Alemanha faz sinal de reconciliação com EUA
18 de outubro de 2002O ministro da Defesa, Peter Struck (SPD), concordou com o seu colega do Ministério das Relações Exteriores, Joschka Fischer, do Partido Verde, que “seria fatal para a política externa alemã” a retirada do contingente e dos tanques que detectam armas atômicas, químicas e biológicas. Mas o mandato para ação de 3900 soldados alemães na luta antiterror só deverá ser prolongado por mais seis meses, em vez de um ano. Com isso, segundo Struck, será mais fácil convencer os críticos no novo Parlamento.
Os dois partidos governistas reconquistaram os votos de muitos pacifistas, na eleição de 22 de setembro, com sua rejeição total aos planos americanos de intervenção militar no Iraque, para liquidar o suposto arsenal de armas biológicas e químicas do regime de Saddam Hussein.
Irritações - O ministro das Relações Exteriores, Joschka Fischer, planeja uma viagem de vários dias a Washington, até o início de novembro, para acabar com as irritações geradas pela rejeição de Berlim a um ataque militar ao Iraque, anunciada pelo chanceler federal, Gerhard Schröder, durante a campanha eleitoral. As relações teuto-americanas entraram em crise por causa dessa posição alemã. Indignado, o presidente Bush nem parabenizou o chefe de governo alemão pela vitória eleitoral de 22 de setembro. O secretário da Defesa americana, Donald Rumsfeld, evitou encontrar-se com o colega alemão, Peter Struck, na conferência da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), em Varsóvia.
A crise atingiu o auge com uma comparação entre os métodos de Bush e os de Hitler, que a ministra alemã da Justiça, Herta Däuble-Gmelin, teria feito num encontro com sindicalistas, na presença de um jornalista. A ministra se viu forçada a renunciar e Bush deu um primeiro passo de reaproximação, declarando o seis de outubro dia das relações bilaterais. O chefe do Departamento de Estado, Colin Powell, telefonou no mesmo dia para o chefe da diplomacia alemã.
Situação insegura - Na assinatura do acordo de coalizão, o chefe de governo Schröder confirmou a continuação do engajamento ativo da Alemanha na luta antiterror. “A situação internacional continua muito insegura”, disse ele. A atuação alemã na luta antiterror está prevista no novo programa do governo e a solidariedade de depois de 11 de setembro com os Estados Unidos continua. A posição de Berlim em relação a uma intervenção militar no Iraque, que parecia claramente contra antes da eleição do novo Parlamento alemão, é agora uma interrogação, segundo observadores políticos.