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Alemanha escolhe novo presidente

16 de março de 2012

Pela segunda vez Joachim Gauck figura na Assembleia Federal como candidato à presidência da Alemanha. Em 2010 foi derrotado por Christian Wulff, que renunciou em fevereiro. Desta vez a chance de vitória é maior.

Foto: picture-alliance/dpa

Um mês após a renúncia de Christian Wulff, a Assembleia Federal alemã elegerá um novo presidente neste domingo (18/03). É a terceira vez em três anos que a Alemanha escolhe um novo chefe de governo. Normalmente, o mandato de um presidente duraria cinco ou, em caso de reeleição, dez anos.

Wulff deixou o cargo apenas 598 dias depois de assumi-lo, em consequência de acusações de negócios pessoais escusos. O mandato do mais jovem presidente alemão foi também o mais breve. O antecessor, Horst Köhler, renunciara inesperadamente logo após a reeleição, em 2010. A retirada veio logo depois de uma polêmica entrevista envolvendo a missão do Exército da Alemanha no Afeganistão.

Representação

Convocar uma Assembleia Federal custa 1 milhão de euros e significa muito trabalho. Além dos 620 parlamentares, precisam ser acrescentados assentos para os 620 delegados dos 16 estados da Alemanha. Aos 1.240 membros oficiais da Assembleia, somam-se outros 89 delegados suplentes.

Gauck é o favorito para vencer as eleições presidenciaisFoto: picture-alliance/dpa

O número de delegados de cada estado é proporcional a sua população. O estado mais populoso, Renânia do Norte-Vestfália envia 133 eleitores a Berlim, enquanto de Bremen parte a menor delegação, com apenas cinco integrantes.

Distribuição de lugares

Embora numa Assembleia Federal tudo seja minuciosamente regulamentado, desta vez há algumas questões em aberto. Não se sabe, por exemplo, onde Gauck – candidato dos partidos da coalizão de governo e dos principais partidos de oposição – se sentará. Como não é membro da Assembleia, talvez precise sentar-se na tribuna de visitantes.

A adversária pouco promissora de Gauck, Beate Klarsfeld – do partido A Esquerda –, se sentará entre os membros do partido presentes nas eleições. Olaf Rose, candidato do Partido Nacional Democrático (NPD), de extrema direita, se sentará na tribuna de visitantes.

Não se sabe, porém, onde os três eleitores do NPD ficarão. Conservadores cristãos (CDU/CSU) e verdes se recusam a ficar próximos dos políticos de extrema direita por terem, entre os seus eleitores, familiares de vítimas de ataques xenófobos.

Votos para o chefe de Estado

No dia 19 de fevereiro, Joachim Gauck foi escolhido como candidato à presidência pela segunda vez. Em 2010, como candidato do Partido Social Democrata (SPD) e do Partido Verde, foi derrotado por Wulff no terceiro turno: agora, ele tem melhores chances de ser eleito.

Pouco depois do anúncio oficial de sua segunda candidatura, teve início uma rodada de apresentações nas bancadas do Bundestag – câmara baixa do Parlamento alemão. Gauck viajou também para a sede da União Social Cristã (CSU), na Baviera, visitou a Câmara dos Deputados em Stuttgart e em Berlim e apresentou-se ao Partido Liberal Democrático (FDP). "Com o antigo ativista de direitos civis da República Democrática da Alemanha, será possível recuperar a confiança perdida com relação à política", aposta o líder dos liberais Philipp Rösler.

Rösler: "Com o antigo ativista de direitos civis da RDA será possível recuperar a confiança perdida com relação à política"Foto: Picture-Alliance/dpa

Tudo indica que Gauck será eleito neste domingo. Ao meio-dia, o presidente do Bundestag, Norbert Lammert, abrirá a 15ª Assembleia Federal, e, logo depois, será dado início à votação. Por fim, serão contados os votos e revelado o resultado.

No mínimo 621 votos

Para vencer no primeiro turno, Joachim Gauck precisa conseguir a maioria absoluta neste domingo, ou seja, no mínimo 621 votos. Se isso se concretizar, Gauck discursará, e, então, o presidente do Bundestag, Norbert Lammert, fará o discurso final e a sessão se encerra com o hino nacional.

A 15ª Assembleia Federal alemã promete ser um evento mais técnico do que politicamente emocionante. Também o fator glamour da ocasião será baixo. Geralmente, os partidos nomeiam celebridades do entretenimento, do esporte e do mundo dos negócios. Desta vez, porém, os presentes são quase exclusivamente políticos profissionais.

Autor: Kay-Alexander Scholz (lpf)
Revisão: Augusto Valente

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