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Alemanha deve prolongar lockdown até a Páscoa

19 de março de 2021

Autoridades alertam para aumento exponencial de casos de covid-19, impulsionado por novas variantes. Ministro diz que país poderá reforçar restrições em vez de relaxá-las.

Boulevard do Reno em Düsseldorf, onde pessoas passeiam de máscaras. Ao fundo, a torre de uma igreja e uma roda gigante.
Autoridades alemãs atribuem aumento de casos de covid-19 às variantes mais contagiosas do vírusFoto: Andreas Rentz/Getty Images

O ministro alemão da Saúde, Jens Spahn, sinalizou nesta sexta-feira (19/03) que a Alemanha não deve relaxar as restrições para conter a disseminação do coronavírus pelo menos até o feriado de Páscoa, no início de abril.

A declaração veio juntamente com um alerta do Instituto Robert Koch (RKI), a agência de controle e prevenção de doenças do país, de que os números dos novos casos de covid-19 na Alemanha aumentam de modo "claramente exponencial".

"O aumento do número de casos pode significar que não estamos aptos a tomar qualquer passo rumo a uma reabertura nas próximas semanas. Ao contrário, talvez tenhamos que dar alguns passos atrás", disse o ministro.

As autoridades de saúde afirmam que o aumento se deve às variantes altamente contagiosas do vírus que circulam pelo país, que vive uma terceira onda da doença. A chanceler federal Angela Merkel se reunirá na próxima segunda-feira com os governadores dos 16 estados alemães para decidir as novas regras do lockdown, tendo em vista os últimos acontecimentos.

No começo do mês, a Alemanha flexibilizou algumas restrições, estabelecendo um plano em cinco etapas. Mas os governadores estaduais concordaram que medidas mais severas voltariam a ser impostas automaticamente se a incidência de novos casos de coronavírus por 100 mil habitantes nos últimos sete dias voltasse a ser maior que 100.

Nesta sexta-feira, a Alemanha registrou 17.482 novos casos e 226 mortes em razão da doença, segundo o RKI. A taxa de incidência por 100 mil habitantes em um período de sete dias aumentou para 95,6.

Numa primeira etapa, floriculturas, livrarias e lojas de jardinagem puderam reabrir, desde que observadas medidas rígidas de higiene. Já a abertura do comércio varejista depende da situação epidemiológica. 

Regiões com incidência inferior a 50 casos podem reabrir museus, zoológicos e galerias. Lojas podem receber um certo número de clientes, dependendo da área do estabelecimento. Regiões com incidência entre 50 e 100 podem reabrir esses espaços, mas com hora marcada.

Vacinas não bastam para deter a doença

Spahn afirmou que uma onda de infecções como a atual não poderá ser detida apenas com a vacinação, ainda mais num momento em que os países da União Europeia (UE) enfrentam dificuldades na distribuição dos imunizantes.

"Ainda não há doses suficientes para conter a terceira onda", explicou o ministro alemão. "Mesmo se as entregas dos pedidos da UE forem mantidas, levará algumas semanas até que os grupos de risco estejam totalmente vacinados."

Spahn, inclusive, se mostrou favorável a um acordo da Alemanha com a Rússia para a importação da vacina Sputnik V, caso a UE não tome uma atitude nesse sentido. Ele disse que seu país está em contato com os russos e que os contratos para a aquisição poderão ser concluídos rapidamente. Mas ainda faltam alguns detalhes, como a quantidade de doses a serem fornecidas.

Apelo ao isolamento na Páscoa

O RKI lançou um alerta para que a população não viaje no feriado de Páscoa. O vice-presidente da agência, Lars Schaade, destacou que o processo de infecções vem ganhando um novo impulso com as novas variantes. A disseminação da mutação do vírus descoberta no Reino Unido, chamada de B117, fará o país passar por algumas semanas difíceis, obvervou.

"É bastante possível que tenhamos na Páscoa uma situação similar àquela de antes do Natal, com um alto números de infecções, muitos casos graves e mortes e hospitais sobrecarregados", alertou Schaade.

rc/ek (DPA, AFP, Reuters, AP, ots)

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