Objetivo seria ajudar autoridades eslovenas a lidar com a grande quantidade de refugiados em suas fronteiras. Comissão Europeia critica lenta ação de países-membros da UE em meio à crise migratória.
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A Alemanha planeja enviar policiais para ajudar as autoridades da Eslovênia a lidar com os refugiados em suas fronteiras, informou nesta terça-feira (27/10) o jornal alemão Mitteldeutsche Zeitung. Segundo o diário, um porta-voz do Ministério do Interior teria confirmado o plano ao afirmar que "está claro que iremos no envolver".
O ministério afirmou, então, que a Polícia Federal da Alemanha, que trabalha na vigilância de fronteiras, avalia sua participação na operação. O órgão não especificou a quantidade de policiais que deverão ser enviados, mas ressaltou que a corporação já está bastante ocupada com os controles de fronteira no próprio país, e ainda lida com um pedido para enviar 50 policiais adicionais para trabalhar sob os auspícios da Frontex – a missão europeia de patrulhamento de fronteiras – na Grécia.
O Mitteldeutsche Zeitung menciona também que o presidente do Sindicato dos Policiais da Alemanha, Jörg Radek, alertou que a polícia do país pode ser sobrecarregada. Em setembro, ele já havia dito que a polícia alemã estava operando no limite de suas capacidades.
A notícia sobre a ajuda à Eslovênia foi dada na sequência de umareunião de emergência dos líderes da União Europeia (UE), no último domingo. Nela foi traçado um plano de ajuda aos países dos Bálcãs, sobrecarregados com grande fluxo de refugiados e requerentes de asilo.
No encontro, alguns líderes europeus, incluindo os representantes da Sérvia, Macedônia e Albânia, concordaram com um plano de dezessete pontos que visa aumentar o apoio aos países dos Bálcãs que estão nas rotas dos migrantes em direção ao norte da Europa.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou após a reunião que 400 policiais serão enviados na próxima semana aos Bálcãs, enquanto a Frontex deverá receber um reforço de pessoal.
Mais de 70 mil refugiados entraram na Eslovênia após a Hungria fechar, em meados deste mês, sua fronteira com a Croácia – país que não integra o espaço Schengen. A medida fez com que os migrantes buscassem uma nova rota através do território esloveno, na tentativa de chegar aos países mais ricos da Europa, como Alemanha e Suécia.
Além disso, a Hungria restabeleceu os controles na fronteira com a Eslovênia, o que reduziu ainda mais a capacidade das autoridades eslovenas de lidar com o fluxo migratório.
As novas medidas adotadas pela UE foram tomadas em meio aos temores de que a chegada do inverno na Europa agrave ainda mais as condições dos migrantes. Juncker, porém, criticou nesta terça-feira os Estados-membros da UE, afirmando que "agem muito lentamente, numa época em que deveríamos estar correndo".
A Frontex, que havia pedido 775 profissionais para trabalhar no registro dos refugiados que chegam à Itália e à Grécia, recebeu até o momento apenas metade desse contingente. Juncker alerta que esse número não é suficiente, e que o acréscimo de pessoal e financiamentos à missão de fronteiras é essencial. Ele ressalta que a demora para agir faz com que a Europa perca "todo tipo de credibilidade".
RC/afp/rtr/dpa/ap
Estações da fuga em imagens
Cerca de 3,7 mil quilômetros separam a Alemanha da Síria. Para os refugiados da guerra civil, essa viagem dura semanas até meses. E ela é perigosa, também na rota dos Bálcãs.
Foto: picture-alliance/dpa/N. Armer
Últimas forças
Duma é uma cidade síria a nordeste de Damasco. Mesmo ferido, um homem procura por sobreviventes nos escombros. Pouco antes, a região foi atacada por bombardeios das forças armadas sírias. Desde o início da guerra civil, em 2011, mais de 250 mil pessoas morreram no país, segundo as Nações Unidas.
Foto: picture-alliance/A.A./M. Rashed
Terror ao alcance dos olhos
No campo de refugiados em Suruc, na Turquia, cerca de 40 mil sírios procuraram refúgio da guerra civil. A poucos quilômetros dali, em Kobane, o conflito continua. O campo é organizado como uma pequena cidade, com mesquita, escola e ruas. Ninguém quer permanecer aqui por muito tempo.
Foto: Getty Images/C. Court
Marcas da guerra
Abdurrahman Yaser al-Saad conseguiu chegar à cidade portuária turca de Izmir. O sírio de 16 anos mostra aos outros refugiados uma cicatriz enorme na barriga. Ele estava na escola quando as forças armadas sírias bombardearam o local e ele ficou gravemente ferido.
Foto: picture-alliance/AA/E. Menguarslan
Esperança de uma vida melhor
Na viagem em direção à Europa, muitos refugiados acabam em Izmir. Daqui eles desejam ir para a Grécia. Coletes salva-vidas são fundamentais, pois muitos não sabem nadas, e os barcos dos atravessadores ficam superlotados. Enquanto aguardam a partida, muitos dormem ao ar livre, porque não podem pagar um hotel.
Foto: picture-alliance/AA/E. Atalay
Jogado de volta
Com suas últimas forças, esse refugiado conseguiu nadar de volta até a praia de Bodrum, na Turquia. Pouco antes ele havia tentado alcançar um barco de atravessadores, que, por muito dinheiro, levam as pessoas ilegalmente até a Grécia. As embarcações estão sempre superlotadas.
Foto: Getty Images/AFP/B. Kilic
Desamparo
Na praia de Kos, uma ilha grega, turistas observam como refugiados tentam chegar à costa com um barco inflável. A viagem ilegal de Bodrum até aqui custa cerca de mil euros por pessoa. São apenas quatro quilômetros de distância, mas muitos não sabem nadar e acabam morrendo afogados.
Foto: picture-alliance/dpa/Y. Kolesidis
Realidade incômoda
No caminho para o hotel ou para a praia, turistas passam por muitos refugiados. Devem olhar? Devem ajudar?
Foto: picture-alliance/AA/G. Balci
Com braços e pernas
Da Grécia, muitos refugiados tentam chegar à Europa ocidental pelos Bálcãs. Uma estação importante é a cidade de Gevgelija, na Macedônia. Depois de dias de espera, todos desejam conseguir um lugar em um trem para a Sérvia.
Foto: picture-alliance/dpa/G. Licovski
Passo a passo
Já nas primeiras horas do dia, centenas de refugiados caminham ao longo da linha do trem, da Sérvia para a Hungria. De lá, muitos desejam ir para a Áustria ou Alemanha. A caminhada de quilômetros exige de muitos suas últimas forças.
Foto: Getty Images/AFP/A. Messinis
Desespero
Com medo de ser levado para um campo de refugiados na Hungria, o pai sírio se joga, com sua mulher e filho, nos trilhos da estação de Bicske. Eles achavam que o trem os levaria de Budapeste até Viena. Em vez disso, eles devem ser registrados pelas autoridades húngaras.
Foto: Reuters/L. Balogh
Quase lá
Centenas de refugiados do Iraque, da Síria e do Afeganistão decidiram ir a pé até a Áustria, caminhando pela rodovia. Eles esperaram durante dias por um trem na estação de Budapeste. A polícia, porém, bloqueia o trecho com frequência.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Roessler
Finalmente a chegada
Estação central de Munique: a esperança de muitos refugiados está na chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel. Diferente de outros países europeus, eles se sentem bem-vindos na Alemanha.