Alemanha deve receber 500 mil familiares de migrantes sírios
Chase Winter (rc)8 de junho de 2016
Segundo dados oficiais, cônjuges, filhos e pais de menores desacompanhados devem se juntar a refugiados da Síria no país – número menor que o de estimativas anteriores. Mais de 400 mil sírios chegaram à Alemanha em 2015.
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Cada um dos cidadãos sírios que receberam asilo na Alemanha deve trazer ao país, em média, um membro de sua família, estima o Departamento Federal de Migração e Refugiados da Alemanha (Bamf, na sigla em alemão).
Citando dados do Bamf, o jornal alemão Süddeutsche Zeitung informou em reportagem publicada nesta quarta-feira (08/06) que em torno de 500 mil cônjuges e filhos, além de pais de menores desacompanhados, poderão se juntar aos sírios que já se encontram em solo alemão.
No ano passado, aproximadamente 428 mil migrantes da Síria chegaram ao país. Em 2016, já são 72 mil.
As estatísticas do Bamf apresentam números bastante reduzidos em relação a outras previsões, algumas das quais estimaram que cada sírio acolhido na Alemanha traria ao país entre três e quatro membros da família.
Entretanto, esse ainda é um tema controverso no país. Uma lei de asilo que entrou em vigor neste ano proíbe que os requerentes que receberam asilo tragam seus familiares à Alemanha por um período de dois anos.
Enquanto isso, o processamento de pedidos de asilo nas missões diplomáticas alemãs na Turquia, Líbano e Jordânia enfrentam demora significativa. Nesses países, que receberam ao todo quase 5 milhões de refugiados da Síria, os familiares dos cidadãos do país que já estão na Alemanha passam, em muitos casos, meses aguardando uma decisão.
Soma-se a isso o fato de que os pedidos de asilo dos que já estão em solo alemão também demoram a ser processados. Segundo o Bamf, ainda existem 460 mil aguardando uma resposta. E novos pedidos continuam a chegar. Apenas em maio, 55 mil pessoas – das quais em torno de 40% são da Síria – entraram com requerimentos de asilo. Estima-se que haja no país 300 mil pessoas que ainda não fizeram seus pedidos.
Além dos sírios, grande parte dos requerentes vem do Afeganistão e Iraque, além de outros países da Ásia e África. Muitos desses não estão aptos a receberem asilo na Alemanha.
O chefe do Bamf, Frank-Jürgen Weise, afirmou nesta quarta-feira que o departamento deseja processar todos os pedidos que aguardam na fila até o final do ano.
Uma prisão como abrigo para refugiados
Shazia Lutfi, de 19 anos, não praticou nenhum crime. Ela somente fugiu. Seu alojamento agora é um antigo prédio de prisão na Holanda. Fotógrafo Muhammed Muheisen registra vida dos moradores na velha cadeia de Haarlem.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Uma cama, duas cadeiras, um teclado
Eles vêm do Afeganistão: Hamed Karmi (27) e sua esposa Farishta Morahami (25) se instalaram em "sua cela" na cidade holandesa de Haarlem. Enquanto ele faz música no teclado, ela escuta. Nenhuma guerra. Será que eles poderão permanecer na Europa?
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Pouca luz natural
Aqui se tem uma visão geral da prisão De Koepel em Haarlem. Ali estão abrigados centenas de refugiados. Um deles é Reda Ehsan (25), do Irã. Ele faz uma pausa sobre uma mesa no pátio – e pode ver seu novo lar a partir de outra perspectiva.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Uma prisão permanece uma prisão
Mesmo que o edifício seja tombado e as pessoas recebam bons cuidados: uma prisão continua a ser uma prisão. Isso é o que esta imagem documenta. A foto mostra ainda Mohammed Ben Salem (36, esq.) da Argélia e Amine Oshi (22) da Líbia numa pausa para fumar.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Chá no corredor
Em frente à porta de sua cela, Siratullah Hayatullah, do Afeganistão, prefere o chá ao café. Podem-se imaginar cantos mais acolhedores, mas ao menos pela expressão de seu rosto, o jovem de 23 anos parece estar contente com o lugar que escolheu para tomar uma xícara da bebida.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Alojamento para solteiras
Mulheres solteiras estão alojadas numa ala separada. Por essa janela, o fotógrafo Muheisen descobriu uma mulher da Somália. Ijaawa Mohamed tem 41 anos e está diante, como muitos outros, de um futuro incerto. Ela deixou para trás a violência em seu país.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Microcosmo da crise
A antiga prisão na Holanda é um microcosmo do que na Europa se chama "crise migratória". Ali estão alojadas pessoas de regiões de crise em todo o mundo. Yassir Hajji (24) e sua esposa Gerbia (18) vêm do Iraque. Gerbia não vai ao cabeleireiro nem ao salão de beleza. Suas sobrancelhas são tratadas por seu marido.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Uma espécie de lavanderia
Os refugiados vivenciam aqui novamente um mundo em ordem. Sem guerra, sem caos, sem confusão, mas justamente o contrário: muitos nunca puderam usar uma lavanderia como essa em seus países.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Alívio e medo
Este jovem não quer dizer seu nome nem mostrar seu rosto. A razão poderia estar na sua homossexualidade. Mas sabemos que ele vem do Marrocos.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Rezar ajuda
Fatima Hussein, de 65 anos, é uma das refugiadas mais idosas que o fotógrafo Muhammed Muheisen conheceu em Haarlem. Hussein permitiu que ele desse uma olhada em sua cela e até mesmo a fotografasse enquanto rezava. Ela também vem do Iraque.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Passe livre
Naaran Baatar (40), da Mongólia, também veio para Haarlem. Ele joga basquetebol no pátio externo. Os gestores e administradores de abrigos como esse tentam fazer com que as pessoas se acostumem com uma vida em liberdade. Isso se elas puderem ficar e não forem deportadas.