Alemanha e China apelam aos EUA em prol do Acordo de Paris
22 de maio de 2017
Em comunicado conjunto, Berlim e Pequim pedem que Estados Unidos mantenham compromisso assumido com outros 195 países e ressaltam que saída americana não representaria fim de pacto climático.
Anúncio
A Alemanha e a China apelaram aos Estados Unidos nesta segunda-feira (22/05) para que mantenham seu compromisso com o acordo com o Acordo de Paris sobre o clima. Num comunicado conjunto, os ministros do Meio Ambiente de ambos os países pediram que Washington não abandone o tratado.
"Estamos intervindo em todos os níveis para que os Estados Unidos permaneça no acordo sobre o clima", destacou a ministra alemã do Meio Ambiente, Barbara Hendricks, em Berlim.
Segundo ela, o compromisso de Washington com o tratado fortaleceria os esforços para reduzir o aquecimento global e poderia ser economicamente vantajoso para o país.
O presidente americano, Donald Trump, já manifestou o desejo de deixar o acordo e chegou a dizer que as mudanças climáticas são uma farsa inventada pela China para enfraquecer as exportações americanas.
O Acordo de Paris, aprovado em 2015 por 196 países, estabelece metas para a redução de emissões de gases do efeito estufa e a diminuição de uso de combustíveis fósseis. As medidas visam limitar o aquecimento global ao máximo de 2ºC acima dos níveis pré-industriais.
Hendricks ressaltou que a saída dos EUA seria prejudicial, porém, não precisa significar o fim do acordo. "Em caso da retirada, seria crucial para o resto do mundo manter a proteção climática. Tenho certeza de que teremos sucesso e de que não haverá um efeito dominó [com a possível saída dos EUA]", acrescentou.
A China, o maior poluidor do mundo, por sua vez, destacou que implementará todas as medidas estipuladas pelo acordo. O ministro chinês do Meio Ambiente, Xie Zhenhua, afirmou que essa é uma responsabilidade que deve ser assumida pensando nas futuras gerações. "Essa é a posição da China diante das incertezas atuais", ressaltou.
Representantes de cerca de 30 países reuniram-se em Berlim nesta segunda-feira para o Diálogo Climático de Petersburg, uma rodada preparatória para a próxima Conferência do Clima, marcada para novembro em Bonn.
CN/ap/afp/rtr/dpa
Giro por um mundo transformado pelo clima
As mudanças do clima global estão alterando a face do mundo, do derretimento do gelo polar e elevação do nível do mar à migração da vegetação. Quem quiser mostrar aos filhos como é uma geleira de verdade, que se apresse.
Foto: Reuters/Mariana Bazo
Mundinho pequeno
Mesmo se conseguirmos manter o aquecimento global abaixo de 2°C, 2015 poderá ser o ano mais quente já registrado desde a era pré-industrial. O risco de o nível do mar subir mais de um metro e submergir Amsterdã persiste. Se continuarmos a emitir dióxido de carbono na velocidade atual, até 2100 a Terra terá se aquecido em 4°C – e Nova York estará sob o mar.
Foto: CC BY 2.0 Duncan Hull
Recifes de coral por um fio
Mergulhar na Austrália para admirar os belos recifes de coral pode ser um prazer com dias contados, pois o aquecimento global vai destruindo esses ecossistemas submarinos. As águas cada vez mais quentes causam a descoloração dos corais, e um aumento de 2°C pode dissolvê-los. O acréscimo de CO2 torna a água dos oceanos mais ácida, impedindo o crescimento normal das estruturas calcárias.
Foto: picture-alliance/ dpa
Alpes sem esqui
O aquecimento nos Alpes é "três vezes a média global", segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. O nível de neve diminui a cada ano e a vegetação conquista montanhas mais altas. Estações de esqui nas zonas inferiores estão ameaçadas de falência. Alguns resorts até cobrem a neve com material reflexivo durante os meses mais quentes, na tentativa de deter o derretimento.
Foto: picture-alliance/chromorange
Veneza – beleza submersa?
A italiana Veneza é apenas uma entre as cidades ameaçadas de desaparecer com a subida do nível do mar. Ou de se tornar inabitável, devido a inundações e tempestades cada vez mais fortes. O mesmo medo atinge Miami, Nova York, Santo Domingo, Bangkok, Barranquilla, Hong Kong, Cidade de Ho Chi Minh, Palembang, Tóquio, Mumbai, Alexandria, Amsterdã: todas elas correm risco.
Foto: picture-alliance/dpa
Passagem Noroeste
O derretimento das geleiras está permitindo que navios cortem caminho entre a Europa e a Ásia pela historicamente intransitável Passagem Noroeste. Em 2007, a Agência Espacial Europeia anunciou que o trecho estava "inteiramente navegável". Embora ainda não esteja suficientemente livre para navios de carga, os cruzeiros agora já oferecem uma rota antes reservada aos aventureiros e exploradores.
Foto: DW/I.Quaile
Elefantes em perigo
O aumento populacional e as mudanças climáticas afetam os animais. Eles lutam para se ajustar às secas cada vez mais frequentes e intensas, ondas de calor, tempestades e o aumento do nível do mar. A organização de proteção ambiental WWF incluiu o elefante africano na lista das espécies e lugares atingidas pelas mudanças climáticas, juntamente com as tartarugas, tigres, golfinhos e baleias.
Foto: Reuters/P. Bulawayo
Seca californiana
As mudanças climáticas são claramente visíveis no estado americano da Califórnia, que é afetado por fortes períodos de seca. Os últimos três anos foram os mais quentes de todos os tempos. Quem quiser passear pelas plantações de amêndoas na Califórnia, as de café no Brasil ou os campos de arroz no Vietnã, é agora ou nunca.
Foto: Reuters/L. Nicholson
Escalando as últimas geleiras
A lista do Patrimônio Mundial da Humanidade inclui numerosas belezas naturais, mas com um aquecimento global de 3°C, 136 dessas 700 maravilhas serão afetadas. Entre elas o Glacier National Park, nos EUA, onde os efeitos das mudanças climáticas estão sendo estudados. Das 150 geleiras existentes aqui no século 19, sobravam 24 em 2010. A previsão é que em 2030 o parque estará privado de todas elas.
Foto: gemeinfrei
Mudança climática a domicílio
Se depois de todas essas imagens, você ainda não teve vontade de conhecer nenhum desses lugares, pode ficar onde está. As mudanças climáticas poderão vir bater à sua porta, sem que você sequer precise se levantar do sofá. A Climate Central acredita que mais de 150 milhões de pessoas moram em áreas que serão submersas ou estarão sujeitas a inundações constantes até 2100. Ou mesmo bem antes disso.