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Alemanha exige investigação independente no Sudão

rw9 de julho de 2004

Governo exige investigação das violações aos direitos humanos na região de Darfur, no Sudão, onde ocorre "um conflito de dimensões étnicas", segundo Berlim. Ministro Fischer viaja ao Sudão para pressionar governo local.

Refugiados sudaneses esperam por água no ChadFoto: AP

Depois de Colin Powell e Kofi Annan, é a vez do ministro alemão das relações Exteriores, Joschka Fischer, engrossar a caravana diplomática e embarcar neste domingo (11/7) ao Sudão, para mais uma vez manifestar a preocupação ocidental com os acontecimentos no oeste do país.

Já no início de maio, a ministra alemã de Cooperação Econômica, Heidemarie Wieczorek-Zeul, havia apelado pela intervenção internacional na região de Darfur, no oeste do país, onde milícias árabes apoiadas pelo governo estão banindo e dizimando a população.

Cerca de dez mil pessoas foram mortas e há mais de um milhão de refugiados, sendo que grande parte fugiu para o país fronteiriço Chad. Em sua visita à região em conflito, na semana passada, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, havia advertido de uma possível ação do Conselho de Segurança contra o Sudão.

"Conflito de dimensão étnica"


Preocupado com o que chama de "conflito de dimensão étnica", o governo de Berlim exigiu nesta sexta-feira (9/7) a constituição de uma comissão independente para investigar as violações dos direitos humanos em Darfur. A viagem de dois dias do ministro Fischer ao Sudão tem como objetivo justamente manter a pressão da comunidade internacional sobre o governo de Cartum.

No avião que o conduzirá à África, o chefe da diplomacia alemã estará levando 3,5 toneladas de medicamentos. Eles serão repassados à Cruz Vermelha alemã na base de trabalho de El Fasher e deverão garantir o abastecimento básico dos refugiados ao menos durante um mês. Os principais problemas no local, segundo a Cruz Vermelha, são subnutrição, diarréia, malária e resfriados.

Várias vezes o ministro do Partido Verde havia manifestado sua preocupação com a crise no oeste do Sudão. Fischer, que retorna na segunda-feira à Alemanha, viaja acompanhado por Kerstin Müller, vice-ministra do Exterior.

O presidente do Sudão, Omar el Bashir, havia garantido ao secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, e a Annan, que desarmaria as milícias que aterrorizam a população negra. Além disso, um porta-voz do Ministério alemão das Relações Exteriores disse que o governo sudanês prometeu melhorar o acesso da ajuda humanitária aos refugiados.

Aumenta apoio financeiro à região em crise

O governo alemão anunciou a ampliação de sua ajuda humanitária para 12,5 milhões de euros. Enquanto isso, a Organização da Unidade Africana (OUA) decidiu enviar um contingente de 300 pessoas ao local, para proteger os funcionários de organizações humanitárias, observadores e civis.

Em decorrência da grave situação dos refugiados e da iminente estação das chuvas, as organizações humanitárias estão apelando por ajuda internacional. Especialistas da organização de defesa civil do Ministério do Interior, THW, já viajaram ao Sudão. Ao lado das Nações Unidas e de ONGs de ajuda humanitária, a THW irá ajudar na logística do abastecimento e testar a qualidade da água potável.

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