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Impulso ao futebol feminino

1 de outubro de 2008

A seleção de futebol feminino da Alemanha é um sucesso, mas o campeonato nacional ainda não desperta a atenção dos torcedores. A expectativa no país é que a Copa 2011 mude esse cenário.

Steffi Jones (e) e Angela Merkel durante o anúncio oficial das cidades-sedeFoto: AP

A chanceler federal Angela Merkel e o presidente da Fifa, Joseph Blatter, anunciaram nesta terça-feira (30/09) em Berlim os nomes das cidades que sediarão os jogos da Copa do Mundo de futebol feminino de 2011, na Alemanha. As nove sedes são Berlim, Frankfurt, Mönchengladbach, Bochum, Dresden, Leverkusen, Augsburg, Sinsheim e Wolfsburg.

Representantes de Magdeburg, no Leste da Alemanha, e de Bielefeld – cidades que não foram selecionadas – criticaram a escolha. "Estou desapontado", disse o prefeito de Magdeburg, Lutz Trümper, numa entrevista de rádio. "Por mais que você trabalhe, não tem chance de ser notado no Leste", afirmou.

No entanto, a Federação Alemã de Futebol (DFB) defendeu a escolha dos locais de jogos, dizendo que o Leste do país já está representado por Dresden. Além disso, o estádio de Magdeburg precisaria de um investimento de 3 milhões de euros somente para receber a imprensa.

"É claro que é um decisão difícil para as duas cidades, mas tivemos que considerar muitos fatores. De qualquer maneira, é um progresso em relação aos Mundiais de futebol feminino dos últimos anos", disse Theo Zwanziger, presidente da DFB.

A maior Copa do Mundo de futebol feminino

O Mundial feminino de 2011, com nove sedes, será um empreendimento logístico maior do que os anteriores. Na edição de 2007, na China, havia cinco cidades-sede. Em 2003, nos Estados Unidos, a competição foi disputada em seis locais.

Theo Zwanziger, da DFB, ao lado de Steffi Jones, do comitê organizadorFoto: picture-alliance/dpa

Uma das principais razões para aumentar as dimensões do evento foi o sucesso da Copa do Mundo de 2006. O grande número de alemães entre os espectadores dos jogos da Eurocopa 2008, realizada na Áustria e na Suíça, também indicou o interesse do público da Alemanha por futebol.

Outro motivo para as grandes expectativas em relação ao torneio de 2011 é o domínio da Alemanha na modalidade. Desde a formação da primeira equipe, em 1982, as alemãs já conquistaram duas Copas do Mundo, seis campeonatos europeus e três medalhas de bronze em Olimpíadas. No atual ranking da Fifa, a Alemanha fica em segundo lugar, atrás somente dos Estados Unidos.

O futebol feminino amador também vai muito bem no país. A DFB conta com mais de 1 milhão de filiadas, sendo que 700 mil jogam regularmente. Apesar de todos esses pontos fortes, o futebol feminino alemão ainda tem um importante ponto fraco: o campeonato de clubes.

Clubes femininos não atraem público

A seleção nacional de futebol feminino ganha jogos, alcança bons índices de audiência na televisão e consegue encher estádios de médio porte, mas quando os times femininos dos clubes entram em campo, não são recebidos com o mesmo entusiasmo. A média de público dos jogos da Bundesliga feminina é de apenas 885 torcedores.

Nem mesmo a presença de craques mundiais entre os times parece atrair muita atenção. Birgit Prinz, que joga no clube campeão da liga, o FFC Frankfurt, já foi três vezes eleita a melhor jogadora de futebol do mundo pela Fifa.

Para a presidente do comitê organizador, a ex-jogadora Steffi Jones, trata-se apenas de uma questão de quantidade. "O futebol feminino ainda não tem um número suficiente de grandes estrelas. Precisamos criá-las", explicou.

Outra idéia para aumentar a atenção em torno do futebol feminino de clubes é fazer com que os grandes clubes alemães formem equipes de mulheres.

Os times tradicionais da Bundesliga feminina incluem o FFC Frankfurt, o FCR Duisburg e o Turbine Potsdam, que não são exatamente grandes nomes do futebol dentro da Alemanha ou em qualquer outro lugar.

Mas também entre os melhores da liga feminina está o Bayern de Munique, uma potência do futebol masculino, e os times femininos do Hamburgo e do Wolfsburg estão começando a se destacar. Se esses clubes dedicassem uma parte maior dos seus grandes orçamentos às divisões femininas, o interesse pela versão feminina do esporte certamente aumentaria.

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