1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Alemanha fica para trás

Agências (as)10 de setembro de 2008

Estudo mostra que o percentual de jovens que concluem o ensino superior na Alemanha fica abaixo da média dos 30 países da OCDE. Organização alerta para carência de investimentos em educação no país.

Estudantes acompanham uma aula na Universidade Humboldt, em BerlimFoto: AP

A Alemanha está cada vez mais em desvantagem na formação de estudantes altamente qualificados quando comparada com outros países desenvolvidos. O alerta é de um estudo da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado nesta quarta-feira (10/09).

Tanto o número de estudantes que iniciaram seus estudos como o dos que concluíram o ensino superior subiu na Alemanha entre 2000 e 2006 – porém menos do que em outros países. Se, na média dos 30 países da OCDE, 37% dos estudantes deixam a universidade com o canudo na mão, no país o percentual é de apenas 21%.

"Apesar de alguns avanços, a Alemanha continua perdendo terreno na formação de pessoal altamente qualificado", afirmou a diretora da OCDE Barbara Ischinger. Conforme o relatório da organização, a tendência é a situação piorar ainda mais nos próximos anos.

Entre 2000 e 2006, o percentual de jovens que concluiu o ensino superior passou de 18% para 21% na Alemanha. Nos países da OCDE, saltou de 28% para 37%. Na média dos 21 países, 56% dos jovens ingressam nas universidades e escolas superiores. Na Alemanha, são apenas 37%.

Faltam investimentos

Na Alemanha, a falta de pessoal é mais acentuada nas ciências naturais e nas áreas técnicas, nas quais o número de jovens altamente qualificados está muito abaixo do esperado, segundo a OCDE.

Outro problema apontado pelo relatório é a falta de investimentos. Em 2005, os 30 países da OCDE investiram, em média, 6,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação. A Alemanha, no mesmo ano, foram gastos 5,1%. Se essa política for mantida, a competitividade alemã no mercado internacional estará ameaçada, alertou Ischinger.

A Alemanha vai bem, porém, na pós-graduação. O percentual de doutores entre os jovens é de 2,3% na Alemanha, acima da média de 1,4% da OCDE. Estudantes estrangeiros respondem por um em cada oito doutorados concluídos na Alemanha.

As mulheres correspondem a 55% dos estudantes que ingressam no ensino superior. Nas salas de matemática e informática, elas são 35%, também acima da média da OCDE, de 27%.

Reações

A indústria alemã se mostrou preocupada com o relatório. O vice-presidente da Confederação das Associações de Trabalhadores Alemães (BDA), Gerhard Braun, disse ao diário Handelsblatt que os resultados mostram como a Alemanha necessita urgentemente de uma estratégia para melhorar a qualidade da formação em todos os setores.

O presidente da Confederação Alemã das Câmaras de Indústria e Comércio (DIHK), Ludwig Georg Braun, defendeu em entrevista ao mesmo jornal que o governo federal e os estados devem chegar a um acordo que flexibilize o acesso ao ensino superior, permitindo o ingresso de mais jovens. Para outubro está programada uma cúpula para debater a educação na Alemanha.
Pular a seção Mais sobre este assunto