M. Chang/Zuma/picture alliance
A busca pela padronização
O novo padrão foi escolhido após "uma ampla consulta e revisão de muitos sistemas de nomenclatura", afirma a OMS. O processo durou meses e entre as sugestões de padronização estavam nomes de deuses gregos, de religiões, de plantas ou simplesmente VOC1, VOC2, e assim por diante.
Foto: Ohde/Bildagentur-online/picture alliance
Nomes e apelidos polêmicos
Desde o início da pandemia, os nomes utilizados para descrever o Sars-Cov-2 têm provocado polêmica. O ex-presidente americano Donald Trump costumava chamar o novo coronavírus de "vírus da China", como forma de tentar culpar o país asiático pela pandemia. O vírus foi detectado pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan.
Foto: picture-alliance/AA/A. Hosbas
Novas cepas podem ser mais perigosas
Mutações em vírus são comuns, mas a maioria delas não afeta a capacidade de transmissão ou de causar manifestações graves de doenças. No entanto, algumas mutações, como as presentes nas variantes do coronavírus originárias do Reino Unido, da África do Sul e do Brasil, podem torná-lo mais contagioso.
Foto: DesignIt/Zoonar/picture alliance
Associação ao local de origem
Historicamente, vírus novos costumam ganhar nomes associados ao local de descoberta, como o ebola, que leva o nome de um rio congolês. No entanto, esse padrão pode ser impreciso, como é o caso da gripe espanhola de 1918. As origens desse vírus são desconhecidas, mas acredita-se que os primeiros casos tenham surgido no estado do Kansas, nos Estados Unidos.
Foto: picture-alliance/National Museum of Health and Medicine