Alemanha deve indenizar empresas por transição energética
6 de dezembro de 2016
Tribunal decide a favor de companhias de energia afetadas por decisão do governo de abandonar energia nuclear até 2022. Estima-se que perdas reivindicadas cheguem a 19 bilhões de euros.
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Empresas de energia da Alemanha afetadas pela decisão do governo de fechar todas as usinas nucleares do país até 2022 terão direito a compensações financeiras, decidiu o Tribunal Federal Constitucional alemão nesta terça-feira (06/12). A determinação é um duro golpe para a chanceler federal, Angela Merkel, que fez da redução gradual do uso de energia nuclear uma das bandeiras de seu governo.
Semanas após a catástrofe na usina atômica japonesa de Fukushima, em 2011, Merkel anunciou um plano de transição energética, que incluiu a paralisação de oito das usinas nucleares mais antigas do país, além do fechamento de outras nove até 2022.
Companhias fornecedoras de energia na Alemanha contestaram a medida sob o argumento de que a falta de um aviso prévio impediu que as empresas reorientassem seus serviços a tempo e acarretou grandes perdas financeiras. Entre as companhias afetadas estão Eon, RWE e Vattenfall, as quais levaram a queixa à Justiça.
"É admissível que legisladores tenham usado o acidente em Fukushima como impulso para acelerar o abandono da energia nuclear e proteger a saúde das pessoas e o meio-ambiente," afirmou o juiz Ferdinand Kirchhof. Mas, apesar de considerar a decisão legítima, o tribunal concluiu que as empresas têm direito a uma compensação "apropriada" do governo, o que não é previsto na lei em sua forma atual.
Segundo o veredicto, a compensação não precisa ser necessariamente financeira. Entre as alternativas estaria a extensão do tempo de operação de usinas, por exemplo. O governo deve chegar a um acordo com as empresas até junho de 2018, determinou o tribunal.
As empresas não estabeleceram um valor específico para a indenização ao apresentarem sua queixa, mas estima-se que a soma chegue a 19 bilhões de euros.
IP/dpa/afp
Dez fontes inusitadas de energia
As reservas de combustíveis fósseis são limitadas e milhões de toneladas de dejetos vão para o lixo a cada dia. Seja com urina, escamas de peixe e até azeitonas, confira dez formas criativas de gerar energia sustentável.
Foto: Wattway/COLAS/Joachim Bertrand
Urina e excrementos
Nossas necessidades fisiológicas podem ter utilidade, em vez de serem descartadas pela descarga. Pesquisadores investigam como usar urina e outros excrementos humanos para gerar eletricidade. Em locais inóspitos, por exemplo em campos de refugiados, isso resolveria problemas de saneamento. Apesar da associação negativa, nossos resíduos corporais algum dia talvez possam ser nossos aliados.
Foto: Imago
Cultivo de algas
A ideia ainda está engatinhando e precisa de pesquisas mais aprofundadas, mas cultivar microalgas pode ser uma solução para fabricar biocombustíveis de forma eficiente e sustentável. Elas são capazes de transformar luz solar e dióxido de carbono em etanol. Mas, mesmo sob condições ideais, a quantidade de energia gerada é ainda muito pequena.
Foto: picture-alliance/dpa/MAXPPP
Quando o vento é fraco
Uma película flexível e superleve que capta energia de ventos suaves. Sua inventora, a sul-africana Charlotte Slingsby, a batizou Moya. A cortina de plástico pode ser instalada em construções já existentes sem exigir reformas caras, nem áreas exclusivas e sem fazer mal a pássaros ou morcegos, como pode ocorrer com grandes turbinas de vento.
Foto: Charlotte Slingsby
Carvão de casca de coco
Lenha ainda é a principal fonte de energia em várias partes do mundo. Cascas de coco podem ser uma alternativa sustentável em países como o Quênia e Camboja, onde gerenciar os resíduos do fruto ainda é um grande problema. Em comparação com o carvão tradicional, ela queima por mais tempo, é mais barata e dispensa o corte de árvores.
Foto: Imago/fotoimedia
Escamas e espinhas de peixe
A indústria de transformação de peixe gera diariamente montanhas de resíduos. Embora as espinhas, escamas e as vísceras oleosas de toneladas de peixes não sejam úteis para o mercado, podem ser usadas para produzir biocombustível. Brasil, Honduras e Vietnã já fazem experiências com essa fonte de energia, mas dificuldades financeiras podem atrapalhar as pesquisas.
Foto: AP
Turbinas de vento camufladas
Imitar a natureza para gerar eletricidade foi a fórmula francesa que levou à árvore de vento. Jerome Michaud-Lariviere, responsável pelo conceito, inspirou-se nas folhas de árvores agitadas pela brisa. A estrutura criada por ele tem 72 miniturbinas no lugar das folhas e produz energia para abastecer 15 semáforos, carregar um carro elétrico ou iluminar uma residência pequena.
Foto: NewWind
Movimento do corpo
Imagine aproveitar cada passo que você dá para acender luzes ou carregar dispositivos eletrônicos. Este é o conceito por trás de superfícies inteligentes localizadas sob pistas de dança, campos de futebol e estações de metrô pelo mundo. A energia obtida pode ser usada nas proximidades. Taí uma boa desculpa para manter o corpo em ação!
Foto: Daan Roosegaarde
Azeitonas viram biocombustível
Parte fundamental da culinária mediterrânea, o azeite de oliva é feito da azeitona. A produção gera quatro vezes o peso do produto final em rejeitos. Uma vez esmagadas para que o óleo seja extraído, as sobras que iriam para o lixo ainda podem ser usadas para fazer biocombustível. O projeto Phenolive gera eletricidade e calor, aproveitando completamente o fruto.
Foto: Fotolia/hiphoto39
Resíduos da plantação de mostarda
A falta de recursos estimula as pessoas a serem criativas na busca de alternativas. Sobras de colheitas são um problema para descartar, mas podem dar origem a boas soluções. Incinerar caules e folhas de plantações de mostarda, por exemplo, rende eletricidade para milhares de casas na área rural e as cinzas ainda podem ser usadas como fertilizante.
Foto: DW
Rodovias e ciclovias solares
Nem asfalto, nem concreto. Painéis fotovoltaicos feitos de uma resina que comporta bicicletas a caminhões podem pavimentar a rua do futuro. Com lâmpadas LED para criar sinalização sem tinta e aquecimento para prevenir acúmulo de gelo, as rodovias que captam energia solar estão nos planos da França. Em cinco anos, o país pretende construir painéis solares fotovoltaicos ao longo de suas rodovias.