Alemanha enviará € 500 milhões em armamentos à Ucrânia
23 de agosto de 2022
Governo alemão reforça apoio a Kiev e assegura que parceiros internacionais continuarão a ajudar com armas, recursos financeiros e contribuirão para a reconstrução do país. Sanções a Moscou serão mantidas.
Anúncio
O chanceler federal alemão, Olaf Scholz, anunciou nesta terça-feira (23/08) que seu país enviará uma nova leva de armamentos para a Ucrânia, no valor de 500 milhões de euros (em torno de 2,5 bilhões de reais).
Berlim enviará a Kiev mais três sistemas antiaéreos IRIS-T, de última geração, equipamentos antidrone e munições, além de mais de uma dezena de blindados e 20 picapes equipadas com lançadores de mísseis.
A maior parte desses itens deverá ser entregue somente em 2023. Scholz, no entanto, assegurou que alguns armamentos chegarão à Ucrânia bem antes do fim deste ano.
Após um período de hesitação em torno do envio de armas para a Ucrânia nas primeiras semanas do conflito, a Alemanha vem acelerando a entrega dos equipamentos.
Kiev já recebeu de Berlim 10 obuses de autopropulsão, 15 tanques Gepard com baterias antiaéreas e centenas de sistemas portáteis de defesa, além de outros tipos de ajuda letal e não letal.
"Plataforma da Crimeia"
Scholz fez o anúncio durante uma conferência convocada pelo presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, onde vários líderes internacionais discutiram a questão da Península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.
A conferência, chamada de Plataforma da Crimeia, visa mobilizar apoio internacional para a retomada ucraniana da península no Mar Negro.
"A comunidade internacional jamais aceitará a anexação ilegal e imperialista do território ucraniano pela Rússia", disse Scholz, durante a reunião.
"Posso assegurar que a Alemanha se mantém firme ao lado da Ucrânia, enquanto a Ucrânia precisar do nosso apoio", garantiu Scholz aos vários líderes internacionais que participaram da conferência, na maioria dos casos, de maneira virtual.
Ajuda dos "amigos" internacionais
O chanceler garantiu que as sanções impostas pela comunidade internacional à Rússia serão mantidas. Os parceiros internacionais continuarão a ajudar com armas e recursos financeiros e já planejam a reconstrução do país.
"Estou certo de que a Ucrânia vai superar a sombra escura da guerra, porque é forte, corajosa e unida em sua luta por independência e soberania", exaltou Scholz. "E por ter amigos na Europa e em todo o mundo."
rc (DPA)
Patrimônio cultural da Ucrânia sob ataque
Além de custar vidas humanas, a guerra da Rússia aniquila a rica herança arquitetônica e cultural ucraniana. Nos primeiros seis meses da ofensiva, pelo menos 450 sítios culturais foram danificados ou destruídos.
Foto: Nicola Marfisi/UIG/IMAGO
Biblioteca Regional Juvenil, Chernihiv
Fundada no século 10º, Chernihiv é uma das cidades mais antigas da Ucrânia. Ela foi uma das primeiras atacadas pela Rússia ao invadir o país vizinho em 24 de fevereiro de 2022, e 70% de seus prédios e infraestrutura estão destruídos. A Biblioteca Regional Juvenil do século 19, uma das marcas registradas de Chernihiv, foi destroçada por bombas russas em 11 de março.
Foto: Nicola Marfisi/UIG/IMAGO
Teatro Dramático, Mariupol
Alguns dos combates mais violentos da guerra da Rússia contra a Ucrânia têm se desenrolado na cidade portuária de Mariupol, no Mar Negro. Há mais de 60 anos, adornava seu centro um elegante Teatro Dramático, em cujo porão os moradores iam buscar segurança durante as ofensivas. Porém em 16 de março as forças sob ordens de Vladimir Putin bombardearam o prédio, matando cerca de 600 civis.
Foto: Alexei Alexandrov/AP Photo/picture alliance
Museu de Arte Arkhip Kuindzhi, Mariupol
Em 21 de março, a Rússia lançou uma devastadora ofensiva aérea contra o Museu de Arte Arkhip Kuindzhi de Mariupol, construído em 1902, em estilo art nouveau. Nenhuma das obras desse pintor do século 19 se encontrava no prédio, porém as de Tetyana Yablonska e de outros artistas ucranianos. Não está claro se alguma delas foi recuperada.
Foto: Alexey Kudenko/SNA/IMAGO
Borodyanka
A cidadezinha de Borodyanka, cerca de 50 quilômetros a noroeste de Kiev, era um pacífico local residencial. Após mais de um mês de ocupação russa, contudo, grande parte dela está em ruínas. Casas, playgrounds, jardins, escolas, parques, até monumentos, como este busto do poeta ucraniano Taras Shevchenko, foram danificados ou destruídos.
Em 6 de maio, as tropas russas lançaram um ataque sobre a casa onde morou o poeta e filósofo do século 18 Hryhoriy Skovoroda, num subúrbio de Kharkiv. O prédio transformado em museu em honra de seu legado foi atingido por um míssil, um homem de 35 anos que supervisionava o local ficou ferido. A coleção não sofreu danos, pois já fora transportada para um local seguro.
Foto: Sergey Bobok/AFP/Getty Images
Igreja Pokrovsky, Malyn
Em 6 de março de 2022, os invasores russos lançaram um bombadeio aéreo sobre a praça central de Malyn. As paredes da Igreja Ortodoxa Pokrovsky, construída em meados dos anos 1990, sofreram sérios danos, suas janelas ficaram estilhaçadas.
Foto: Maxym Marusenko/NurPhoto/picture alliance
Izyum
Terceira maior cidade da região de Kharkiv, Izyum foi fundada em 1681 e ficou famosa por suas igrejas e outras construções históricas. Devido a sua localização estratégica, a Rússia tentou capturá-la pouco após o início da invasão. Bombas e mísseis destruíram 80% dos edifícios residenciais de Izyum. Esta escola datando de 1882 ficou seriamente danificada.