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Crise do euro

27 de maio de 2010

Em encontro em Berlim, ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, e secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, prometem cooperação contra a crise, mas admitem divergências de enfoque.

Geithner e Schäuble em entrevista coletiva em BerlimFoto: picture alliance / dpa

Os governos da Alemanha e dos Estados Unidos ressaltaram nesta quinta-feira (27/5) o desejo de cooperar no combate à crise econômica mundial, mas deixaram claras suas divergências quanto ao remédio para combater os males da economia.

O secretário americano do Tesouro, Timothy Geithner, afirmou, após reunião em Berlim com o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, que seu país confia no papel de liderança da Alemanha na zona do euro.

Geithner defendeu estímulos à conjuntura econômica no combate à crise. Já Schäuble destacou a importância das medidas de austeridade. Ainda assim, o ministro alemão disse que ambos os países estão muito mais próximos no que se refere à avaliação da situação do que muitas vezes parece.

Alemanha quer reduzir dívida pública

Schäuble defendeu a política do governo da Alemanha e de outros países da zona do euro de reduzir a dívida pública, uma das principais causas da crise do euro. O ministro alemão lembrou que, diferentemente dos Estados Unidos, a Alemanha tem uma população que diminui e envelhece, além de ter poucas perspectivas de crescimento.

Já os Estados Unidos alegam que os cortes colocam em perigo o crescimento econômico em nível mundial. Geithner afirmou que não se deve optar pela austeridade fiscal, mas gerar crescimento e emprego. "Necessitamos de uma margem de manobra e de flexibilidade", insistiu.

Ele disse que o consumo nos Estados Unidos não pode sustentar sozinho a economia mundial e elogiou as medidas de aquecimento do mercado interno adotadas pela China.

Ambos concordam em maior controle dos mercados

Ambos concordam que deve haver mais progressos na regulação dos mercados financeiros. Geithner disse, mais uma vez, ser a favor de medidas da estabilização, "mas que [elas] também devem deixar espaço para a inovação".

Questionado sobre a possibilidade da introdução de um imposto mundial sobre transações financeiras, Geithner se mostrou reticente e se disse a favor de uma taxa para bancos. As maiores instituições financeiras devem, segundo ele, contribuir para os custos desta e de outras eventuais crises, através de uma taxa. "Esse seria um princípio justo", afirmou.

Geithner não quis comentar crítica a alemães

Schäuble disse que na reunião também foi abordado o tema das vendas em descoberto. A Alemanha agora espera uma proposta para um sistema europeu, a ser apresentada em outubro, segundo o ministro alemão.

O secretário americano do Tesouro não quis comentar sua crítica feira anteriormente à Alemanha, após Berlim anunciar, na semana passada, a proibição de vendas a descoberto de determinadas ações, o que assustou os mercados financeiros e irritou os parceiros da Alemanha na União Europeia.

Na véspera, Geithner discutiu a crise europeia com seu colega britânico, OsborneFoto: AP

Geithner se encontrou na quarta-feira com o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, em Frankfurt e com o presidente do Bundesbank, Axel Weber, nesta quinta. Na quarta, ele havia se reunido também, em Londres, com George Osborne, novo ministro inglês das Finanças.

A rodada de reuniões faz parte dos preparativos para o encontro dos ministros das Finanças e dos diretores dos bancos centrais do G20 em Busan, na Coreia do Sul, em 4 e 5 de junho, e para a cúpula do G20 em Toronto, no Canadá, em 26 e 27 de junho.

Turnê visa estratégia comum para combate à crise

O principal objetivo é desenhar uma estratégia comum para uma regulação dos mercados financeiros mais rígida e melhor coordenada, visando combater a crise, com foco em uma possível taxação para bancos, regras mais rígidas para empréstimos e mais transparências para produtos financeiros.

Geither afirmou que os preparativos estão correndo bem e que o mundo está em "uma posição muito boa para criar um sistema muito melhor do que tínhamos quando entramos nessa crise".

Mas ele ressaltou que alguns países têm "enfoques ligeiramente diferentes" e que há algumas áreas onde são necessárias maiores negociações. "Não acho que saberemos o que nos separa até o momento de chegarmos ao próximo estágio de discussões", afirmou.

"Acho que todos concordamos que queremos restrições mais conservadoras sobre o mercado financeiro", acrescentou o secretário do Tesouro dos EUA. "Queremos planejar cuidadosamente, de um modo que faça o sistema mais estável no futuro, sem provocar o risco de contratempos financeiros para a recuperação que estamos vendo acontecer", disse.

MD/afp/dpa/rtrs
Revisão: Alexandre Schossler

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