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Apoio mesmo sem Musharraf

Agências (as)18 de agosto de 2008

Governo alemão assegura apoio ao Paquistão e espera que o país continue colaborando no combate ao terrorismo mesmo com a renúncia do presidente Pervez Musharraf, que deixou o poder após nove anos.

Presidente Pervez Musharraf renunciou em discurso transmitido pela televisãoFoto: AP

O governo alemão apelou às autoridades do Paquistão para que continuem colaborando no combate ao terrorismo mesmo após a renúncia do presidente Pervez Musharraf, anunciada nesta segunda-feira (18/08). "Para nós, são de fundamental importância as relações pacíficas com os países vizinhos e a postura firme no combate ao terrorismo em todas as suas formas", disse um porta-voz do Ministério alemão das Relações Exteriores.

O ministro das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, que está em visita a Estocolmo, avaliou que a renúncia de Musharraf não é uma surpresa e disse esperar que o gesto acalme a situação interna do país. "Precisamos do Paquistão como um parceiro para a estabilidade da região e se quisermos que a paz e a reconstrução do país dêem certo", afirmou. Ele disse que a Alemanha continuará apoiando a consolidação da democracia no país.

Estados Unidos

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse que Musharraf foi um aliado no combate ao terrorismo. Segundo um porta-voz, Bush espera manter a cooperação com o governo paquistanês nos aspectos econômico, político e de segurança.

Paquistaneses pisoteiam cartaz com imagem de MusharrafFoto: AP

Já a secretária de Estado Condoleezza Rice expressou sua "mais profunda gratidão" a Musharraf, que classificou como um amigo dos Estados Unidos e um dos mais engajados parceiros no combate ao terrorismo e ao extremismo.

Renúncia

Musharraf renunciou nesta segunda-feira, após nove anos no poder, cedendo a crescentes pressões internas. Ele sofria uma campanha de impeachment lançada na semana passada pela oposição, que o acusava de incompetência e de desrespeitar a Constituição. Após o anúncio, vários paquistaneses saíram às ruas para comemorar a saída do presidente.

Para o cientista político Christian Wagner, do Instituto Alemão de Assuntos Internacionais e de Segurança (SWP), os partidos políticos democráticos do Paquistão alcançaram uma importante vitória com a renúncia de Musharraf. "Acredito que a segurança interna vai melhorar, pois o presidente foi a causa de inúmeros protestos nos últimos meses", avaliou.

Em discurso de renúncia transmitido pela televisão, Musharraf disse não temer as acusações de que é vítima, mas que prefere poupar o país de uma nova crise. "Infelizmente, certas pessoas que têm interesses pessoais lançaram falsas acusações contra mim e enganaram o povo", afirmou. Ele havia chegado ao poder em 1999 por meio de um golpe de Estado.

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